27 agosto, 2012

[Magic and Mistakes] Marriage



Rir é correr risco de parecer tolo.

Chorar é correr o risco de parecer sentimental.

Estender a mão é correr o risco de se envolver.

Expor seus sentimentos é correr o risco de mostrar seu verdadeiro eu.

Defender seus sonhos e idéias diante da multidão é correr o risco de perder as pessoas.

Amar é correr o risco de não ser correspondido.

Viver é correr o risco de morrer.

Confiar é correr o risco de se decepcionar.

Tentar é correr o risco de fracassar.

Mas os riscos devem ser corridos, porque o maior perigo é não arriscar nada.

Há pessoas que não correm nenhum risco, não fazem nada, não têm nada e não são nada.

Elas podem até evitar sofrimentos e desilusões, mas elas não conseguem nada, não sentem nada, não mudam, não crescem, não amam, não vivem.

Acorrentadas por suas atitudes, elas viram escravas, privam-se de sua liberdade.

Somente a pessoa que corre riscos é livre!

Seneca (orador romano)



Narração por Abelard Dolohov


Eu mal conseguia dormir e não deveria nem estar naquela casa para começar. Era tudo culpa de Pansy. Ela não havia planejado nada direito, nem revelava a mim suas intenções. E forçava-me a ajudá-la naquele plano insano. Até aquele momento eu pouco entendia no que a morte do velho serviria a ela. Eu sabia apenas que se tratava de um objeto importante.

Levantei-me da cama e olhei as horas, era cedo para eu me levantar, mas mal pensei isso, minha porta foi aberta com estrondo e uma mulher magra entrou por ela. A morena estava nervosa e completamente irritada.

Era como acontecera há quase um mês, quando ela entrara bufando pela mesma porta.


–Olhe isto, Abelard! – Pansy falou, jogando um papel em mim.

Peguei-o e comecei a lê-lo. Era uma mensagem do ministério. Por um pedido de Ernani Pietro Breine a investigação da morte do velho recomeçaria, incluindo também uma investigação minuciosa sobre a esposa dele e tudo seria inspecionado pela assistente do chefe do Departamento de Controle do Uso Indevido de magia, Emily Madeleine Leroux.

Olhei para Pansy e percebi que ela estava encrencada mesmo. Se descobrissem que foi ela que comprou o veneno e colocou na bebida de Jacques Breine, seria sua ruína.

Mas eu não tinha nada a ver com isso, eu era apenas um chamariz. Poderia dizer que estava com ela naquela noite, em Londres. Apenas isso.

Mas eu também não poderia deixar que ela fizesse algo com Emily por ela estar investigando tudo.

–Boa sorte. – falei ironicamente e entreguei o papel de volta para ela.

–Como assim “Boa sorte”? Você tem que me ajudar! – ela praticamente gritara – Se eu não conseguir provar minha inocência, serei presa e não terei acesso ao cofre dos Breine.

Então era isso. Pansy precisava de dinheiro.

–Se precisa tanto assim de dinheiro... – comecei, mas ela me cortou.

–Dinheiro não, idiota. Um objeto.

Ainda não fazia sentido para mim, mas pela expressão dela eu tinha somente uma escolha: Ajudá-la.


–Eles estão me pressionando, Abelard. – Pansy falara – É como se soubessem que eu sou a culpada, estão esperando que eu confesse já que até agora não conseguiram provas contra mim.

–E o que devo fazer? – perguntei suspirando e sentei na cama, olhando para a mulher. – Já fiz tudo o que podia, agora não depende de mim.

–Eu sei. Mas precisamos afastar as suspeitas de nós. Aquela garota precisa decidir logo se confessará ou não o crime. Já faz quase um mês e a herança ainda não foi liberada.

Comecei a prestar atenção em Pansy, ela parecia inquieta, havia algo a mais.

–Irei até Londres hoje. – ela dissera sem fitar-me.

–E o que fará em Londres? – perguntei, já que ela não continuou a falar.

Sua expressão era quase indecifrável, mas eu aprendi exatamente como ler ela. Pansy estava irritada mais do que o normal e até onde eu sabia ninguém poderia culpá-la por nada. Mas então seus olhos pousaram no jornal em cima da escrivaninha.

Ela fez uma careta e aí sim eu entendi.

–Conhece Draco Malfoy, não é? – perguntei, já sabendo a resposta – Mais do que isso, você gosta dele.

Eu já tinha ouvido falar de Draco, sabia que ele era um comensal também e que conseguira ser inocentado. Sorte a dele. Draco era jovem demais para ser preso em Azkaban e, eu, esperto demais para deixar-me ser pego por um auror.

–Draco é um traidor. – Pansy sussurrou.

–Mas você o ama. – falei, só para provocá-la. – E hoje ele irá se casar, mas ainda não sei como você consegue controlar suas lágrimas.

Eu quase ri. Era divertido vê-la com raiva, mas o olhar que ela me lançou foi de ódio.

–Garotas más não choram, Aberlard. – Pansy falara – Elas se vingam e provocam dor.

Seu tom de voz era quase sádico e senti um leve temor ao ouvi-la.

Ela começou a sair do quarto e eu a puxei de volta pelo braço, fitando aqueles olhos tão belos e tão cruéis.

–Ele está feliz, Pansy. E se você o ama, não pense em acabar com esse casamento, até mesmo alguém como Draco Malfoy não merece isso.

Pansy puxou seu braço e lançou um olhar frio para mim, então ela fora embora.

Pansy era apenas uma mulher que perdera algo que amava, no entanto agora ela havia tornado-se fria e cruel. A amargura a dominara. E isso aconteceria uma hora ou outra com qualquer comensal.

Eu não era tão diferente e pela primeira vez em dias percebi que o que eu fizera fora uma grande idiotice, ainda que fosse me ajudar em breve.





Era incrível a capacidade de Pansy, ela poderia muito bem estar agindo e resolvendo suas próprias besteiras... mas não. Estava em sua casa, descansando e eu era quem estava naquela prisão ridícula.

Assim que passei por alguns aurores, deixei minha varinha com eles e segui para uma cela especial.

Entrei e a vi. Os cabelos loiros, os olhos verdes. Era tão bela, mas ao mesmo tempo tinha um olhar acusador e feroz, como uma felina selvagem, incapaz de ser domada. Aquele olhar era o que mais me assustava, porque eu sabia o quão era parecido com o de Emily Leroux. Mas ainda assim, eu não demonstrei nada em relação a ela.

–O que faz aqui? – Sophie Laurent perguntou.

Sua expressão era indiferente e eu não esperei menos.

–Apenas te visitando. – falei, aproximando-me e ficando com a face perto demais da grade de ferro.

Sophie levantou-se de onde estava sentado e aproximou-se.

–Você não tem motivos para me visitar, Dolohov. – a francesa gesticulou – A menos que queira algo... talvez garantir que sua querida amante não seja presa...

–Ela não é minha amante. – falei, encarando aquelas íris esverdeadas.

–Não... é claro que não. – Sophie respondeu e eu percebi que ela estava me estudando.

Movimentos e palavras. Expressões e gestos. E eu simplesmente odiava isso.

–Mas você não negou o que eu falei. Pansy Parkinson é a culpada pela morte de Jacques Breine.

–Não... eu não neguei... – falei agora sorrindo – Mas ninguém pode provar isso.

O sorriso dela se foi e eu ri.

–Para todos os efeitos você é a culpada.

–E veio aqui para jogar isso na minha cara?

–Vim aqui para um acordo.

A mulher parou de falar. Eu tinha que admitir, ela era jovem, mas esperta demais.

–Não estou interessada.

–Você não ouviu ainda. – falei olhando-a de forma quase arrogante.

O olhar dela era frio e duro. Por um segundo senti que meus planos falhariam.

–Você quer que eu confesse um crime que não cometi.

–Como...? – comecei a perguntar, surpreso pela sua perspicácia, quando finalmente entendi. – Você está usando legilimência em mim.

–Como eu disse... não estou interessada. – Sophie continuou.

Percebi que meu autocontrole de antes fora por água abaixo. Ela me desarmara e me expus sem motivos. Mas eu não deixaria que ficasse assim.

–Tem certeza? – contestei – Você sabe a metade do acordo. O resto... bem... você não conhece.

–Diga logo Dolohov, o que dará em troca da minha confissão? Dinheiro?

–Eu te dou a vida do seu irmão. – falei, cruelmente, pouco me importando com a expressão assustada dela.

E finalmente eu percebi que talvez Pansy ainda tivesse uma chance de se safar dessa.



***

1 mês depois


Narração por Draco Malfoy


Já fazia mais de dez minutos que eu me olhava naquele maldito espelho e tentava em vão fazer um nó decente naquela gravata. Não entendia como sempre saía mal feito. Era simples e rotineiro aquilo, mas bem naquele dia eu me atrapalhava.

–Desisto. – falei levando as mãos para o alto.

–Patético. – Zabini falou rindo.

Na verdade eu não sabia ainda por qual motivo ele estava ali, talvez apenas para brincar com a minha cara. Pelo menos Theodore era mais inteligente e não ousaria tirar comigo naquele momento.

–Olhe por outro lado, Blásio. Quem vai se atrasar hoje é o noivo.

Retiro o que pensei. Os dois eram inúteis. Voltei a me fitar no espelho, segurando-me para não amaldiçoar nenhum daqueles sonserinos idiotas e tentei refazer o nó.

Comecei então a lembrar de algumas semanas atrás.





Por algum motivo idiota eu estava suando frio. Sentia-me mal e queria sinceramente girar meu corpo e voltar pelo mesmo caminho que eu viera. Mas eu não faria isso, não quando Hermione estava ao meu lado, segurando a minha mão e levando-me até a casa dos seus pais.

Já estávamos parados na frente da porta de entrada e ela chamou-os batendo na porta. Não tinha como escapar mais.

Alguns segundos depois uma mulher a abriu. Ela tinha os cabelos tão castanhos quanto os de Hermione e incrivelmente, tinha o mesmo sorriso no rosto, porém, seus olhos eram tão azuis como o mar.

–Hermione! – ela disse, abraçando a filha e me senti totalmente desajustado ali.

Fora então que a mulher mais velha parou de abraçar a filha e dirigiu seus olhos a mim.

–Mamãe, lembra-se de quando eu falei sobre o meu namorado? Então, este é...

–Draco Malfoy – ela dissera sorrindo para mim – Mas é claro que eu me lembro! – a Sra. Granger falou. – Você só se esqueceu de dizer o quanto ele era lindo.

–E eu já sei a quem Hermione puxou. – falei rindo do comentário e estendi um buquê de margaridas para ela. – Isto é para a senhora.

–Eu aceito, mas não me chame de senhora. – ela gesticulou ligeiramente ofendida, mas pegou as flores e me abraçou, deixando-me abobalhado com aquilo.

Então ela nos convidou para entrar.

Havia um homem sentado no sofá da sala de estar lendo um jornal. Automaticamente, Hermione foi abraçá-lo.

–Papai! – ela praticamente gritara e só então percebi que os olhos castanhos foram herdados dele.

E também percebi o quanto aquela família era unida, Hermione tinha tudo o que eu queria e internamente, eu invejava aquilo.

Ela soltou o pai e olhou para mim.

–Papai, este é o Draco, meu namorado.

Estendi minha mão para ele e a apertei.

–É um prazer conhecê-lo, Sr. Granger. – falei sincero.

–É uma pena eu não poder falar o mesmo. – ele disse e eu me encolhi um pouco, mas então, ele rira – Eu estou brincando rapaz, é ótimo conhecê-lo também.

Foi aí que relaxei, seu sorriso era bondoso e tinha a mesma vivacidade da filha. Era idiotice continuar a temer algo. Eu não precisava ficar nervoso, era apenas um dia normal, com meus sogros.

Fiquei boa parte da manhã conversando com ele e, embora fosse trouxa, conhecia muito bem o mundo bruxo e então eu soube que ele lia também os jornais do meu mundo. Fora que pela primeira vez na vida eu estava conversando animado com alguém que não era um bruxo. Aquilo sim era incrível. Hermione passou o tempo na cozinha ajudando a Sra. Granger com o almoço, mas eu tinha minhas suspeitas sobre isso, talvez a mãe dela estivesse fazendo tudo sozinha, já que eu duvidava muito das qualidades culinárias da minha namorada.

Assim que a comida ficou pronta, Hermione nos chamou e eu percebi que ela não herdara em nada o talento da mãe para a cozinha. Estava tudo delicioso e eu nunca provara algo tão bom assim em toda a minha vida. Mas aí veio aquele clima estranho, aquela mesma pausa que dizia claramente que um interrogatório viria a seguir. Afinal, o almoço já fora, a sobremesa estava na mesa, e o namorado da sua filha estava ali. Era óbvio que Hermione já havia dito para eles quem eu era. O sonserino idiota que a atormentava no colégio, e que de repente tornou-se seu namorado no sexto ano. Era óbvio também que eles já sabiam que nós reatamos há meses. O que talvez não fosse claro era o motivo de virmos de repente na casa deles.

–Quais são os seus planos em relação à minha filha? – o Sr. Granger perguntou e eu me engasguei com o pudim que estava comendo.

–Papai! – Hermione exclamou oferecendo um copo de água para mim.

A cena era cômica, mas eu não sentia vontade nenhuma de dar risada. O que eu havia pensado uma hora atrás? Ah sim... Eu não precisava ficar nervoso, era apenas um dia normal, com meus sogros. É, eu era inocente e só agora havia descoberto isso.

–Eu... quero me casar com Hermione. – falei olhando para o homem, agora sério e sem medo. – Na verdade, foi por isso que viemos até aqui. Eu pedi Hermione em casamento. Mas antes de tudo, eu quero pedir a mão dela ao senhor.

Se antes eu estava sem fala, agora era ele. E a Sra. Granger estava radiante, exclamando algo que eu não prestei atenção.

–Não... a escolha é de Hermione. Se ela já disse seu sim, então vocês se casarão, e eu ficarei muito feliz com isso. – ele dissera e Hermione levantou-se do seu lugar, abraçando o pai.

–Obrigado, senhor – falei agora muito mais feliz.

Metade da notícia estava dada. Minha parte era falar do casamento, agora era a vez de Hermione.

–Nunca me senti tão feliz, papai. – ela falou – E antes que você comece a comemorar algo, talvez seja uma boa hora para pensar em ser vovô.

–Hermione! – a Sra. Granger exclamou – Você está grávida querida?

A castanha acenou positivamente com a cabeça e depois sua mãe a abraçou.

–Mas não estamos nos casando só por causa do bebê... na verdade Draco pediu minha mão antes de saber que...

–Eu vou ser vovó. – a mulher cortou Hermione sorrindo – Quando estão pensando em celebrar o casamento?

–Logo... – Hermione respondeu – Está tudo tão complicado no trabalho, mas quero que seja em no máximo um mês.





Sorri. Tudo era muito mais simples do que parecia. Éramos jovens demais, e aprendemos a ser adultos muito antes do que deveríamos. Mas agora eu e Hermione precisávamos de mais responsabilidade do que nunca. Eu sentia medo. Mas estava feliz acima de tudo.

Olhei para o espelho, finalmente o nó na minha gravata estava decente.

–Consegui! – falei vitorioso para Zabini e Theo.

Eles me ignoraram e eu soube que esperavam me humilhar mais ainda. Saí então do quarto e andei até o pé da longa escada, descendo-a em seguida. Fui até o salão e entrei, percebendo o quanto belo ele estava. Grandes tecidos no teto haviam sido armados, deixando o ambiente mais leve e agora estavam terminando de organizar os enfeites e as cadeiras. Um tapete branco perolado fora arrumado cuidadosamente e acabava em um altar simples, porém lindo. Aquela mansão onde eu estava parecia um pouco com o meu antigo lar, porém era muito mais convidativo e iluminado.

Fiquei com vontade de ver Hermione, mas eu sabia que assim que eu tentasse vê-la, voaria sapatos na minha cara. Ninguém de deixaria vê-la antes da hora certa.

Então me contentei em ficar quieto ali, tentando, em vão, não ficar nervoso.


***


Narração por Hermione Granger


Eu estava dando graças a Merlin por minha cintura ainda estar ali, quero dizer, ainda que eu já estivesse com oito semanas, eu não ganhara muito peso e minha barriga não estava tão evidente. Eu não precisava anunciar ainda que estava grávida de um Malfoy, mas mais do que tudo, eu queria entrar no meu vestido de noiva.

Podia parecer egoísta, mas me ver através daquele espelho, com aquele longo vestido branco era fascinante. A maquiagem que Gina fizera era perfeita. Fora que ela não parava de me importunar querendo ser a madrinha do bebê.

Emily aproximou-se, estendendo o buquê para mim.

–Agora sim você está completa. – ela disse e peguei as flores.

Eram cravos vermelhos e lembrei-me que Draco me dera cravos certa vez, quando estávamos andando por Londres.



–Draco… para onde vamos? – perguntei acompanhando-o.

–Para qualquer lugar. – ele respondeu divertido.

–Irá morar comigo? – perguntei de repente, retomando o assunto que ele desviara.

O segundo que transcorreu pareceu um século, senti o frio da noite penetrar em meus ossos e só então ouvi a resposta dele.

–Eu vou.

Eu sorri. Isso seria ótimo.

Draco de repente soltou minha mão e dirigiu-se para uma senhora que arrumava vários buquês em um carrinho, pronta para voltar para casa depois de vender suas flores. Vi ele dar algumas libras para ela e quando voltou para mim trazia consigo cravos vermelhos.

–Para a mulher da minha vida. – ele sussurrou antes de beijar as flores e dá-la a mim.

Sorri envergonhada ao perceber que a mulher idosa com as flores nos olhava de forma doce e talvez até sonhadora. Abaixei os olhos e mordi meus lábios, nervosa. Por que tudo tinha que ser tão intenso quando eu estava com ele?



–Sabe o que significam os cravos vermelhos, Hermione? – Emily perguntou-se e eu balancei a cabeça – Significa que você vive para a pessoa amada. Representa o amor vivo, o respeito, a paixão.

Eu sorri e me perguntei se Draco sabia disso, naquele dia quando ele me dera os cravos, ele os escolhera e seu sorriso parecia esconder algo. Talvez ele tivesse feito isso de propósito.

–Quem escolheu esse buquê? – perguntei.

–Draco. – ela respondeu divertida.

Sim, ele sabia perfeitamente o significado daquela flor.

Eu sorri e então parei, lembrando-me do que acontecera há algumas semanas.




Ir até a casa dos meus pais fora ótimo, e eles haviam reagido muito melhor do que eu poderia esperar.

Mas agora eu sabia que não seria fácil. Já havia atravessado aquele mesmo jardim, aquela mesma porta e estava agora esperando que alguém nos atendesse. Então uma mulher loira e magra surgiu no portal, olhando-me surpresa, mas de forma gentil.

–Como vai, Hermione? – Narcisa me perguntou, abraçando-me.

–Ótima. – respondi sorrindo.

Ela abraçou Draco em seguida e percebi que os dois eram mais unidos do que eu pensava. E não seria diferente. Draco amava a mãe.

Entramos e me encolhi, querendo mais do que tudo não encontrar Lucius Malfoy ali. Mas para minha sorte, eu não o vi.

–Onde ele está? – Draco fez a pergunta que eu não ousei proferir.

–Ele saiu. – Narcisa respondeu, triste de certa forma.

Eu a entendia. Ver pai e filho brigando era horrível e já fazia meses que os dois não se falavam.

Era fácil prever o que ele falaria sobre nosso casamento ou da gravidez. Um Malfoy não deveria se casar com uma sangue-ruim. Essa era sua filosofia.

Mas, felizmente, Narcisa era diferente. Aceitou as notícias que demos a ela enquanto tomávamos chá. E o que mais a animou foi saber que teríamos um bebê. Eu nunca havia visto a Sra. Malfoy tão exultante e seu sorriso era realmente belo. O calor em seus olhos lembrou-me vagamente de Sirius e percebi que sua perda ainda era dolorosa para mim, ainda que eu não tenha o conhecido tanto assim.

Olhei para Draco, ele estava sorrindo também, mas por trás daquele sorriso eu reconhecia certo ressentimento. Ele queria que o pai aceitasse suas escolhas. Queria dividir tudo com ele. Ver aquilo era a morte para mim e, de certa forma, eu era a causadora disso.





Suspirei, não deveria ficar pensando naquilo quando precisava relaxar. Senti uma dor no abdômen, mas era uma dor esperada, por sorte, hoje eu estava muito melhor do que no dia anterior. Meu corpo e meu humor não oscilavam tanto, os enjôos eram raros agora e finalmente eu conseguia manter algo em meu estômago.

Foi então que uma pessoa bateu na porta e minha mãe a abriu. Era Narcisa, que vestia um longo vestido negro e trabalhado.

–Merlin! Você parece uma princesa, Hermione – ela falou, visivelmente emocionada. – Mas não completamente... ainda. – acrescentou.

Eu não havia entendido, entretanto compreendi ao vê-la me mostrar uma caixa de veludo que trazia consigo. Ao abri-la vi uma tiara bela, era de cristal e trabalhada minuciosamente, com detalhes de flores. Era simplesmente linda.

Narcisa a colocou em meu cabelo, arrumando-a com cuidado e, depois, fitou-me nos olhos.

–Hoje é um dia muito especial, querida. – ela dissera, os olhos claros me lembraram os de Draco – Você e Draco serão muito felizes.

Então ela me abraçou e eu relaxei. Saber que a mãe dele aprovava nossa decisão já era ótimo e isto havia me deixado mais do que feliz.


***


Um bruxo alto e de cabelos grisalhos já estava posicionado no altar. Vários outros bruxos acomodavam-se em suas cadeiras e tomavam o champanhe que os garçons ofereciam.

Uma garota ruiva conversava animada com outra loira e eram ambas que cumprimentavam os convidados, deixando-os à vontade.

Um jovem loiro parecia nervoso e os amigos ao seu lado o olhavam, divertidos.

–Você deveria ter feito a despedida de solteiro. – Theodore falou.

–Para Hermione ficar histérica e me abandonar de vez? Não obrigado. – Draco Malfoy devolveu. – Céus! Onde ela está?

–Draco, relaxe. Se não quem terá um filho será você, não Hermione. – Zabini proferiu.

Surpresa tingiu a face de Draco e de Theo.

–Como você sabe? – Draco perguntou, visivelmente confuso – Eu não...

–Ora, por favor... a coisa mais fácil que existe é ler sua mente, mas só quando você está ocupado demais e esquece de manter sua oclumência.

Ele ficara sem palavras. Theodore soltou uma risada, agora aceitando a informação que acabara de receber.

Alguns bruxos vieram cumprimentar Draco, parabenizando-o pelo casamento e desejando felicidades. A celebração era íntima e os dois resolveram convidar poucas pessoas.

Um menininho agarrou a frente das vestes de Draco e o loiro percebeu que era Jean. Pegou-o no colo e começou a brincar com o menino.

–Hey, Jean, como você vai? – o loiro perguntou.

–Bem – o menino respondeu – Quero copo – falou em seguida, tentando pegar o champanhe do homem.

–Não. Não. Isso não é para um menino crescido como você. – Draco falou e olhou em volta, procurando algo para Jean – Mas isto é. – ele falou pegando o primeiro copo de suco de abóbora que viu.

O garoto pegou o suco, querendo ainda a bebida de Draco, mas não ousou pedir novamente.

Alguns minutos depois Jean quis sair do colo de Draco e voltou a correr pela sala, com as outras crianças. O menino era mais inquieto do qualquer outra criança que Draco já houvesse visto.

Uma melodia lenta começou a ser tocada e todos os convidados viraram-se para ver a noiva entrar com o pai. O Sr. Granger estava radiante com seu terno escuro, mas nada poderia ofuscar o brilho da filha. Hermione era, naquele momento, uma fada, bela como uma deusa. Seu vestido volumoso arrastava-se pelo chão, dando-lhe um ar principesco.

Draco já a esperava no altar e a ficava, embriagado pelo seu brilho.


I could stay awake just to hear you breathing
Eu poderia ficar acordado só para ouvir você respirando

Watch you smile while you are sleeping
Observar você sorrir enquanto está dormindo

While you're far away and dreaming
Enquanto você está longe e sonhando

I could spend my life in this sweet surrender
Eu poderia passar minha vida nessa doce rendição

I could stay lost in this moment forever
Eu poderia continuar perdido neste momento para sempre

Every moment spent with you
Todo momento que eu passo com você

Is a moment of treasure
É um momento que eu valorizo


A senhora Weasley já estava com um lencinho e enxugava uma lágrima de emoção ao ver a garota entrar com o pai. Hermione Granger era como uma filha, conheceu ela quando era apenas uma menininha e a vira crescer e madurecer, assim como Harry. Tratou-os como filhos, e intimamente sabia que os dois reconheciam-na como uma segunda mãe.

Mas a Sra. Granger, essa sim estava mais do que orgulhosa de sua filha, ainda lembrava-se dos momentos de sua infância, a descoberta de que Hermione era uma bruxa. Lembrava-se de vários momentos sua vida e desejava poder paparicar seu netinho mais do que fez com Hermione.


Don't wanna close my eyes
Não quero fechar meus olhos

I don't wanna fall asleep
Eu não quero pegar no sono

'Cause I'd miss you baby
Porque eu sentiria a sua falta, baby

And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada

'Cause even when I dream of you
Porque mesmo quando eu sonho com você

The sweetest dream would never do
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente

I'd still miss you baby
E eu ainda sentiria a sua falta, baby

And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada


Hermione, depois de percorrer o caminho até o altar, onde Draco a aguardava, sentiu-se ser inundada por um sentimento genuíno de felicidade. Deveria ser proibido sentir-se assim, porque ela nunca pensara que existiria um dia tão perfeito como esse.

Hermione também duvidava que estivesse casando-se com Draco. Ainda recordava que costumavam ser inimigos e, agora, não acreditava que ele era o grande amor de sua vida. Tudo começara com uma música... e com um teatro.

Assim que Draco estendeu seu braço para ela, quis beijá-lo, mas conteve-se. Ainda não era hora disso. Mas seus olhos azuis refletiam o mesmo sentimento.

–Senhoras e senhores, estamos aqui reunidos para celebrar a união de dois fiéis... – o bruxo idoso começou a falar.


Laying close to you
Repousando perto de você

Feeling your heart beating
Sentindo o seu coração bater

And I'm wondering what you're dreaming
E imaginando o que você está sonhando

Wondering if it's me you're seeing
Imaginando se sou eu quem você está vendo

Then I kiss your eyes and thank God we're together
Então eu beijo seus olhos e agradeço a Deus por estarmos juntos

And I just want to stay with you
Eu só quero ficar com você

In this moment forever, forever and ever
Neste momento para sempre, sempre e sempre


–Draco Black Malfoy, você aceita Hermione Granger como sua esposa?

Á alguns metros de distância, fora do salão, uma mulher isolada da festa fitava o loiro. Ninguém prestava atenção nele, todos estavam ocupados demais vendo o juramento dos noivos.

Mas ela tinha sua atenção apenas nele e arfou ao ouvir sua resposta.

–Aceito.


Don't wanna close my eyes
Não quero fechar meus olhos

I don't wanna fall asleep
Eu não quero pegar no sono

'Cause I'd miss you, baby
Porque eu sentiria a sua falta, baby

And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada

'Cause even when I dream of you
Porque mesmo quando eu sonho com você

The sweetest dream will never do
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente

I'd still miss you, baby
E eu ainda sentiria a sua falta, baby

And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada


–Hermione Jane Granger, você aceita Draco Malfoy como seu esposo?

–Aceito. – a castanha murmurou, sorrindo, sabendo que aquela era uma das maiores certezas de sua vida.

–Eu os declaro unidos para toda a vida. – o bruxo falou.

Mas antes que ele pudesse prosseguir a celebração, selando o destino daquele casal, Draco virou-se para Hermione. Ele pegou a mão dela e a olhou fundo nos olhos, encontrando as íris castanhas que tanto amava.

–Prometo a você, Hermione, ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe eternamente. Prometo não deixar a paixão fazer de mim uma pessoa controladora, respeitarei sua individualidade, e me lembrarei sempre que você não pertence a mim e que está ao meu lado por livre e espontânea vontade.

“Prometo saber ser seu amigo e seu amante. Prometo fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar. Prometo sentir prazer de estar ao seu lado e ser feliz pelo simples fato de você ser a pessoa que melhor conhece-me e, portanto, a mais bem preparada para ajudar-me, assim como eu a você.

“Prometo deixar que você conheça cada detalhe da minha alma. Prometo que seguirei sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para a falta de humor. Prometo que a amarei sem pudores, que farei filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de mim, e eu os educarei para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda.

“Prometo que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na minha vida, que saberei responsabilizar-me por mim mesmo sem ficar escravizado por outro e que saberei lidar com minha própria solidão, que casamento algum elimina. Prometo que serei tão eu mesmo quanto era minutos antes de estar aqui.


I don't wanna miss one smile
Não quero perder um sorriso

I don't wanna miss one kiss
Não quero perder um beijo

I just wanna be with you
Eu só quero ficar com você

Right here with you, just like this
Bem aqui com você, apenas assim

I just wanna hold you close
Eu só quero te abraçar forte

I feel your heart so close to mine
Sentir seu coração tão perto do meu

And just stay here in this moment
E só ficar aqui neste momento

For all the rest of time
Por todo o resto dos tempos

Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah!


Hermione deixou uma lágrima deslizar sua face e sorriu, desejando o loiro ainda mais. Aquele juramento era muito mais complexo e lindo do que uma simples promessa de amor. Então sustentou o olhar do loiro e também jurou, por sua vida.

–Eu o amarei, confortarei, honrarei e o protegerei, Draco, na doença e na saúde, na prosperidade e na adversidade; E renunciando a todos os outros, conservar-me-ei somente para você.

“Prometo amar-te com todo o meu ser, com todo o meu coração e com todo o afeto contido em mim, assim como já tenho feito desde que declararei amar-te. Respeitarei suas decisões do mesmo modo que respeitará as minhas e o apoiarei em tudo que necessitares. Prometo que nunca o deixarei cair e que sempre o auxiliarei a erguer a cabeça e continuar a andar, porque nem sempre a estrada da vida é fácil e já temos provas o suficiente disso.

“Prometo sim que sempre serei tua, e mesmo pertencendo a você, terei ainda minha individualidade e serei livre, como pessoa e como mulher, assim como você também o será, pois meu coração já é seu há anos e o seu próprio pertence a mim.

“Prometo ser forte e gentil e não o culparei pelas minhas próprias falhas e erros.

"Prometo ser sincera e estar sempre presente na sua vida, não até que a morte nos separe, mas sim eternamente, como dois pedaços de uma mesma alma, agora completados um pelo outro. E prometo, antes de tudo, ser a mesma pessoa que fui durante todos esses anos.


Don't wanna close my eyes
Não quero fechar meus olhos

I don't wanna fall a sleep
Eu não quero pegar no sono

'Cause I'd miss you, baby
Porque eu sentiria a sua falta, baby

And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada

'Cause even when I dream of you
Porque mesmo quando eu sonho com você

The sweetest dream will never do
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente

I'd still miss you, baby
E eu ainda sentiria a sua falta, baby

And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada


O bruxo finalmente ergueu sua varinha e fez um floreio, fazendo um brilho perolado surgir ao redor do casal e os enrolarem. Como um laço que não pode ser quebrado ou uma corrente lacrada por aquele juramento de amor e fidelidade.

Draco Malfoy e Hermione Granger estavam unidos, mais do sempre estiveram.

Seus lábios uniram-se um beijo romântico, impregnado de carícias e palavras ternas que não precisavam ser proferidas.


Don't wanna close my eyes
Não quero fechar meus olhos

I don't wanna fall a sleep
Eu não quero pegar no sono

'Cause I'd miss you, baby
Porque eu sentiria a sua falta, baby

And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada

'Cause even when I dream of you
Porque mesmo quando eu sonho com você

The sweetest dream will never do
O sonho mais doce nunca vai ser suficiente

I'd still miss you, baby
E eu ainda sentiria a sua falta, baby

And I don't wanna miss a thing
E eu não quero perder nada


Já na festa, Draco e Hermione valsavam, como se tivessem ainda dezesseis anos. Mas dessas vez ele sabia exatamente como dançar e ela não precisaria preocupar-se mais em ensiná-lo. Draco a conduzia perfeitamente e logo outros casais juntaram-se à dança.

Harry, ainda que não gostasse tanto assim de danças, não hesitou em puxar Gina com ele. Rony não acreditou naquilo, lembrando-se do Baile de Inverno. E também não conseguia acreditar que não tivesse coragem de ir até lá.

–Vamos dançar, Rony – Luna falou com sua expressão doce e o ruivo aceitou, ainda hesitante.

Pelo menos dessa vez a garota dançou decentemente a valsa e não como no casamento de Fleur e de seu irmão.

Hermione olhou por um segundo os casais ao seu redor e seu olhar sobre caiu em um em especial... Pietro segurava Emily em seus braços e os dois tinham aquele olhar bobo de adolescentes apaixonados. Ela rira e desejou que os amigos fossem felizes juntos.


***


Zabini saiu do salão,indo direto até o jardim da mansão. Sabia que a encontraria ali e fora o que acontecera.

Ali estava os cabelos negros que tanto conhecia.

Aproximou-se dela e sentou-se ao seu lado, surpreendendo-a.

–O que faz aqui, Zabini? – a morena perguntou.

–Isto sou eu quem deveria perguntar, Parkinson – ele falara.

Pansy desistiu, voltando a olhar o céu escuro.

–Eu te vi fora do salão... durante a celebração... mas você não deveria estar aqui.

–Não pode me dizer onde estar ou não.

Zabini resmungou, agora irritado.

–Por que não fez nada? Quero dizer... você poderia destruir o casamento deles.

–E deixar o amorzinho barato deles me humilhar? Não. Vou guardar minhas armas, Zabini, por hora. – Pansy falou, levantando-se.

–O que quer dizer...?

–Não importa o que eu quero dizer... – Pansy falou e aparatou em seguida, deixando o homem para trás, totalmente alienado de seus planos.

Zabini respirou fundo, pelo que conhecia de Pansy Parkinson, ela estava planejando algo.


*** 


Cerca de duas horas depois Draco já estava cansado daquele ambiente e resolveu fugir dos convidados, que insistiam em dar os parabéns a eles. Não estava mais sóbrio devido à quantidade de champanhe e wiskey de fogo que tomara. Puxou Hermione pela mão e a levou até o andar de cima, fugindo da festa como dois adolescentes.

–Você ainda não me contou qual a surpresa que estava preparando. – Hermione falou, enquanto ambos entravam numa sacada e davam de frente para o jardim, abaixo deles.

Draco abraçou-a por trás, sentindo seu perfume e ficando mais embriagado ainda.

–Gosta desse jardim, Hermione?

–É lindo. – ela falou, sorrindo.

–É seu. – Draco disse e Hermione virou-se para ele, assustada.

–O que quer dizer com isso?

–O jardim, essa sacada, o salão, essa mansão inteira. Tudo seu.

A mulher pensou que a bebida estivesse deixando-o louco, mas um segundo depois percebeu que Draco falava sério. Aquele lugar inteiro... era deles. Sem pensar, ela o beijou e a mão dele que já estava na cintura dela, abraçou-a mais ainda.


Don't wanna close my eyes
Não quero fechar meus olhos

Don't wanna fall asleep, yeah
Eu não quero pegar no sono

I don't want to miss a thing
E eu não quero perder nada


O loiro pegou-a no colo com uma agilidade incrível para alguém que tivesse bebido tanto álcool. Levou-a até alguns metros e abriu outra porta, dessa vez de um quarto. O quarto deles.

A sacada dava também para outros cômodos, mas naquele momento isso não importava para Draco Malfoy.

O loiro deixou o corpo de Hermione na cama, ainda sugando seus lábios com paixão. Ela puxou-o pela gravata, fazendo com que ele fosse para a cama também, deitando-se sobre ela. Com um movimento rápido ela livrou-se daquela peça, assim como da parte de cima das vestes de Draco, abrindo os botões de sua camisa, um a um.

Antes que pudesse perceber, ele virou-a na cama, ficando sobre o corpo dela. Retirou sua tiara e fez com que o cabelo dela ficasse solto, os cachos castanhos caiaram no travesseiro, desarrumados.

Ele continuou a tomar seus lábios, pouco preocupado com a festa no andar abaixo. Já fazia horas que a queria e deixar seus convidados não era tão insensível assim.

Hermione cravou suas unhas nas costas dele, deixando escapar um suspiro de desejo. Então ela virou-se, permitindo a Draco abrir o zíper de seu vestido e retirá-lo.

As mãos dele, tão alvas e maiores que a sua, provocaram um choque sob sua pele e a arrepiou. Ironicamente ela lembrou-se da primeira noite deles. Tão jovens e inexperientes. Tão despreparados. E ainda assim, fora uma das melhores noites que já tivera.

Draco distribuiu beijos em seu pescoço e desceu para o colo, depositando beijos quentes sobre seus seios. O corpo dela pedia pelo seu e encaixava-se perfeitamente no seu próprio. Um segundo depois Hermione estava com as pernas ao redor da cintura de Draco e ele tocava sua coxa com uma das mãos. Nunca havia desejado tanto. Ela cheirava a prazer e a cada beijo depositado na curva de seu pescoço era uma tortura. Doce tortura.

Era sorriu, sugando os lábios dele de forma voraz e sentindo cada vez mais o desejo dele aumentar. Queria-o, como nunca desejou nenhum outro.

Então Draco tocou sua feminilidade e invadiu seu corpo, sentindo prazer ao mesmo tempo em que explorava sua boca, tão sedutora e feroz. Ambos amavam-se e não precisavam mais de palavras. Conheciam o corpo um do outro. Conheciam o coração que guardavam no peito. E nenhuma palavra bastaria para descrever o doce e perigoso romance de Hermione e Draco Malfoy.

Eram opostos.

Ela a típica grifinória.

Ele o sonserino perfeito.

E ambos o casal mais improvável, mas ainda assim, o mais apaixonado.

Inatingíveis pelo tempo.

Inabaláveis às dificuldades daquele amor.



Obs: o Juramento do Draco e da Hermione foram baseados num texto de Mário Quintana.

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