31 agosto, 2012

[Incantatem] Amortentia

Se algum dia um belo príncipe lindo e de cinzentos olhos cruzar seu caminho, se ele lhe parecer um anjo em forma humana, com cabelos loiros espetados e um sorriso mais perfeito do que os céus... não se deixei enganar! Dê a ele um belo tapa de tirar seus olhos das órbitas!

Porque esse mesmo deus perfeito pode ser também um demônio, a forma humana da destruição, que irá varrer toda a segurança de sua vida.

– Rose, é sério... você não está normal – Albus falou pela centésima vez naquele dia e eu o olhei para ele fuzilando-o.

– Estou sim! – falei com raiva. – Eu só estou preocupada com os N.O.M.s. – resmunguei enquanto checava se meu livro de Aritmancia estava na minha bolsa.

Senti então alguém me puxar e enquanto Albus continuava a andar a minha frente, eu estava agora virando o corredor. Meu primo nem ao menos percebeu minha ausência. Que cara legal!

Olhei para o lado e vi um loiro idiota sorrindo idiotamente da forma mais estúpida possível.

– Bom tarde, Weasley! – Malfoy falou e eu tirei o braço dele da minha cintura.

– Não fale comigo quando houver alguém por perto! – eu rosnei.

– Não estou vendo ninguém – ele falou olhando para os lados e eu dei-lhe um tapa no ombro. – Nossa, mas como baixinha é invocada!

– Cale a boca! – falei e me arrependi, da última vez que ouvi algo desse tipo, aquele idiota me beijara. Eu ainda tinha pesadelos sobre isso e já fazia mais de uma semana.

Ele pareceu lembrar-se do ocorrido, porque um sorriso dançou em seus lábios, virei-me para a janela, onde podia ver o lago negro.

– Descobriu algo sobre di Angelo? – perguntei.

– Nada, ela esconde muito bem seus podres – ele falou irritado. – E por isso precisamos seguir com o resto do plano.

– A parte que eu finjo que gosto de Lysander e arranjo um encontro duplo com Lorcan e Camila, mas que plano inteligente! – reclamei sorrindo ironicamente.

Malfoy pareceu ainda mais irritado e ligeiramente cansado.

– Olha, Lorcan me odeia, se eu tivesse um pouco de amizade com ele, talvez eu conseguisse, mas não, quem fala com ele aqui é você.

– Eu não falo, eu falo com Lysander.

– Eles são iguais, tanto faz. – Malfoy falou não dando a mínima. – O passeio a Hogsmeade é no sábado, e você está enrolando demais nisso. Arranje o encontro!

– Eu. Não. Quero. Sair. Com. Lysander. – falei pausadamente e ele quase gritou de raiva.

– Seja expulsa então!

– Talvez eu prefira isso! – rebati e sai de lá a passos largos, mas ele me pegou novamente pelo braço e me jogou contra a parede.

– Não, você não prefere. – Malfoy falou e senti ele erguer sua varinha, pressionando-a em meu pescoço. – Eu tenho uma reputação a zelar e você vai fazer o que mandei, Weasley.

– Você não manda em mim! – gritei e o empurrei.

Sai de perto daquele estúpido quase correndo, a raiva crescia em mim a cada segundo. Quem ele pensava que era para me ameaçar daquele modo?


***


De olhos cinzentos.

De pele branquinha.

Garoto Slytherin.

Ferrando a ruivinha!


Eu cantarolei mentalmente enquanto fitava Lysander andar até mim. Ele tinha um olhar bobo na face e me olhava de forma completamente estranha.

– Oi Rose – ele disse, sua voz doce como algodão.

– Hm, oi – falei e percebi que ele estava nervoso, olhava-me como se... me adorasse? Não, era só impressão aquilo, definitivamente.

– Eu estava pensando, se você não tiver nada para fazer, bem, eu, nós... poderíamos ir a Hogsmeade juntos.

Meu-Merlin-amado. Olhei para o lado e vi Malfoy sorrir para mim, ele fazia força para não rir, e eu queria matá-lo. Ele enfeitiçara Lysander! Sonserino MALDITO!

– Lysander, eu acho que... – eu estava pronta para dar um fora nele, mas sua face estava se convertendo num careta de desesperança e tristeza. – Sim, eu vou – falei querendo matar a mim mesma. – Na verdade, talvez seja uma boa ideia você levar seu irmão também. Tenho uma amiga que adoraria vê-lo, acho que você entende isso, não é? – contestei dando-lhe uma picadela.

– Mas é claro! – o corvinal exclamou mais feliz do que um ganhador da mega-sena bruxa. – Até sábado!

– Até – falei sorrindo e Lysander virou-se para ir embora, imediatamente fui até onde Malfoy estava, puxei-o pela gola da camiseta e entrei na primeira sala que encontrei. Joguei-o com força lá dentro e fechei a porta.

– Hey, ruiva, cuidado! Essa camisa é cara, sabe? – ele resmungou e eu o ataquei, dando-lhe tapas.

Malfoy segurou meus pulsos e eu continuei me debatendo, até que o empurrei e nós dois fomos para o chão, na verdade eu no chão e ele, por cima de mim.

– Sai de cima! – eu gritei com raiva e ele continuou a me segurar.

Seus olhos cinzentos era incríveis, lindos demais para ser tão arrogante.

– Weasley, você é uma medrosa, eu só te ajudei, dei um empurrão e...

– O que fez com Lysander? – perguntei entre dentes.

Malfoy desviou os olhos e percebi que ele não queria responder a nada.

– MALFOY!

– Amortentia, ok? – Scorpius falou com raiva. – Eu dei Amortentia a ele.

– Você deu uma poção do amor para Lysander? Como diabos conseguiu alguma coisa minha? Você precisa do meu DNA na poção para ele se apaixonar!

– Seu cabelo, tinha um fio na minha camisa de quando estávamos na sala precisa – disse sorrindo e de forma canalha.

Era a primeira vez que ele falava algo sobre aquele dia, desde então nós dois estávamos ignorando o pequeno fato de que Malfoy me agarrara.

– Sai de cima de mim – falei quase sussurrando, me afundando no olhar dele, no seu cheiro tão perto de mim e seus lábios... – Malfoy, saia!

Não precisei falar novamente, ele enfim soltou minhas mãos e rolou para o lado. Deitou-se no chão, sua cabeça perto da minha, o perfume ainda próximo demais, asfixiante.

– Se você não sair com Lysander, então Camila não terá Lorcan e nós vamos morrer sem nossas varinhas, nada de N.O.M.s, N.I.E.M.s, empregos...

Fechei meus olhos, ele aparecia falar não comigo, mas consigo mesmo. E por um momento eu me sentia da mesma forma, mas como eu iria conseguir lidar com Lysander apaixonado por mim, mesmo que temporariamente? E quanto a Lorcan namorando Camila? Era muita coisa para eu lidar, e eu não tinha escolha.

– Isso que fez foi errado.

– Você nunca iria dar o primeiro passo.

– Mas foi errado! – repeti.

– Fiz isso por você, Weasley – ele sussurrou, me impressionando ainda mais. – Agora pare de ser uma chata ética.

Quis retrucar, mas ele levantou-se e ficou me encarando. Por mais ridículo que pareça, mesmo com todos os problemas que tínhamos, eu estava odiando-o menos.

Ele estendeu suas mãos e eu as aceitei, Malfoy era muito mais forte que eu, e levantou-me facilmente.

– Você pode pelo menos ficar com ele por algumas horas? – Malfoy perguntou-me. – Se ele tentar algo, eu estarei perto, ok? – o loiro foi dizendo e eu estava realmente impressionada.

Eu ouvira bem? Malfoy iria me proteger caso algo desse errado? Eu precisava urgentemente ver se eu estava com febre ou tendo ilusões.

– É, eu acho que posso fazer isso – falei sorrindo. – Até sábado, Malfoy.

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