12 agosto, 2012

[Magic and Mistakes] Friendship

Narração by Hermione



Os raios de sol vindos da janela perfuraram minhas íris quando abri meus olhos. Sentia-me excepcionalmente bem, mais até do que deveria. Um braço me envolvia pela cintura e percebi que estava nua, lembrei-me da noite anterior e sorri. Eu estava muito feliz. Virei-me para fitar Draco que dormia ao meu lado e me perdi em seu rosto e em sua expressão tão serena. Parecia lindo dormindo tão profundamente. Olhei para além dele e fitei minha cômoda, havia um relógio ali e me assustei quando me dei conta da hora.

Eu estava atrasada. De novo!

–Droga! – exclamei quando me livrei do braço de Draco e levantei-me, corri até o banheiro e tomei uma ducha rápida.

Mal pude aproveitar a água quente escorrendo pelo meu corpo, eu queria mais do que tudo não ter que trabalhar hoje, mas eu tinha que fazer isso, por isso logo saí do chuveiro e me enrolei na toalha. Fui de volta para o quarto, escolhi uma roupa qualquer que servisse para eu ir trabalhar e a coloquei. Olhei-me pelo espelho e me amaldiçoei ao ver que meus cabelos estavam horrivelmente desgrenhados.

Soltei um sonoro palavrão e quando fui pegar meu pente bati meu pé na perna na cama, gemendo de dor e raiva. Sempre acontecia isso em um momento crítico, principalmente quando o relógio era meu inimigo.

Com o barulho eu acordei Draco e ele fitou-me desorientado.

–Bom dia! – falei sorrindo e me aproximei dele, dando-lhe um longo selinho. – Dormiu, bem? – perguntei passando as mãos por seu rosto alvo.

–Maravilhosamente bem. – Draco falou me puxando de volta para cama e não resisti a seus lábios.

Ele me puxara exatamente para seu colo e estar tão próximo dele agora não me ajudaria em nada... mas o que eu precisava fazer mesmo? O que era tão importante a ponto de me tirar de Draco?

Deixei-o explorar minha boca com desejo e acariciar minhas coxas, já que ele praticamente estava tirando a saia de mim. Toquei seu abdômen com minhas mãos, sentindo seu corpo definido. Estava me perdendo mais uma vez e foi com uma incrível força sobrenatural que me lembrei do que estava fazendo.

–Tenho que trabalhar! – falei me desvencilhando antes que eu esquecesse novamente do meu objetivo e vi Draco resmungar.

–Por que não manda uma mensagem falando que está doente? – ele perguntou colocando os braços atrás da cabeça e me fitando nos olhos.

–Porque eu não estou. – respondi colocando meu sapato preto, básico e simples. – Draco, não quero começar com o pé esquerdo, preciso garantir uma boa impressão. Meu trabalho é diferente do seu, eu não posso simplesmente garantir-me pelo meu nome, porque tenho certeza, ninguém conhece os Granger. Mas os Malfoy...

–Não consegui meu trabalho apenas porque sou um Malfoy. – Draco falou e percebi que tinha o ofendido.

Sentei-me ao lado dele na cama e olhei para suas íris azuladas.

–Eu sei, Draco... – falei sorrindo – O que eu quis dizer é que você tem seu trabalho e já conquistou a confiança do seu chefe, senão não estaria tratando dos negócios no exterior, mas eu não. Eu cheguei a Londres agora e tenho que começar do começo. – disse e suspirei pesadamente ao terminar.

–Entendo... – Draco falou e percebi que ele mudara totalmente sua expressão, agora parecia mais feliz – Falando em trabalho, vou viajar amanhã e só voltarei no sábado.

–Tudo bem… – respondi não deixando transparecer minha tristeza com isso.

–E quero que me acompanhe em um jantar do Ministério, no sábado. – Draco terminou sorrindo maroto e eu quis protestar – Ora Vamos, Hermione. Você precisa se socializar mais...

–Ok. – respondi a contragosto, sabendo o quanto aquilo era importante. – Tem uma chave extra na primeira gaveta – falei apontando para a cômoda – fique com ela.

Levantei-me e o beijei pela última vez. Tinha que correr e encontrar um beco escuro ainda, para então poder aparatar.



::: :::



Entrei na minha sala e me assustei quando vi alguém ali, mas para minha sorte, era apenas Emily, minha colega do escritório. Eu a olhei e dei um bom dia.

–Tem sorte... O Sr. Sparks chega um pouco mais tarde... – ela falou colocando alguns papéis em cima da minha mesa. – Mas em compensação, o trabalho é maior hoje.

Senti o tom de voz desanimado dela e foi o que bastou para me deixar para baixo também. A parte boa era que eu não precisaria resolver nada fora dali hoje.

–Hermione?

–Sim?

–Eu... bem, eu soube que o ministro irá oferecer um jantar no sábado e, bem... seria ótimo para conhecer algumas pessoas da elite... e vejo o quanto injusto é isso, os novatos quase não tem chances de ir à essas festas.

Eu parei de fazer minhas anotações e a olhei. Será que ela me odiaria se soubesse que eu iria a esse jantar?

Mas antes que eu pudesse responder ouvi uma batida na porta e Emily falou um “entre”. Logo depois eu vi duas pessoas passarem na porta, um era mais alto, com seus cabelos ruivos se destacando e várias sardas no rosto, o outro era mais baixo, com cabelos negros e desgrenhados, bem como olhos incrivelmente verdes, além de uma cicatriz em forma de raio na testa. Quase pulei em cima deles de quanta falta que eu sentia dos meus amigos.

–Calma, Hermione… Vai acabar nos sufocando – Harry disse e eu afrouxei meus braços.

Permiti-me olhá-lo como não fazia a um bom tempo.

–Senti falta de vocês dois. – sussurrei olhando de um para o outro e só então me lembrei de que Emily ainda estava na sala.

Virei-me para ela.

–Emily, estes são meus amigos Harry Potter e Rony Weasley. – falei e em seguida a apresentei aos dois.

–Eu sei… - ela sussurrou incrivelmente surpresa e congelada pela presença dos dois, o que os deixava encabulados.

Era exatamente como eu me sentia às vezes.

A atmosfera ficou pesada e eu não sabia como quebrar o gelo, se de um lado Emily parecia impressionada, Harry e Rony estavam abobalhados com a aparência da minha colega.

Sua beleza era óbvia, seus cabelos loiros caiam em seus ombros em camadas, ondulando-se, seus olhos eram azuis. Seu corpo era esguio, tendo algumas curvas que com certeza atraía vários homens. Era o estereótipo de uma francesa e tinha em suas veias, o sangue de veela, o que fazia meus amigos quase babarem por ela.

–Então... – tentei destruir aquela situação – Como vai Gina?

Harry piscou os olhos duas vezes antes de perceber que eu falava com ele.

–Gina...? Ah sim, ela está ótima. Conseguiu uma vaga nas Harpias de Hollyhead como artilheira. – o moreno respondeu.

–Mamãe quer que almoce lá na Toca hoje. – Rony disse depois de uns segundos e eu assenti com a cabeça.

–Uma pergunta, Hermione – Harry falou agora sério – Já viu o Malfoy?

–Err, já. – eu respondi sentindo minha face ficar rubra. – Na verdade, reatamos nosso namoro ontem.

O que encontrei nos olhos dele fora indiferença, eu sabia que Harry não se importava mais com eu me envolver com o Malfoy, mas achei estranho a falta de reação.

–Tudo bem. – Harry falou distante – temos que ir.

Despedi-me deles e fechei a porta, quando me virei deparei-me com uma Emily arfante.

–Eu acabei de conhecer Harry Potter! – ela exclamou. – E Rony Weasley também... e por Merlin! Você namora Draco Malfoy?

Ela falava tão rápido que eu mal podia prestar atenção.

–Sim, eu namoro ele – respondi estreitando meus olhos – o único solteiro aqui, até onde sei, é o Rony, Srta. Emily Leroux. – falei divertida e vi ela sorrir marota.

No fim das contas talvez ela não fosse como todas as outras francesas.



::: :::



Narração by Draco



Aquela cama estava tão boa quanto a minha própria e o perfume dela estava impregnado no travesseiro. Eu tinha que levantar para organizar algumas coisas e dar uma passada no Gringotes, mas eu não estava com a mínima vontade. O mais engraçado de acordar no apartamento de Hermione é que parece até uma vida de casado. Acordar ao lado dela, beijá-la antes do trabalho, ter a chave dela.

Merlin! O que estou pensando? Não quero uma vida de casado, não agora. Nem ao menos temos idade para isso. Mal temos vinte anos.

Levantei-me e fui até o banheiro, lavando meu rosto com a água fria. Olhei-me no espelho, mas por mais que eu quisesse as ideias que eu acabara de ter não estavam saindo da minha cabeça. “Não, Draco Malfoy, você é jovem, tem um grande futuro pela frente. Mal para em Londres por mais de uma semana e seus pais não aprovariam.”

–O QUE DIABOS ESTOU PENSANDO? – falei alto demais, mas era improvável que alguém tivesse me ouvido.

Eu, na verdade, não me importava com a opinião dos meus pais sobre Hermione, minha mãe sabia perfeitamente que eu a amava e estava até aceitando os nascidos trouxas muito mais agora que não existia mais a guerra. Já meu pai... continua o mesmo velho de sempre e tenho certeza de que ele não mudará.

Mas casamento? Não... acabamos de retomar um namoro e, embora eu tivesse certeza de que queria viver com ela para sempre, não estávamos prontos para isso.

Comecei a rir... às vezes me surpreendo com as minhas próprias ideias e no quanto parecem ridículas.

Eu devia estar louco.

Me arrumei e coloquei minha roupa, não estava tão afim de descer e ter que passar pelo porteiro, Hermione tinha que fazer isso porque morava aqui, mas quanto a mim... ninguém daria por minha falta. Peguei minha varinha e aparatei nos portões da minha casa.



Estava de frente para o portão ornamentado e negro, dei um passo e eles abriram-se instantaneamente, como se tivessem reconhecido seu senhor. Andei até a porta da frente, mas percebi que minha mãe estava no jardim. E, não foi difícil para ela me ver.

–Draco... onde passou a noite? – minha mãe perguntou vendo-me com as roupas da noite passada.

Eu não sabia o que responder e apelei para a verdade.

–Com a minha namorada.

A reação dela, se não foi estranha, foi no mínimo, engraçada. Deixou a pá de jardinagem cair no chão e bater, fazendo barulho, quando meus olhos voltaram para ela percebi o espanto em sua face.

–Namorada...? – ela sussurrou como se não acreditasse. – Desde quando tem uma namorada?

Respirei com dificuldade e olhei o chão... Poderia dar uma desculpa dizendo que precisava dormir, mas eu não iria fugir, de qualquer forma.

–Desde, vejamos... ontem. – falei e percebi o quão idiota eu soei.

Minha mãe abaixou-se para pegar a pá e voltou-se novamente para mim.

–Quando vou conhecê-la?

Se eu estivesse tomando alguma bebida, com certeza engasgaria, mas para minha sorte, eu não tinha nada descendo pela minha garganta.

–Acho que você já... a conhece. – falei quase num sussurro e senti minha face esquentar, não conseguia olhar para seus olhos.

–Quem ela é? – mamãe falou aproximando-se mais de mim.

Hesitei. O que Narcisa Malfoy pensaria se soubesse que sua nora não tem sangue-puro?

–Estou namorando Hermione Granger, mamãe. – falei naturalmente e percebi a surpresa no rosto dela.

A verdade era que eu esperava por tudo, menos que ela sorrisse, o que, de fato, ela fez.

–Espero que a traga aqui logo, Draco. – Mamãe falou passando suas mãos no meu rosto e olhando-me nos olhos.

Eu sorri também e o alívio tomou conta do meu corpo, mas essa tranqüilidade desapareceu.

–Primeiro garanta que o papai não a insultará. – falei olhando para ela e soube que seria uma tarefa difícil.

Mas a luta valia a pena!



Subi para meu quarto e tomei um longo banho, estava relaxado e logo teria que começar a arrumar minha mala, mesmo que eu ficasse apenas alguns dias fora.

Lembrei-me da noite anterior. Do modo como dançamos, das nossas conversas, do quanto Hermione estava simplesmente linda. Não conseguia acreditar que a tinha para mim de novo. Não deixaria mais nada entrar em nosso caminho.

Sorri. Estava mais feliz do que supunha.

“Ah... Hermione...”



::: :::



Narração by Hermione



Estava tão animada que assim que vi Harry e Rony me esperando no átrio do Ministério para ir para a Toca, quase corri até eles.

–Vamos? – perguntei e eles assentiram.

Fomos até a parte de fora e entramos em um beco. Dei minhas mãos para Harry e Rony e aparatamos.

Senti meu corpo ser sugado, depois como se ele estivesse sendo empurrado em um cano estreito, para então sentir a grama fofa da Toca e poder respirar. O ar invadiu meus pulmões e logo vi cabelos incrivelmente vermelhos virem em minha direção. Gina me abraçou e me dei conta do quanto eu sentia falta da minha melhor amiga.

–Ah que saudades... – ela disse me olhando nos olhos. – Vamos para dentro, Hermione. E trate de me contar tudo!

Esse tudo eu já sabia o que era, com certeza Gina ficara mais do que interessada quando eu disse que fizera um amigo na Escócia.

Fomos até o interior da casa e a Senhora Weasley me recebeu com um de seus típicos abraços. O Sr. Weasley ficara no ministério, então ela estava somente com Gina ali, já que Jorge mudara-se para um quarto em cima das Gemialidades Weasley, no Beco Diagonal.

Segui Gina até o seu quarto, na verdade ela me puxara para lá.

–E então? Como está, Hermione? – a ruiva disse jogando-se na cama.

–Ótima. – respondi sentando-me em uma poltrona que vi.

–Não me venha com ótima... quem é esse seu amigo exatamente?

–Pietro? – perguntei fazendo-me de desentendida.

–Não. Merlin!

–Ok, ok. Ele tem 23 anos, é francês. Tem olhos verdes...

–E o conheceu como?

–Num dia quando saí do curso, estava andando em um parque e ele esbarrou em mim. Acabamos conversando, ele pagou um café para nós e, bem, acabamos virando amigos.



Flashback



Eu andava calmamente pela rua, acabara de sair de uma aula e precisava relaxar. Resolvi que seria ótimo dar um passeio em um parque que eu já vira várias vezes, mas que nunca havia ido. Enquanto arrumava as coisas em minha bolsa no caminho, eu peguei um caderno velho, lembrando-me do quanto eu gostava dele, era minha paixão desde Hogwarts escrever musicas e elas estavam ali, todas guardadas.

Esbarrei em alguém e caí, minhas coisas se espalharam.

“Desculpe-me” ouvi ele dizer e o fitei demoradamente.

O homem a minha frente tinha incríveis olhos verde-claros, olhos que me fizeram lembrar-me de Harry, mas o olhar desse estranho era o mais penetrante que já tinha encontrado. Seus cabelos escuros até a orelha e parecia ter um corpo atlético.

“Você está bem?” ele perguntou e desviei meus olhos,olhei para o chão e comecei a arrumar minhas coisas.

“Estou ótima, a culpa foi minha, estava distraída” falei e percebi que ele estava me ajudando ajuntar o que derrubei.

Quando acabamos eu coloquei tudo na bolsa, mas percebi que faltava algo. Olhei para o estranho e percebi que ele estava folheando meu livro de músicas.

“Eu me lembro da chuva no telhado naquela manhã. E de todas as coisas que eu quis dizer. As palavras irritadas que vem do nada sem avisos”

“Não é para você ler isso” falei retomando meu livro e olhando envergonhada para ele.

“Desculpe senhorita...?”

“Hermione Granger” respondi a ele educadamente.

“Sou Ernani Breine” ele disse, mas percebi uma irritação em sua voz “Me chame de Pietro, é meu segundo nome, prefiro ele.”

Achei isso engraçado e lembrou-me um pouco a Tonks e seu ódio pelo nome Nymphadora. Eram parecidos nisso.

“Quer tomar um café?” ele perguntou.

Era estranho e imprudente aceitar um convite de um desconhecido, mas eu simpatizara com ele e aceitei. Eu era uma bruxa e poderia me defender facilmente.



Fim do Flashback



Mas logo vi que eu não precisaria de proteção. Pietro tornou-se um bom amigo, pronto para me tirar do tédio do meu curso e me levar para festas as quais eu provavelmente nunca iria, mas que, na verdade, se revelaram muito divertidas.

E o melhor de tudo, eu não precisava esconder meu mundo mágico dele, Pietro era um bruxo excepcional e acabamos descobrindo isso depois de uns incidentes com magia.



Gina olhara para mim pensativa e quase adivinhei o que se passava na cabeça dela.

–Achou que eu tivesse algo com Pietro? – perguntei e Gina nem precisou responder o óbvio.

Revirei os olhos e me levantei.

–Gina, eu nunca deixei de amar o Draco. Não vai ser um estrangeiro que mudará isso. – falei divertida – E caso queira saber, eu tive um encontro com Draco ontem.

Se antes Gina estava quieta, agora eu a despertara.

–Como assim um encontro? O que aconteceu?

–Bem... – eu fiz uma cara misteriosa – ele – disse pausadamente e pude prever a cara de Gina se eu dissesse que terminamos definitivamente – e eu... – dei um sorriso sarcástico e completei – voltamos a namorar.

A ruiva quase pulou em meu pescoço por eu ter feito todo aquele mistério e deu um tapa em minha cabeça, claro que não deixei assim, peguei um travesseiro e taquei nela, quando percebi estávamos brincando como costumávamos fazer. Eu estava, finalmente, em casa.

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