Incantatem

Por que me afastar? Porque éramos inimigos e como tais nos odiávamos. Porque eu era uma Weasley e ele um Malfoy. E principalmente porque estávamos em guerra declarada!

Magic and Mistakes

Hermione volta a Londres depois de dois anos. Ela cresceu e já não é a garota de antes. A guerra contra Voldemort teve seu fim e, agora, nada impede ela de ficar com Draco Malfoy. Isso era o que ela pensava. Em meio às mudanças da sua vida, novo emprego e uma nova casa, perceberá que Draco também tem sua própria vida. No entanto, acabarão sendo um dos casais mais conhecidos do mundo bruxo, algo que não esperavam. As consequências de seus atos se tornarão mais perigosas. Magia e erros, porque nem sempre se pode prever o futuro.

Por Culpa do Destino

Seria certo passar por cima de uma guerra por amor?

Imperius

Ele me olhava com aquelas orbes cinzentas como se estivesse arrependido do que me fizera. Eu fora uma tola, uma estúpida e iludida, afinal, como diabos Draco Malfoy se apaixonaria por uma sangue-ruim, nem ao menos a maldição imperius causaria isso. - Deixe-me explicar - ele pediu, sussurrava, sua voz estava quebrada.

Inimicum

Hermione Granger por anos foi uma pessoa amarga e nunca soube ao certo a razão de Draco a abandonar. Agora ela é uma auror e ele um comensal, entretanto um encontro faz com que ambos voltem ao passado e segredos sejam revelados.

28 outubro, 2011

Cap. 2 - Senhora da Noite






Sem carro, suja e também descabelada. Essa era a minha imagem agora, porém eu não desejava voltar para casa tão cedo. E exatamente por isso eu entrava agora na casa de Ethan. Anunciar-me era desnecessário, não precisava chamá-lo, ele apenas me sentia, presença, cheiro e poder. Ethan era uma das poucas razões de eu ainda estar naquela cidade. Festas, bebidas e pescoços à vontade eram coisas tentadoras, mas apenas Kate e Lorena apreciavam isso com um prazer enorme ultimamente.
Entrei na sala e o vi no sofá, com uma mulher loira nos braços. Os lábios dele estavam sobre a pele do pescoço dela e o odor de sangue era intenso. A garota era uma humana linda, possuía curvas belas e um corpo realmente tentador para qualquer homem.
– A que devo a honra dessa visita tão deliciosa? – Ethan dissera dois segundos depois, afastando delicadamente sua boca ensanguentada da pele dela e lançando a mim um olhar sedutor, porém assim que viu meu estado ele simplesmente fitou-me indagador.
– Não pergunte – falei simples e direta, seguindo para outro cômodo e finalmente entrando no banheiro.
Larguei minhas roupas no piso frio e preparei meu banho.  Enfiei-me, então, dentro da banheira. A água lavou meu corpo, tirando todos os vestígios do acidente inoportuno.
Eu sentia uma ligeira vertigem, uma fraqueza anormal.
Será que eu dera muito sangue àquele homem?
Eu precisava alimentar-me logo, estava faminta e pela primeira vez em tanto tempo eu me incomodei com o cheiro que o sangue exalava. Eu podia quase sentir o fluxo daquele líquido no corpo daquela mulher na sala com Ethan, meus próprios lábios poderiam estar ali, degustando daquele alimento tão necessário e viciante.
Não! Isso era dependência demais. Eu não era mais essa pessoa, o que diabos estava acontecendo? Por que meu controle fugia tão facilmente?
 Levantei minha mão lentamente e gotinhas de água movimentaram-se juntas, formando uma só gota que levitava há alguns centímetros da minha mão.  
Magia.
Talvez esse fosse meu problema. Fitei meu reflexo na água e tudo o que vi foi meu rosto. Olhei atentamente, concentrando-me como eu costumava fazer há séculos. Não sabia porquê fazia isso, mas dizem que nada é por acaso e acredito fortemente nisso. Nesse mundo não existia acasos, apenas linhas interligadas, destinos traçados nas estrelas.
Lutar contra aquilo afetava gerações e mais gerações.
Saí de minhas divagações e observei meu rosto ser substituído por outro, os cabelos ali já não eram ruivos, mas loiros. A face da garota era jovem e alegre, com olhos azulados realmente penetrantes.
– Nick! – uma voz gritou.
Percebi que Ethan estava a minha frente, assustado. E segurava-me pelos ombros.
– O que diabos você está fazendo?
Percebi que eu havia agarrado meu pulso direito com a mão esquerda e o perfurei com minhas unhas. Agora a água estava pintada de vermelho. Ótimo, mais sangue perdido.
– Não é nada – comecei a dizer, saindo da banheira e procurando uma toalha por lá. – Eu preciso caçar.
Ele ainda olhava-me desconfiado, mas o que eu poderia fazer? Revelar meus poderes? Dizer sobre a garota misteriosa que eu vira?
Eu não fazia ideia de quem ela era, no entanto eu tinha certeza de que todas as sensações que eu sentira nos últimos dias foram por causa dela.
Sem que eu pudesse perceber, Ethan puxou-me na sua direção e fitou minha pele machucada, que agora se curava numa velocidade rápida.
– Nick – a voz de Ethan era doce e calma – o que está havendo? Eu a conheço há tanto tempo e nunca a vi dessa forma. Você é perfeita e nunca esteve tão suja e ferida quanto nesta noite.
Fitei o chão, incapaz de mirá-lo nos olhos.
– Não está acontecendo nada, Ethan.
Ele bufou e ergueu meu queixo com uma das mãos, forçando-me a encará-lo. Ele era alto demais, com olhos azuis que liam minha alma. Senti-me exposta, como se todos os meus segredos estivessem sendo lidos por aquele vampiro.
– Você é uma péssima mentirosa.
– Na verdade, meu querido, você que é incrível em descobrir mentiras.
Ele sorriu, era o tipo de reação que todo humano tinha e eu invejava aquilo ao ouvir minhas ironias e piadas. Ethan era mais novo do que eu e ainda não perdera suas emoções e sentimentos.
– Você ainda irá me dizer a verdade, Nick, mais cedo ou mais tarde – Ethan sussurrou e beijou minha testa levemente – é só uma questão de tempo.

***

Eu estava faminta. Acabara de entrar numa boate qualquer e minha vitima estava ali. Qualquer um serviria para mim agora. Comecei a fitar a todos e então senti uma fragrância conhecida.
Virei-me e dei de cara com Lorena rindo animada com um loiro bonitinho. Ele a fitava encantado e eu poderia jurar que Lorena o enfeitiçara com compulsão.
– Hey, Nick! Por que não se junta a mim e ao Luke? – Lorena falou piscando e rindo sedutora.
A minha amiga tinha um tipo de beleza óbvia e encantadora. Seus cabelos loiros eram enormes e caiam pelas suas costas, os olhos cinzentos eram vivos e lindos. Ela parecia uma princesa. O cara com ela, no entanto, parecia mais um bad boy qualquer, loiro, bonito, brincalhão, o tipo de cara que toda garota sonha em um dia ter. Sinto pena, até o final da noite sua vida seria sugada por Lory.
– Não desta vez, Lory – falei distraída, negando sua oferta e voltei a procurar alguém que me servisse de alimento.
Fui até o bar e sentei-me. Minha cabeça doía e eu precisava de sangue urgentemente.
Um homem sentou-se ao meu lado e ficou olhando-me com um sorriso idiota no rosto. Pelos poderes de Morgana! Eu tinha a maior sorte do mundo, eu queria paz e vinha sempre um para atrapalhar-me.
– Posso te pagar uma bebida?
“Claro, meu querido, será que eles vendem sangue?” pensei ironicamente e olhei para o homem, finalmente percebendo que sua presença poderia ser útil a mim.
Ele era um tipo de homem descontraído, vestia uma camisa social simples e aparentava ter seus trinta anos.
– O que acha de pularmos a bebida? – falei sedutoramente e sorri maliciosa.
Juro que quase caí da cadeira, eu queria rolar no chão de tanto rir, simplesmente porque ele mal conseguia acreditar no que eu dissera.
E ele não tirava os olhos do meu decote
– Hmm, certo, então o que quer fazer?
– Quero sair daqui, ir a algum lugar mais... privado. 
– Então vamos, princesa – o homem foi logo dizendo, oferecendo a mim sua mão e me levou até o lado de fora da boate.
Andamos apenas alguns metros até ele puxar suas chaves do bolso e me apontar seu carro. O estacionamento estava vazio. A música alta ainda tocava lá dentro e nenhum humano chegaria tão cedo até aquele lugar. Nada de câmeras. Nada de testemunhas.
– Acho que prefiro tomar um ar – falei em alto e bom som, caminhando lentamente até ele.
Meu salto batia no chão de leve e não fazia som algum. Ele não parava de olhar para minhas pernas.
– O quê?
– Quero aproveitar essa noite tão linda – sussurrei perto dele e beijei seu pescoço delicadamente.
Ele relaxou, aproveitamento aquele prazer repentino e rápido. E eu mordisquei sua pele. Ele mal percebeu quanto o mordi. Meus caninos perfuraram sua pele e o homem não teve tempo de reagir. Eu apenas o drenava rapidamente, sentindo a força voltar a circular pelo meu corpo.
– Pare! – ele gritou, tentando fugir, mas eu era mais forte.
Não existia mais fraqueza.
Todos deveriam alimentar-se, isso fazia parte do ciclo da vida.
Meu único crime é meu alimento proibido. No entanto, havia duas escolhas. O crime ou a morte definitiva.
– Descanse em paz – murmurei e peguei o corpo do homem, levando-o comigo.
Essa era a parte que eu mais odiava, ter que esconder seu cadáver. Se eu simplesmente o deixasse ali, eu iria expor não só a mim, mas a todos.
Kate. Lory. Ethan.
– Impressão minha ou você acabou de matar um cara? – uma voz contestou-me e virei-me instintivamente.
Lorena fitava-me com interesse e levemente surpresa.
– Sangue fresco é importante, Lory, eu já lhe disse isso antes.
– Eu me lembro, na verdade eu tomo isso como filosofia de vida, mas pensei que você tinha parado de consumir sangue fresco.
Lorena sorriu, lambendo os lábios e mostrando uma face de inveja, era óbvio que ela sentia o cheiro de sangue no ar.
– Eu nunca parei.
– Mas está se alimentando com frequência ultimamente.
– Vá divertir-se com aquele garoto, como era mesmo o nome dele? Luke!
– Luke não é alimento, Nick, é companhia!
– Certo, só não se esqueça de algo – falei aproximando-me da loira e a fitando uma seriedade incrível – Anthony pode ser um ser desprezível, mas tenho certeza que ele não aceitaria bem uma traição. Apenas não provoque nada perigoso, quero ficar em Noctem por mais algum tempo.
Lory arfou, percebendo que eu tinha razão e fitou-me com certa irritação.
Mas aquilo era a pura verdade, um vampiro traído era capaz de qualquer coisa e eu não queria ter que defendê-la eventualmente.
Noctem era uma cidade incrível, fácil de encobrir nossos passos e um ótimo lugar para encontrar diversão.
Senti uma movimentação atrás de mim e girei o corpo. Ethan estava a pouquíssimos centímetros e sorria para mim.
– Não discutam, meninas – ele falou totalmente sarcástico e exibindo a mim seus caninos. – Olá Lory – disse piscando safado e Lorena limitou-se a sorrir, totalmente enfeitiçada.
– Não apareça desse modo, Ethan – eu disse, perigosamente próxima demais dele. – Eu posso confundi-lo com um caçador.
Meu amigo arfou e percebi que ele ainda temia aquela palavra.
Todos temiam, caçadores eram o tabu de nosso mundo, a palavra proibida, a única que temíamos.
– Precisa para de dizer bobagens, Nick.
– E perder uma das poucas diversões que tenho? Vê-lo assustado como uma menininha é imperdível, meu querido.
Eu ri, virando-me para o cadáver no chão e suspirei.
– Eu livrar-me-ei dele, Nick, ou melhor, nós. Você vem comigo, precisamos conversar a sério.
Ethan Ward numa conversa séria? Isso sim era algo completamente novo! Olhei para o rosto de meu amigo e não havia brincadeira nenhuma em sua face, apenas uma seriedade que não lhe pertencia. Respirei, então, fundo e assenti.
– Nick – Lorena chamou-me e a fitei. – Há algo errado?
Se existia algo que eu realmente apreciava nela era sua preocupação. E isso também me assustava, era como ter duas personalidades diferentes, uma sórdida e outra puritana. Minhas amigas eram caixinhas de surpresa.
– Espero que não. – Falei e me despedi.
Ethan pegou o corpo e jogou em suas costas largas e então saímos de lá, deixando Lorena para trás com suas infantilidades e complexos de índole.
Finalmente meu poder retornara, nada como uma dieta apropriada.
No entanto, eu não fazia ideia do que aquele simples ato iria causar.
Eu acabara de cometer um erro, algo que afetaria minha vida e que me levaria mais perto para meu destino.
E agora Ethan estava ali, todo preocupado e misterioso, ele iria insistir no que acontecera na banheira?
Eu teria que contar sobre minhas visões?
E afinal, quem era aquela garota loira que eu vira no reflexo da água?
Uma alucinação?
Ou uma visão verdadeira?   







25 outubro, 2011

Cap. 1 - A estrada em que estou



Capítulo 1
A estrada em que estou


Primeiro uma sensação angustiante de dor e, em seguida, o relaxamento. Os lábios dele tocavam minha pele, seus dentes a perfuravam e o veneno entrava.
“Você é uma humana excepcional, Dominique” a voz dele era tão doce que me atordoava e ao ouvir suas palavras arrepiei-me ligeiramente.
Eu aceitara seu acordo, iria tornar-me um monstro sugador, algo que eu repudiara certa vez. Mas agora aquela oferta era tentadora, eu não queria a morte, queria a vida, queria a vingança.
A mão dele pousava na minha cintura delicadamente e eu secretamente sentia minhas faces coradas. Aquele homem era o começo da minha nova vida, no entanto, apenas uma página daquele longo livro que seria minha vida.
Se eu soubesse o que me aguardava, teria feito essa escolha?
Trevas e sangue estariam sempre comigo, como sempre estiveram. Fugir disso seria uma loucura, seria impossível.
No entanto esta história não é só sobre mim e minhas escolhas, há outras vidas mais trágicas e importantes do que a minha.
Eu nasci para manter o equilíbrio do mundo e esse era meu destino.
  
Abri os olhos, podendo então fitar o céu negro e todo sombrio. Já fazia horas em que eu estava ali, apenas fitando o pôr do sol e o cair da noite. Eu não entendia o motivo para eu ficar revendo tanto minhas lembranças. Escolhi as trevas séculos atrás e hoje ainda lembrava-me.
– Socorro!
Paz... por que eu não poderia ter isso? Fazia tanto tempo que eu não a possuía.
As estrelas brilhavam para mim, piscavam e pareciam belas através da minha visão privilegiada. Incrível, o céu era o único que não mudava. Nunca. Depois de eras a Terra era quase irreconhecível. Não havia mais nenhuma carruagem, armações nos vestidos ou bruxas queimadas em fogueiras.
No entanto, as pessoas continuavam as mesmas, ainda havia vícios, fraquezas e sentimentos patéticos e ilusórios.
– Alguém... por favor...
“Os tempos mudam, Srta. Armstrong” eu disse a mim mesma e entornei o copo de wiskey garganta adentro, saindo de minhas divagações enquanto fitava a noite através da janela do quarto.
Líquidos era a minha dieta, raramente algo sólido. E eu tinha que admitir, não me importava com isso. Alimentação era sem dúvida o meu último problema.
Até agora pelo menos.
Meu problema, no momento, tem nome e sobrenome. Katherina Bennett.
Os gritos da vítima de Kate preenchem a casa e se não estivéssemos a mil quilômetros da civilização estaríamos perdidas. Aquela barulheira era ridícula e se aquela garota humana não calasse a boca eu logo a mataria, antes mesmo que ela pudesse rezar por sua alma.
– Kate! – eu grito, obtendo a atenção da morena e ela logo aparece à minha frente.
– Sim?
Katherina era a vampira mais bela que eu já vira em toda a minha existência. Lábios rosados, longos cabelos negros e uma pele pálida e levemente corada nas maças do rosto. Eu ainda via humanidade nela, demais até.
E ainda hoje eu lembro-me de como a conheci, sedenta de fome, descontrolada e com medo de tudo e de todos. Kate era um perigo para si mesma décadas atrás.
– Livre-se da garota.
– Não estou com fome.
– Foda-se. Não sei qual o problema seu e de Lorena, enquanto você as prende, ela as tortura. Brincar com a comida não é algo tão bom assim!
– Acho que todos esses séculos fez mal a você, Nick – uma voz zombeteira falou.
Anthony chegou por trás de mim, tentando tocar minha cintura enquanto eu virava-me e o empurrava sutilmente com todo o desgosto que eu poderia sentir por uma pessoa.
Nada pessoal, mas se eu tivesse que passar toda a eternidade com ele, eu o mataria lentamente com uma estaca de madeira em seu coração, isto é, se ele ao menos tivesse um.
Nada pessoal, como eu já comentei.
– Meus séculos tornam-me uma vampira mais esperta e sexy, querido. Uma vampira mais poderosa do que dois de você – falei sorrindo cinicamente para aquele estúpido.
– Quanto mau humor, isso é falta de sangue.
Estaquei por um momento. Não, sangue nunca foi um problema. Mas havia algo errado ultimamente sim, uma estranha sensação tomava conta do meu corpo frequentemente. Algo que eu nunca sentira, nem mesmo quando eu ainda era uma humana.
– Livre-se da garota, Kate – repeti e saí dali.
“Use ao menos compulsão nela!” transmiti esse pensamento diretamente a Kate e ela assentiu discretamente.
Anthony não fazia ideia do quanto de poder vampiros poderiam ter. Tanto eu quanto Kate estávamos muito a frente dele, e também de Lorena. Katherina era bem mais nova e já dominava seu poder de hipnose, bem como o de ler pensamentos, habilidades importantes e obviamente úteis.
Lorena, no entanto, só desenvolveu sua compulsão, o poder de impor seu desejo sobre os outros, nada mais.
Anthony era novo, a cria mais recente de Lory e seu divertimento. Entretanto ficar perto daquele projeto de vampiro enojava-me. Tony era um ser desprezível demais!
Por que Lorena o transformara? Por que céus? Não bastava sugar toda a sua vida? Seria um belo trabalho à sociedade. E Katherina era tão boba que continuava secretamente encantada por ele.
Eu não a entendia.
Bufei, irritada, e respirei o ar puro da noite. Prestei atenção à brisa, à lua. Hoje era uma noite mística, noite de magia.
Quando me dou conta disso, percebo o quanto gosto das minhas habilidades em feitiçarias. É uma vantagem que ninguém pode tirar de mim, algo que nenhuma pessoa, em todo o globo desconfia. A não ser ele. Meu mestre.
Mestre... onde diabos ele estaria? Europa talvez, ignorando minha existência inútil como sempre o fez.
Tento não pensar nisso, pego meu carro e sigo para a cidade. Nossa casa sempre foi afastada, num lugar remoto e raramente frequentado. Isso era necessário para esconder nosso rastro, nossas vítimas. E ainda que eu pudesse correr e chegar rapidamente onde eu quisesse, eu não o faço. Não. Eu prefiro agir como uma humana.
A estrada está escura e sombria como sempre, nenhum carro à vista, nada no meu caminho. Olho-me pelo espelho, dou de cara com olhos azulados.
Cabelos avermelhados.
Pele branca demais, como um cadáver.
Pupilas privilegiadas com uma visão incrível.
Caninos selvagens.
Anormal, era o que eu era, o que não necessariamente significava que eu odiava minha aparência diferente. Poderia me passar facilmente por uma colegial ou uma modelo, mas destaque nunca foi algo que eu procurei. Destaque fora, ironicamente, meu maior problema e a única razão para eu hoje ser o que sou.
“Esqueça o passado, Dominique!” exigi de mim mesma fechando os olhos por um instante.
Não valia a pena lembrar-me daquela época.
Constato isso e abro os olhos rapidamente, e ainda que eu fosse o ser mais rápido em toda a face da Terra, eu não poderia impedir que o impacto acontecesse.
Malditos instintos enfraquecidos, mal consigo ouvir as rodas do outro veículo cantarem na estrada, só consigo virar o carro, mas é inútil.
Com tamanha velocidade o automóvel capotou e senti algo perfurar meu corpo. Um metal furara meu braço, atingindo até mesmo o osso e eu grito de dor.
Sentimentos e sensações, nos vampiros, são ampliados em 100%, é o que dizem.
E odeio isso naquele momento.
Dou um chute na porta e destruo mais ainda o carro, chorando por dentro ao ver minha belezinha destruída. Há sangue meu em tudo quanto é lugar e meu braço dói demais. Olho ao redor e encontro o outro veículo, vou até lá em passos largos somente para procurar o infeliz, corno e idiota que entrou no meu caminho e destruiu meu Porsche, minha preciosidade de 1955.
O outro automóvel está amassado do lado do passageiro e toda a parte da frente, destruída.
Olho pela janela e tudo o que vejo é uma cabeleira negra sobre a face dele.
E então sinto.
Batidas fracas.
Quase extintas, vindas do coração daquele desconhecido.
Puxo a porta rapidamente, desprendendo-a e abrindo-a, percebo que ele está desacordado.
Tiro-o de lá, não me importando com primeiros socorros ou uma possível espinha quebrada.
Ah, Dominique, você é uma estúpida!
Coloco-o no chão e paro para pensar. Eu causei isso, fiquei pensando sobre meu maldito passado e esqueci a estrada.
Mas ninguém vem até aqui!
Entretanto eu fora uma imbecil. Humanos eram frágeis demais, qualquer deslize meu poderia matá-los.
Por que diabos carros existiam? Eu não poderia atropelar ninguém com uma carroça, seria bem mais fácil para não ferir alguém!
Não seria?
Cavalos também, eu poderia ouvi-los de uma distância enorme.
Mas carros não.
Malditos instintos, por que estão falhando?
Isso não deveria acontecer. E nem esse acidente.
Tum-tum. Tum-tum.
As batidas são mais fracas a cada segundo.
Olho suas feições duras, de dor. De novo aquela maldita sensação angustiante vem até mim. O que isso quer dizer? Se ao menos Erik estivesse aqui ele talvez soubesse me responder.  
Ajoelho-me, fito sua pele morena, a barba por fazer.
Sem pensar eu mordo meu próprio pulso e forço meu sangue a entrar na garganta daquele homem, isso o manterá vivo e o curará completamente, remendará até o último osso quebrado que ele possuir.
Não sei seu nome, seu passado. Nada.
Só tenho a certeza de que ele não será mais uma vítima minha, nem morrerá.
Não, meu querido, você não devia ter cruzado meu caminho, mas, por sorte, restituo-lhe a vida.
Posso não ter minha humanidade, mas também não tomarei a dele.
Limpei delicadamente meu sangue em sua boca.
Os olhos abrem-se, revelam-se castanhos, lindos.
Mas ele não me vê, ainda que eu esteja bem a sua frente, uso minha magia. Olhos humanos não podem ver uma vampira invisível, mas ainda assim ele olha bem nos meus olhos e sinto medo de que talvez ele possa me ver.
No entanto é apenas uma impressão. Aquele desconhecido nunca seria capaz daquilo.
Levanto-me e logo já estou longe, ignorando os gritos dele à procura de alguém, bem como seus pensamentos confusos.
“O que diabos aconteceu aqui?” ele perguntou-se, e eu sorri internamente diante daquele situação.
Acabara de dar meu sangue a um homem que eu nunca mais veria e agora estava fraca, sozinha e precisava de sangue. Era irônico isso, para salvá-lo, eu deveria condenar alguém à morte.


24 outubro, 2011

Prefácio


Cidade de Sangue
Prefácio


Quando ela era apenas uma menina ouvia histórias horríveis de feras amaldiçoadas e carnificinas. Nunca foi o tipo de criança que se contentava em ouvir canções sobre princesas encantadas. Não. Ela gostava das criaturas da noite.


– Pare!


A voz do homem pediu e ela limitou-se a sorrir, exibindo-lhe um sorriso de sangue. Delicioso sangue fresco, era o único pensamento daquela mulher.


– Hey! Olhe só o jornal, é aquele cara de ontem na manchete, Nick


Um erro foi cometido pelo ser mais perigoso.


– A grande Dominique cometeu um erro!
– Cale a boca, Lorena!


Regra um: nunca se exponha aos humanos.


– Idiota, acha-se a melhor só porque é mais velha, que raiva!
– Mas ela é a melhor!


Regra número dois: fuja enquanto pode!


– Como é que é? Caçadores aqui?


Nunca caia nas mãos “deles”


– Pegaram Anthony!
– Deixe-o para trás, Kate!


Nunca seja indefesa


– Quem é essa garota?


Nunca mostre fraqueza


– Você aí, traga-me um café.
– Não sou sua empregada, querido.


O anjo das trevas está por perto


– Você de novo? Anda me perseguindo é isso?
– Eu não persigo ninguém, a menos que eu realmente precise.


Mais forte


– Você viu o rosto dela, Blake?
– Não, não vi.


Mais rápido


– Está decaindo por acaso, Evans? Você é o líder dessa ordem, então haja como um!


Elas eram monstros


– Esse aqui é meu! A positivo é o meu preferido, desculpe meninas...


Cometiam todo o tipo de maldade


– Olhe esse pescoço, como é delicioso!


Cada uma mergulhada em seu próprio inferno


– Vá embora!


Uma cedia à inveja


– Por que diabos eu tenho que obedecê-la?


Outra mergulhava na insanidade


– Eu o vi, Nick, juro que o vi!
– Mas ele está MORTO!


E a terceira brincava com fogo


– Já ouviu falar no termo amigos com benefícios?
– Eu não sou sua amiga, Blake.


Uma escolha deve ser feita


– Esse lugar é simplesmente... lindo.


Escuridão


– Você é linda.


Ou luz?


– Há algo que eu preciso dizer.


Armadilhas


– Você MENTIU!


Consequências


– Onde está sua lealdade, Evans?


Poder


– Erik? Mas o que está fazendo aqui?


Laços de sangue


– Esqueceu-se do nosso trato, Dominique?


Magia


– Você não pode me deixar sozinha, Nick. Eu estou com medo.


Lágrimas de um demônio


– Onde ela está?


Morte


– Blake!


Medo


– Desista, ela não foi feita para amar.





Eu estou caindo aos pedaços, mal estou respirando
Com um coração quebrado que ainda bate
Na dor ainda há cura
Em seu nome eu encontro significado
Então eu estou aguentando, estou aguentando, estou aguentando
Eu apenas estou me segurando em você



21 outubro, 2011

Cidade de Sangue



Cidade de Sangue
História Original por Beeh Garcia
Classificação: +18
Romance/Horror/Drama


Sinopse:
O que você faria se um monstro o encarasse nos olhos?
O que faria se esse mesmo monstro tivesse nome e fosse mortalmente belo?
Três amigas, cada uma tão perigosa quando a escuridão da noite.
Hesitação nunca foi uma especialidade delas e por um deslize quase se denunciam a “eles”.
Nick, a vampira mais velha, poderosa e controladora, dona de si e cheia de mistérios.
Lorena, a linda e esbanjadora loira, amante do perigo e incontrolável.
E Katherina, única, inconstante e perturbadamente bela.
Um passado negro as persegue, sonhos com fogo e trevas, sangue e amores antigos e novos.
O tempo é inútil e as consequências de seus atos virão à tona.
Três garotas desafiando seus limites, a razão e tudo o que encontram pela frente.
Três vampiras encantadoramente belas... e perigosas, descobrindo que talvez caninos afiados não sejam tão assustadores quanto parecem, porque quando as luzes apagam-se, a cidade é pintada de sangue.


Em breve!