Incantatem

Por que me afastar? Porque éramos inimigos e como tais nos odiávamos. Porque eu era uma Weasley e ele um Malfoy. E principalmente porque estávamos em guerra declarada!

Magic and Mistakes

Hermione volta a Londres depois de dois anos. Ela cresceu e já não é a garota de antes. A guerra contra Voldemort teve seu fim e, agora, nada impede ela de ficar com Draco Malfoy. Isso era o que ela pensava. Em meio às mudanças da sua vida, novo emprego e uma nova casa, perceberá que Draco também tem sua própria vida. No entanto, acabarão sendo um dos casais mais conhecidos do mundo bruxo, algo que não esperavam. As consequências de seus atos se tornarão mais perigosas. Magia e erros, porque nem sempre se pode prever o futuro.

Por Culpa do Destino

Seria certo passar por cima de uma guerra por amor?

Imperius

Ele me olhava com aquelas orbes cinzentas como se estivesse arrependido do que me fizera. Eu fora uma tola, uma estúpida e iludida, afinal, como diabos Draco Malfoy se apaixonaria por uma sangue-ruim, nem ao menos a maldição imperius causaria isso. - Deixe-me explicar - ele pediu, sussurrava, sua voz estava quebrada.

Inimicum

Hermione Granger por anos foi uma pessoa amarga e nunca soube ao certo a razão de Draco a abandonar. Agora ela é uma auror e ele um comensal, entretanto um encontro faz com que ambos voltem ao passado e segredos sejam revelados.

23 setembro, 2012

[Incantatem] Maldito Malfoy!


O inverno se aproximava rapidamente, setembro já havia partido há muito e outubro já beirava seu fim. Eu sentia o vento frio bater em meu rosto e realmente não dava a mínima para isso. É claro que eu ficaria uma fera se tivesse que permanecer ali naquele ar gélido, com ventos destruindo meus cabelos ainda mais, entretanto era mais do que difícil me importar com algo.

Não quando Hogwarts tinha mais um casalzinho feliz, não quando Lorcan caia de amores por di Angelo. E principalmente, não quando meu inimigo resolvia brincar comigo.

Olhei para os campos da escola, alguns alunos aproveitavam os últimos momentos que poderiam desfrutar no lago negro, antes que o próprio estivesse terrivelmente frio, ainda era sexta, mas todos estavam cheios das aulas. Vi Camila sorrir enquanto tinha os pés na água e Lorcan a abraçando por trás, beijando-lhe delicadamente a face. Reprimi minha raiva, minha angústia e tudo o que corroia-me por dentro e voltei-me novamente para meu livro.

Mas não pude ler mais do que dois parágrafos, ouvi passos perto de mim e alguém surgiu ao meu lado. Eu estava encostada numa das árvores e o recém chegado sentou-se ao meu lado. O silêncio continuou e isso me irritava profundamente.

– Lysander, fala alguma coisa! – eu exigi incapaz de continuar lendo.

– O que eu falo, Rosie?

– Qualquer coisa. – repeti.

– Esse livro é avançado demais para você.

Ok, esse era um comentário que eu não esperava, mas muito melhor do que perguntar sobre o meu dia ou falar do tempo.

Eu ergui uma sobrancelha, sabendo que ele era tão mais inteligente que eu.

– Na verdade não, é simples demais – respondi.

– Você me assusta, às vezes.

O silêncio continuou e eu me peguei encarando Lorcan novamente.

– Sobre o que aconteceu...

– Eu não quero fazer sobre Hogsmeade.

– Já faz duas semanas isso! Eu não aguento mais você me evitando pelos corredores.

Levantei-me estressada já, era óbvio que eu não estava pronta para ouvir Lysander ou qualquer um, tampouco assistir a ceninha de Lorcan e Camila no lago negro.

– Tenho que ir, minha aula de aritmancia é em alguns minutos – falei já me virando, mas não pude dar nenhum passo, Lysander segurou minha mão, e esse simples toque lembrou-me de dias atrás, de suas palavras, de seu beijo.

– Rosie, me ouça! – Lysander pediu. – Eu não sei o que aconteceu comigo, minhas lembranças parecem nubladas, difíceis de serem acessadas, mas eu me lembro de tudo, e estava realmente falando sério naquele dia.

– Lysan...

– Rose, eu não paro de pensar em você!

Céus! Malfoy lhe dera uma poção concentrada demais, ou aquilo era realmente sério. Bem vindos ao programa: Tirando uma com a cara de Weasley.

Tudo o que eu queria era Lorcan.

Mas ironicamente, Merlin me dera Lysander. Uma troca quase justa, se eu não estivesse apaixonada pelo outro gêmeo.

– Rose, venha comigo no baile de Halloween – ele pediu e eu fora pega de surpresa.

Era a primeira vez que isso acontecia, um baile de Hogwarts que eu iria, e eu não esperava convite algum.

– Lysander – seus olhos brilhavam com tanta intensidade que eu não sabia como resistir.

Tão parecido com Lorcan, mas completamente diferente na essência.

– Eu vou – respondi totalmente vermelha. – Eu preciso ir – falei me desvencilhando e indo apressada para dentro do castelo. Assim que entrei no hall encostei-me à parede, tomando fôlego, tentando em vão organizar meus pensamentos.

Eu ria no baile com Lysander, isto já não era um efeito de uma poção do amor, e também não fazia parte do tratado com Malfoy. Eu não precisava continuar com o corvinal, mas estranhamente ali estava eu aceitando que ele entrasse na minha vida.

Maldito Malfoy! Maldito dia que eu fui dar uma de duelista profissional e resolvi atacá-lo! Maldito feitiço! Maldito mundo que me odiava! Maldito Malfoy que não morria!

Eu sentia vontade de matar aquele estúpido sonserino, principalmente pelos males que ele me causava, e eu não iria permitir que ele continuasse a me afetar. Não precisava mais de Malfoy. Eu estava a salvo, Camila não iria dedurar a mim afinal.

– Ora se não é a nerdizinha – alguém comentou e eu ergui o rosto.

Eu fitava a minha frente um garoto alto, moreno e com lindos olhos esverdeados. Porém sua gravata desarrumada também era verde. Eu o reconheci, eu já tivera algumas aulas com ele, porem não lembrava seu nome.

Fiz menção de sair dali, mas o garoto não permitiu.

– Sabe... eu realmente penso que as “santinhas” são as melhores, ainda não pude descobrir isso.

– Me deixe ir – ordenei com raiva e ele riu cinicamente.

– Para que, Weasleyzinha? A brincadeira está tão legal.

Uma das mãos dele pousou em minha cintura e ele deu um passo para frente, no que eu dei um para trás. No entanto percebi que minhas costas encontraram já a parede.

– Me solte! – eu falei empurrando-o, mas ele era forte demais.

Eu adoraria dar um abraço em qualquer um que me salvasse dessa cena, realmente adoraria! Daria ao meu salvador o maior abraço do mundo, um parecido com o de minha vó Molly.

O que acontecera com os garotos de Hogwarts? Havia por acaso uma campanha do tipo “Conquiste Rose Weasley”? Por que todos estavam querendo algo comigo, menosLorcan?

– Liam! – uma voz dissera e o garoto moreno parou, olhou para trás rapidamente e levantou uma sobrancelha, confuso.

– Sim, Scorpius?

Ok, eu retiro o que disse, eu NUNCA abraçaria aquela cobra nojenta!

– Saia de cima da Rose.

– Hein? – o moreno estava mais confuso ainda.

ROSE? ROSE??? DESDE QUANDO ELE ME CHAMAVA DE ROSE? O QUE ACONTECEU COM WEASLEY?!

Eu estava pronta para amaldiçoá-lo, mas o sonserino moreno, o tal Liam, recuou.

– Você disse que ela era apenas mais uma. Disse que a odiava – Liam falou, cada vez mais desconfiado, até que sorriu de forma canalha, talvez entendendo algo que eu não compreendia.

– Liam...

– Não precisa falar mais nada – o garoto falou e lançou um olhar para mim. – Eu já entendi tudo. E Weasley – ele se aproximou novamente, seus lábios próximos demais do meu ouvido. – Não leve para o lado pessoal, eu estava apenas... testando algo.

E em seguida deu passos para longe de mim, achando-se o cara mais inteligente da face da Terra. Olhei para Malfoy e ele exibia uma expressão de raiva, seus punhos estavam fechados, fazia uma força imensa para não socar o outro, e então me lembrei. Liam Davies! O melhor amigo de Scorpius. Opa! Scorpius não! MAL-FOY. O que eu não entendia era essa pequena discussão e tensão entre os dois, como se houvesse uma peça naquela história que eu não conhecesse.

– Rose...

– Não me chame de Rose – falei e dei-lhe as costas, começando a andar quase que correndo para a minha próxima aula.

O filhinho de Barbie me seguiu, acompanhando meus passos rápidos.

– Me deixe em paz – supliquei já cansada de seus joguinhos.

– Eu também preciso estar na aula, sabe? – o loiro disse. – E você não pode me evitar para sempre.

AH, EU PODIA SIM! Quer apostar, feioso?

– Por que não vai lamber merda, Malfoy?

– Nossa, Weasley, que humor horrível.

– Quer humor? Vá num stand-up.

– Aonde?

– Ai, Malfoy, apenas me deixe em paz – falei e alcancei a sala, abri a porta com uma força que não era necessária e fiquei o resto da aula ignorando o projeto de Ken.

Mas ele nunca me deixaria em paz. Um passarinho pousou na minha mesa, um pássaro-bilhete. Abri e reconheci sua caligrafia fina.

“Desculpe-me”

Eu imediatamente rasguei o pergaminho, mas outro viera até mim.

“Pare de agir como uma gata fazendo manha. Pare de ignorar-me”

Rasguei novamente.

“Você me ama, Weasley”

Dessa vez o fulminei com o olhar e percebi alguns alunos me encarando, curiosos. Scorpius apenas ria, divertido com a situação. Maldito!

Outro pássaro viera, mas eu o rasguei sem ler, e assim foi até o fim da aula, eu ignorando-o e escondendo os bilhetes da professora e ele mal se importando se ganharíamos alguma detenção se fôssemos pegos.



***



Eu amava Hogwarts! De paixão! Mas a odiava quando a temporada de jogos de quadribol começava. Sábado! A escola se transformava numa arena, os garotos viravam verdadeiros paranóicos e viciados em apenas vencer, todos queriam a taça e pelo o que eu sabia, nos últimos anos os jogos estavam realmente acirrados.

Albus andava de um lado para outro, e isso já estava me irritando, ok, ele era um dos artilheiros, o melhor em décadas, mas não precisava ficar nesse estado nervoso sempre que fosse jogar. Fred por outro lado parecia relaxado demais, com uma garota do meu ano simplesmente enfiando a língua na garganta do meu primo.

Roxanne por outro lado escrevia num diário velho, mal se importando com o jogo que enfrentaria daqui a pouco.

– ALBUS! – eu gritei com raiva e meu primo olhou-me assustado. – Pare já de ficar andando que nem uma barata tonta!

Um grupinho de alunos riu e meu lindo irmão estava gargalhando de tanto rir.

– Rose, você pareceu a mamãe agora – Hugo falou e Lily riu mais ainda.

– Vou mostrar quem parece a mamão, seu pirralho! – eu gritei indo atrás do moleque e ele correu para trás de James. – Sai da frente.

– Rose, minha querida prima...

– EU DISSE SAI, JAMES!

– Alerta TPM, pessoal! – Potter gritou e eu tive vontade de dar-lhe um soco bem dado no nariz. Toda sua descendência teria um nariz torto, pelo resto da eternidade se eu o fizesse.

Eu fui para cima dele, mas percebi Nick e Molly me segurando. As duas me levaram para fora da sala comunal, onde eu ainda espumava ódio.

– Rose, minha linda prima... – Dominique começou, lançando a Molly um olhar cúmplice. – O que está acontecendo com você?

Eu olhei de uma para outra e percebi o olhar malicioso em ambas as faces.

– Nada!

Isso não pareceu convencê-las, definitivamente.

– Acho que seu problema tem nome e sobrenome.

– James Potter? – eu falei como se fosse óbvio.

– Acho que seu problema não pertence a grifinória. – Molly falou.

Na verdade, meu problema tinha é várias caras, vários nomes e eram mais complicados do que qualquer um poderia imaginar, isso sim.

– Que? – perguntei automaticamente, mas vejamos bem, esse “que” fora o mais cínico que já falei em toda a minha vida. Eu entendera a indireta de Nick, eu sabia que ela sabia algo sobre mim e sobre o que acontecera comigo nos últimos dias, o problema era que eu não fazia era ideia do quanto aquelas duas conheciam.

Que, a melhor pergunta do mundo. Se você quer tento para pensar, apenas o use.

– O nome Lysander Scamander lhe diz algo? – Nick perguntou.

– Desde quando gosta de Lysander? – Molly falou agora com os olhos brilhando.

– E Lorcan?

– Você vai com ele para o baile?

Ok, ok, okay! “QUE” NÃO ERA A MELHOR PERGUNTA MAIS!

Eu as ignorei e comecei a andar na direção do campo, as arquibancadas começavam a se encher de alunos e o time logo estaria nos vestiários. Mas nada eram flores na vida. Elas me seguiram.

– Rose! Me conte tudo!

– Eu sai com Lysander, fui a Hogsmeade com ele.

– Então ele era o cara misterioso! – Molly deixou escapar.

– Sim, era.

– E então? E como foi lá?

Resumidamente? Lysander me beijara, dissera que me amava, Malfoy resolveu dar as caras, teve uma crise de ciúmes suspeita, que até agora eu não entendia, ele me humilhou como sempre, tendo em vista que ELE armou aquele encontro, ELE me fez cair naquela chantagem da di Angelo e ELE me convenceu a usar os gêmeos Scamander, o que me fazia sentir-me o mais suja possível e bem, ELE também me beijara impulsivamente e acabamos os dois numa cama, num clima para lá de estranho e eu tinha a maior prova de que minha vida era uma comédia e que Merlin estava se divertindo às minhas custas.

Eu respondi isso para minhas primas? Obviamente que não. Eu dei uma resposta à la Rose Weasley, sem graça, simples, direta, sem Malfoy envolvido.

– Foi legal.

As duas quase me bateram com essa resposta, mas eu me afastei delas.

– Não é hora para isso, meninas! Vamos, quero pegar um lugar bem na frente para ver o Albus.

Elas até tentaram me conversar a contar algo e só faltaram soltar suspiros quando Lysander me viu e me mandou um “oi” rápido.

– Ai, não acredito, Rose! – Nick suspirou.

– Cala a boca – disse estressada e achei um lugar na primeira fileira, bem próxima do campo.

Não demorou quase nada para os jogadores começarem a entrar, um de cada vez, primeiro a grifinória, com uma musica animada e contagiante. Albus sorriu para mim e depois o perdi de vista.

Depois disso foi a vez da sonserina, a musica transformou-se, era animada, mas sombria, digna da casa que agora entrava. Vi Malfoy voar rápido perto de onde eu estava e percebi ele mandar-me uma piscadela. Olhei para os lados, mas ninguém notara aquilo, para minha sorte.

E um dos jogos mais aguardados agora começava.

Claro que Malfoy tinha que ficar se exibindo, marcara em menos de meia hora cerca de 100 pontos, sozinho, a grifinória ainda liderava o placar, mas era apenas uma questão de tempo até que a sonserina nos alcançasse. Um cara enorme, um dos batedores, estava super inspirado e queria derrubar os jogares de suas vassouras nem que isso custasse sua vida, pelo menos era assim que eu via.

O pomo de ouro passou bem perto de mim e Roxanne voou com sua vassoura tão rápido que quase se chocou com o apanhador rival, Liam, para meu incrível desgosto, ele piscou para mim assim que me viu, e eu quis arrancar aquele sorrisinho de sua face. O que diabos era tão engraçado?

Olhei novamente para o jogo, longe de Liam e Rox, mas quando coloquei meus olhos a um ponto a minha frente, percebi que um balaço vinha rapidamente em minha direção. Ele me acertaria com toda certeza. Peguei minha varinha e apontei para a bola, estava prestes a murmurar um feitiço para pará-la quando um garoto me empurrou e perdi a mira. Apenas alguns segundos, e eu estaria morta provavelmente, mas então alguém entrara na minha frente e tudo aconteceu rápido demais.

Scorpius estava em alta velocidade carregando a goles e nem ao menos percebeu o balaço atingindo-o, o balaço destinado a mim. O choque foi rápido e ele caiu da vassoura. Eu praticamente me enrosquei nas grades, vendo sua queda.

Não fazia ideia do que fazer, eu tinha noção de que estava gritando, sabia que minha mão rapidamente segurou minha varinha com força e eu, de algum modo, consegui amortecer sua queda com um feitiço.

Entretanto, vê-lo caído no chão, por causa de algo que me mataria... simplesmente fizera com que a realidade desaparecesse dos meus olhos. Eu sai rapidamente das arquibancadas, correndo que nem uma louca, esquecendo-me de que eu era apenas a Nerd Weasley e que ele era supostamente alguém que eu odiava. Simplesmente ignorara o fato de que ele era um Malfoy, como se isso, repentinamente não fizera tanta diferença assim.

Eu o alcancei no meio do campo, empurrando alguém e mal vendo quem estava na minha frente.

– Weasley – ele sussurrou, sua voz arrastada era baixa e eu sabia que ele sentia dor.

E então ele desmaiara.