25 agosto, 2012

[Magic and Mistakes] Disaster

Narração by Draco



Acordei aquela manhã sentindo-me estranho, virei-me na cama e esperava encontrar ela ao meu lado, mas seu lugar estava vazio. Era estranho, eu sempre acordava antes dela, principalmente quando era sábado, como hoje. Levantei-me e ouvi uns barulhos vindos da cozinha. Quando entrei e me deparei com Hermione cozinhando fiquei admirado pelo fato do lugar estar ainda inteiro. Quase ri quando ela tentou girar uma panqueca na frigideira e por pouco não derrubou tudo no chão.

–Posso saber o que fez o desastre culinário acordar cedo e ir para a cozinha? – perguntei sarcástico e fazendo-a perceber minha presença.

–Desastre culinário? Desastre? Sério, Malfoy, se eu fosse você pararia com isso. Eu estou aprendendo a cozinhar. É diferente. Pior é você que não sabe nada! – ela praticamente jogara as palavras em cima de mim com certa raiva e ironia.

Arqueei uma sobrancelha e fiquei confuso pela reação exagerada dela. O que Hermione tinha?

–Amor... você sabe que eu não quis diz...

–Não me venha com “amor”, Draco. – ela dissera agora claramente queimando o que tentava em vão cozinhar.

–Hermione... o que... – tentei novamente.

–Ah! Que droga! – ela falara jogando a panela na pia ao ver que estragara tudo.

Assustei-me com a violência e irritação dela e quando aquela grifinória passou por mim senti medo de uma nova explosão dela. No entanto ela simplesmente me ignorou e foi para a sala. Olhei para a bagunça que ela fizera. Pratos, panelas e colheres sujas estavam jogadas na pia. Pisquei confuso. Será que aquilo era só pelo fato dela queimar toda santa comida?

Tomei coragem e fui para onde Hermione estava, estaquei na porta ao vê-la soluçar descontroladamente no sofá.

–Por que está chorando? – perguntei mais confuso do que um cego e me abaixei na frente dela, olhando-a nos olhos.

–Sou uma inútil, Draco. – ela sussurrou.

–É claro que não é... você não é a única que não sabe cozinhar... e uma inútil não ganharia uma promoção no ministério. – falei tentando acalmá-la.

Não adiantou em nada.

–Draco, nesses dois meses em que você está aqui eu não soube fazer um só jantar decente. Sou um desastre mesmo.

–Eu estava brincando... não era sério.

–Mas é a verdade.

Primeiro raiva, ironia e irritação e em menos de cinco minutos todo esse drama e lágrimas. Morar com uma mulher parece ser mais difícil na prática do que na teoria.

–Hermione, me escute. Você é incrível. Tudo bem que não saiba preparar nada na cozinha. Mas você é uma bruxa maravilhosa. E acabou de ser promovida. Não pode reclamar.

–Talvez... – ela dissera mais calma e sequei os olhos dela com a ponta dos dedos. – Bom, acho melhor limpar aquilo tudo.

–É uma boa ideia... e a bagunça é inteira sua. – falei divertido escapando do trabalho e recebendo um tapa fraco dela.

–Preguiçoso. – Hermione falou agora sorrindo e depositando um rápido selinho em meus lábios.

Ela levantou-se e seguiu novamente para a cozinha.

Nesse tempo com ela eu havia descoberto tantas coisas que me deixavam surpreso. Como por exemplo, ela gostava de dormir do lado direito, eu, do esquerdo. Ela, toda manhã tomava apenas um café rápido e comia algumas torradas. Já eu, gostava de frutas. Hermione pegava no sono fácil, eu tinha insônia às vezes. Ela era perfeccionista e não descansava até deixar tudo em seu devido lugar, eu preferia um pouco de bagunça. Detalhes. Apenas detalhes que eu não sabia antes e nem me preocupei em descobrir.

Agora eu sabia. Talvez aquilo tudo não fosse tão ruim, estávamos nos conhecendo melhor e eu podia jurar que me encantava ainda mais.



–O que vamos fazer hoje, Draco? – Hermione perguntou voltando da cozinha, se jogando no sofá e se aninhando em mim.

–Você é rápida com limpeza... – comentei.

–Nada que alguns floreios e umas palavrinhas mágicas não ajudem. – Hermione respondeu piscando um olho.

–Bem, quanto ao que faremos... Primeiro vamos nos arrumar e tomar um belo café da manhã e depois vamos passear em Londres, não é mesmo? O que acha de irmos à Portrait Restaurant &Bar?

–Acho ótimo.

Abracei-a e suguei seus lábios sentindo-a sorrir. Era incrível como eu me perdia nela tão facilmente.

Ela separou-se de mim ainda sorrindo e foi para o quarto. Apoiei minha cabeça no estofado e imaginei o quanto tudo parecia apenas um conto de fadas. A questão era apenas uma: Será que o final seria feliz?

Definitivamente, para mim, o final não precisava nem chegar.



***



Havíamos acabado de deixar o restaurante e caminhávamos despreocupados pelas ruas da cidade, Hermione seguia quieta e observava o movimento da rua. De repente ouvi uma voz conhecida nos chamar.

–Hey, Hermione... Draco...

Olhei para o lado e percebi que o dono da voz estava na porta de uma loja de decorações. E era Pietro. Quase soltei um resmungo, mas me controlei. Hermione me puxou na direção daquele francês metido e não tive escapatória.

–Hey Pietro... o que anda fazendo por aqui? – ela perguntou.

–Lembra-se do que te disse há algumas semanas? Que eu estava planejando algo e que não iria voltar para a França?

–É, eu me lembro. – Hermione respondera e Pietro sorriu tentando em vão fazer algum mistério do que iria dizer em seguida.

–Estou abrindo uma casa noturna. A inauguração é hoje.

–Por que isso não me surpreende? – Hermione perguntou irônica. – Que eu me lembre, você é bem conhecido por frequentar esses lugares.

–E você também, Granger. – Pietro falou devolvendo na mesma moeda. – Pelo menos da Escócia, se bem me lembro.

–Como é? – perguntei confuso com aquela revelaçãozinha do francês. – O que ele quer dizer com isso?

Olhei para Hermione e a vi hesitar. O fato dela ter frequentado lugares que Pietro ia na Escócia era para mim novo e até mesmo terrível. Onde a garota sabe-tudo estava agora?

–Eu saía às vezes, Draco. Não é nada que você precise se preocupar, e já foi. É passado, ok? – a castanha falou lançando um olhar raivoso para Pietro.

Mas eu não pude protestar, uma vez que uma coruja passara por mim e deixara uma carta cair no chão. Olhei ao meu redor e me certifiquei de que nenhum trouxa vira aquilo.

Peguei então o envelope com o meu nome e abri.



Sr. Malfoy,



Sentimos muito em interromper sua folga, mas precisamos que o senhor compareça ao ministério a fim de resolver alguns desentendimentos quanto ao caso 209, de regulamentação dos novos objetos mágicos. Precisamos de uma resposta o quanto antes.



Claude Johnson
Departamento Internacional de Cooperação Mágica



–Algum problema? – ouvi Hermione perguntar enquanto eu acabava de ler.

Ergui meus olhos e a fitei, o que vi nela foi desapontamento. Eu havia prometido que aquele seria o nosso dia.

–Hermione... eu sei que prometi, mas... eu preciso mesmo ir. – falei de uma vez – Te recompensarei depois, prometo.

Falei aquilo e só depois percebi o quão idiota era por ter acrescentado a última palavra. Agora ela não confiaria mesmo em minha palavra.

–Claro. Vá, Draco.

O desapontamento em sua voz me feriu. Não era a primeira vez que o trabalho nos atrapalhava. Tanto o meu, quanto o dela. Mas havíamos combinado. Fora do Ministério, um casal, dentro, apenas colegas. O problema era que nosso tempo fora de lá estava tornando-se escasso.

Dei um rápido beijo nela e saí andando, tentando encontrar algum beco para poder aparatar no Ministério, mesmo que a contragosto.



Narração by Hermione



Eu não podia acreditar que estava acontecendo isso de novo. Já havia perdido a conta de quantas vezes eu e Draco tivemos que cancelar nossos planos.

Voltei-me para Pietro e o encontrei me fitando. Ele tinha uma expressão estranha no rosto, algo que não gostei.

–Sabe… você bem que poderia ter ficado quieto ao invés de mandar aquele comentário sobre a boate. – falei olhando agora para o nada.

–Hermione... Não sei por que se preocupa. Você não fazia nada errado, apenas se divertia. E bem, você era cobiçada por lá, e não cedeu uma vez sequer para nenhum homem. – Pietro disse e eu tinha consciência de que ele me encarava. – Você gostava de cantar, de se divertir, apenas isso, e, de qualquer forma, você não estava com ele na época. Draco não tem do que reclamar.

Tudo o que Pietro dizia era verdade, mas por algum motivo eu sabia que Draco ficaria irritado por eu ter omitido dele esses fatos.

–Mas esqueça isso, você queria um sábado normal, já que o Malfoy não pode te dar isso, eu posso.

–Ah é? O que faremos? – perguntei tentando esquecer-me do que acabara de acontecer.

–Qualquer coisa. Não fazíamos planos, lembra-se? Apenas vamos... deixar o dia nos levar.

Eu sorri. De fato eu havia esquecido que Pietro não tinha nada de sistemático. Ele apenas fazia o que lhe vinha à cabeça. E me arrastava junto às vezes.

–E então... sua casa noturna, qual é o nome? – perguntei enquanto começávamos a caminhar devagar.

–Bom, eu escolheria algo como Carpe Diem, aproveite o dia! É uma bela ideologia. Mas queria algo que me lembrasse a França, e bem... escolhi C'est la vie como nome. O ambiente é todo decorado ao estilo do meu país... aposto que muitos ingleses adorarão. E espero que você esteja lá hoje, com Draco naturalmente. Pelo que ouvi a respeito dele, Draco parece ser um tipo de cara bem social, ajuda muito na popularidade quando se frequenta vários ambientes.

–Verdade… e ultimamente ele tem evitado eventos por minha causa. Não sou tão boa assim em festas.

–Pare de ser insegura Mademoiselle. Ajudaria muito se você parasse com este medo ridicule. – Pietro disse misturando o inglês com seu sotaque afrancesado.

–Por que recuperou seu sotaque logo agora Monsieur? – perguntei divertida lembrando-me do quanto eu me adorava quando ele fazia isso.

Je m'ennuie de ma maison. – Pietro disse alguns segundos depois e estaquei ao ouví-lo dizer aquilo.

“Sinto falta da minha casa”. Eu podia jurar que nunca esperaria ouvir isso, especialmente vindo dele. E então eu sabia, havia algo errado.

–O que houve? – perguntei parando e Pietro olhou-me.

Seus olhos verdes expressavam apenas hesitação, mas logo percebi que ele talvez fosse me contar o que o afligia e o que estava me escondendo desde aquela conversa estranha que tivemos a dois meses em uma cafeteria. Pietro me puxou pela mão e atravessamos a rua, indo parar em uma praça. Sentamos em um banco vazia e ele encostou sua cabeça no braço de forma desleixada.

–Hermione, lembra-se quando me perguntou o motivo de eu não querer voltar para casa? – ele perguntara e assenti. – Bem, eu não suportaria viver com meu pai de novo.

Rugas surgiram na minha testa e antes que eu perguntasse o motivo lá estava ele contando.

–Por dezessete anos eu vivi naquela casa em Rennes e meus melhores momentos eram na escola. Não havia Natal, não havia presentes sinceros. Como posso dizer? Tudo o que ele me dava era apenas por... formalidade. É por isso que escolhi sair de lá e fui para Escócia. No começo eu apenas me divertia, mas depois eu resolvi estudar administração. Interessei-me e hoje irei começar meu primeiro negócio. Simplesmente porque não quero depender dele e de seu dinheiro.

–E é exatamente por isso que você não volta? – perguntei tentando entender.

Eu sabia que ainda havia algo oculto naquela história.

–Faz cinco anos que não volto para a França. Cinco anos sem ele, mas... eu não estou achando o que procuro. – Pietro disse e sua voz pela primeira vez desde que o conhecia estava fraca.

–O que você procura?

Silêncio. Pietro continuou quieto, como se tivesse desistido de me contar. Toda a sua convicção que eu vira antes fora embora e percebi que estávamos mais uma vez na estaca zero.

–Pietro... por que sei pai é tão ausente como você disse? – perguntei tentando pressioná-lo levemente.

Ele continuou sem dizer uma só palavra. Eu já havia desistido de entendê-lo e minhas esperanças de extrair algo dele já eram nulas. No entanto sua voz voltou clara e acusadora.

–Porque eu matei a mulher dele.

Se eu não tivesse visto sua boca mexer-se poderia acreditar que outra pessoa havia dito. Mas eu o vira proferir exatamente aquilo.

–O que quer dizer? – contestei e Pietro me fitara.

–Eu matei minha mãe. – O moreno falou e senti um arrepio percorrer meu corpo – Eu não deveria nem ao menos existir, Hermione. Eu não deveria nem ter nascido. Pelo menos ela não morreria dando à luz a um filho que seu marido odiasse.

–Não diga isso – eu praticamente gritara dando um tapa em seu ombro. – Pare de pensar essas coisas Pietro.

–Você não sabe como é ser eu. Nunca saberia. É fácil dizer. – ele jogou essas palavras em mim e levantou-se.

Ele foi para longe de mim e tive o impulso de acompanhá-lo. Quando cheguei perto dele uma bola me acertou no pé e me virei. Um menininho vinha correndo atrás dela, a fim de recuperá-la, mas a criança hesitou ao ver que o brinquedo estava perto de Pietro agora.

Boule. – ele disse baixo e timidamente, não desviando seu olhar do meu amigo.

O moreno abaixou-se e sorriu, oferecendo a bola para o menino, que a pegou e saiu correndo novamente com ela. Não devia ter mais do que três anos. Uma mocinha acompanhava o garotinho de perto e eu tinha quase certeza que era apenas uma babá e não a mãe, embora a moça e a criança tivessem cabelos loiros quase dourados.

Observei-o de longe e percebi que Pietro fazia a mesma coisa.

–Sabe, Hermione… eu daria tudo para ter uma família. Tudo mesmo. – Ele disse distante.

Olhei para ele e não encontrei a culpa que havia visto há pouco em seus olhos esverdeados ao falar da mãe.

Ele era ótimo em ocultar o que sentia. E em escapar de situações embaraçosas. Isso eu tinha certeza.

–Acho que já vou indo, não estou me sentindo bem... te vejo mais tarde?

–Claro. Convencerei Draco a ir ao C’est La Vie.

Observei ele ir embora, em menos de uma hora eu havia perdido duas companhias. O problema seria eu? Ou eles?

Cansei de entendê-los e dez minutos depois resolvi desaparatar n’A Toca e passar o dia lá.



::: :::



–Irá me explicar aquela história de Hermione frequenta-casas-noturnas-na-Escócia Granger, ou não? – Draco perguntara ao servir-se de um copo de hidromel.

Suspirei irritada por ele insistir nesse mesmo assunto de cinco em cinco minutos.

–Draco, eu apenas me divertia. Não é um grande problema.

–Certo. – ele falou irritado e fechei meus olhos. – Não precisa me contar nada mais então.

–Se não acredita, ótimo. Eu não reclamo quando você faz algo errado. Não que eu tivesse feito. – Falei agora com raiva dele.

Levantei-me da mesa cansada daquilo e o deixei ali enquanto eu murmurava algo como “Já volto”. As luzes multicoloridas refletiam em meu vestido vermelho e em minha pele, assim como o resto do salão. Havia muitas pessoas, e o melhor, eram apenas bruxos já que Pietro abrira esse lugar especialmente para nós. Com certeza havia ali muitas pessoas importantes e o ambiente, se fosse mais iluminado me deixaria constrangida. No entanto a luz variava bastante e as bebidas que eu tomara ajudavam a relaxar.

Encontrei de repente alguém familiar.

–Emily! – gritei tentando me sobrepor ao som alto e a francesa me ouviu.

Ela sorriu, em seguida fui até ela, subindo alguns degraus da escada.

–Não perde uma festa, hein miss Leroux? – alfinetei e percebi que ela estava tão sóbria quanto eu.

Emily riu e percebi uma mão masculina na minha cintura, pensei ser Draco que provavelmente viera atrás de mim, mas quando me virei era Pietro.

–Finalmente te encontrei... – ele disse – Onde está Draco?

–Na mesa – respondi e olhei para minha amiga ao meu lado. – Esta é Emily Leroux. Emily, este é Pietro Breine.

Prazer, Monsieur...

Enchanté Mademoiselle – ele dissera retomando sua língua e quase ri com aquela dupla de franceses.

–Apresentados. – eu disse e só então percebi como Emily parecia encantada.

Realmente encantada, eu deveria dizer. Se esses dois ficassem juntos seria ótimo, ela talvez pudesse colocar juízo na cabeça dele.

Foi então que tive uma ideia.

–Pietro, você pode me fazer um favor? – perguntei sorrindo – Como costumávamos fazer em Glasgow?

Ele sorriu e eu sabia que poderia executar meu plano e me livrar de uma vez de Draco e sua irritação. Além é claro, eu animaria aquele lugar mais ainda.

–Seja o que esteja planejando tem minha autorização. O palco dessa noite é seu. – Pietro disse e eu sorri.



–Onde você estava? – Draco perguntou quando me viu vir na direção da mesa.

–Por aí – eu respondi pegando a bebida dele e entornando. – Você quer respostas? Te darei respostas. E o que farei agora é simplesmente tudo o que eu mais amava fazer em Glasgow, na Escócia. E pode apostar que é algo que você sabe muito bem o que é.



Coloquei o copo da mesa novamente e senti a bebida tomar conta do meu corpo, ela corria nas minhas veias, dando-me coragem para fazer tudo o que eu quisesse. Subi as escadas até o andar de cima do salão, não permitindo que Draco me encontrasse, uma vez que ele tentava ir atrás de mim. Passei por dois homens que aparentavam ser seguranças e alguns segundos depois eu estava na parte mais alta do lugar. Uma melodia começou a ser tocada e eu a acompanhei.



He drowns in his dreams
Ele se afoga em seus sonhos

An exquisite extreme I know
Um extremo absurdo, eu sei

He's as damned as he seems
Ele é tão amaldiçoado quanto parece

More Heaven than a heart could hold
E mais paraíso do que um coração poderia aguentar



Draco queria a verdade. Era isso que eu amava. Ele. E depois... Cantar. E quando eu fazia isso quando estava longe, de alguma forma me lembrava dos nossos bons momentos. E de fato eu havia escrito aquela canção especialmente a ele.



And if I tried to save him
E se eu tentasse salvá-lo

My whole world could cave in
Todo o meu mundo poderia desmoronar

Just ain't right
Apenas não está certo

Just ain't right
Apenas não está certo



É difícil quando tento salvá-lo, até mesmo de si mesmo e Draco não era exatamente o símbolo do certo a fazer. Exemplo era o fato de ter saído de casa, que na em minha opinião foi o mais arriscado a fazer, mas ainda assim, o melhor. Não exatamente o certo.



Oh and I don't know
Oh, e eu não sei

I don't know what he's after
Eu não sei o que ele quer

But he's so beautiful
Mas ele é tão lindo

He's such a beautiful disaster
Ele é um lindo desastre

And if I could hold on
E se eu conseguir aguentar

Through the tears and the laughter
Através de lágrimas e pelas risadas

Would it be beautiful
Poderia ser lindo

Or just a beautiful disaster
Ou apenas um belo desastre



Um belo desastre, sempre foi assim, desde o dia em que estávamos na biblioteca de Hogwarts, desde o dia em que ele me beijara. Desde quando eu jurei amá-lo. Éramos um desastre. E isso era o que fazia tudo valer à pena.



He's magic and myth
Ele é magia e mito

As strong as what I believe
Tão forte quanto eu acredito

A tragedy with
Uma tragédia com

More damage than a soul should see
Mais danos que uma alma deveria presenciar

But do I try to change him
Mas eu devo tentar mudá-lo?

So hard not to blame him
Tão difícil não o culpar

Hold on me tight
Me abrace forte

Hold on me tight
Me abrace forte



Achei Draco lá embaixo e percebi que ele me fitava sorrindo. Comecei a cantar somente para ele agora que eu o encontrara. Comecei a descer as escadas lentamente e a sabia que aquele showzinho repentino estava deixando todos mais animados.



Oh cause I don't know
Oh, e eu não sei

I don't know what he's after
Eu não sei o que ele quer

But he's so beautiful
Mas ele é tão lindo

He's such a beautiful disaster
Ele é um lindo desastre

And if I could hold on
E se eu conseguir aguentar

Through the tears and the laughter
Através das lágrimas e pelas risadas

Would it be beautiful
Poderia ser lindo

Or just a beautiful disaster
Ou apenas um belo desastre



Será que sempre que tivéssemos um desentendimento eu iria fazer isso? Cantar e dizer pela canção que superaríamos o que quer que fosse? Será que sempre seria assim?

Lembrei-me que na semana passada brigamos por causa da bagunça dele no apartamento, gritamos, culpei ele, chamei-o de relaxado e ele disse que eu era certinha demais. Minutos depois estávamos aos beijos. E eu não sabia mais como havíamos passado tão rápido da briga para o amasso.



I'm longing for love and the logical
Eu estou procurando por amor e lógica

But he's only happy hysterical
Mas ele é apenas uma alegria histérica

I'm waiting for some kind of miracle
Eu estou esperando por algum tipo de milagre

Waiting so long
Esperando tanto

Waiting so long
Esperando tanto



Talvez eu não esperasse um milagre, mas apenas que aquela relação desse certo. Era apenas o que eu queria. Que tudo acabasse bem. De repente senti um arrepio subir pela minha espinha, pressentia literalmente algum desastre. Mas não importava, não agora. Continuei cantando e encarando Draco, descendo as escadas e me aproximando cada vez mais.



He's soft to the touch
Ele é macio ao toque

But frayed at the ends he breaks
Mas se fragilizado, ele se quebra

He's never enough
Ele nunca é suficiente

And still he's more than I can take
E mesmo assim ele é mais do que eu posso aguentar



Na verdade, Draco sempre foi muito para mim e lidar com isso era um desafio, o maior da minha vida. Venci o preconceito dele, o fiz amar um sangue-ruim, e nem acreditava que estávamos vivendo juntos agora.



Oh cause I don't know
Oh, e eu não sei

I don't know what he's after
Eu não sei o que ele quer

But he's so beautiful
Mas ele é tão lindo

He's such a beautiful disaster
Ela é um lindo desastre

And if I could hold on
E se eu conseguir aguentar

Through the tears and the laughter
Através das lágrimas e pelas risadas

Would it be beautiful
Poderia ser lindo

Or just a beautiful disaster
Ou apenas um belo desastre



Cheguei até Draco e ele me ofereceu sua mão, eu a peguei e sorri, me aproximando dele e cantando perto do seu rosto.



He's beautiful
Ele é lindo

Just a beautiful disaster...
Simplesmente um belo desastre.



Palmas começaram assim que eu acabara a canção e Draco me puxou pela cintura capturando meus lábios com paixão. Os explorava com desejo e eu tinha certeza que aquilo traria ótimas consequências. Era apenas uma prova de que eu conseguira. Ele não estava nada chateado ou irritado mais e aquilo recompensaria também o pouco tempo em que estivemos juntos naquele dia. Envolvi o pescoço dele com meus braços e ele levantou-me do chão, assustando-me a principio, entretanto continuei a beijá-lo cega pela volúpia.

–Sabe, eu poderia te ouvir cantar pela eternidade. – Draco dissera quando nos soltamos e eu pude ver sinceridade em seus olhos. – Mas eu sou mesmo um desastre?

–Digamos que é um troco por hoje cedo. – falei rindo.

No entanto, antes que ele pudesse responder, várias corujas irromperam da porta de entrada e começaram a voar pelo salão, deixando cair várias cartas. Duas delas caíram nos meus pés. Eu as peguei. Em uma havia o nome Hermione Granger, na outra, Draco Malfoy. E as duas possuíam os dizeres do Ministério da Magia. Para sermos chamados há essa hora era porque algo ruim e importante havia acontecido e eu tinha que confessar, estava com medo de abrir aquele envelope.

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