05 outubro, 2012

[Incantatem] Running Away



Pov Mia
Querido diário,
Preciso falar o quanto é estranho ver o castelo tão quieto depois de tanta confusão. Imagine uma tempestade, trovões e toda uma destruição. Somente agora que tudo se dissipava, no entanto, não havia nenhum arco-íris.
Fred estava sendo um cara maravilhoso, mas não citara até agora a palavra namoro, o que me fazia evitá-lo cada vez mais, não que eu não o quisesse, eu só... não queria ir longe com ele, não quanto eu não significava nada para aquele garoto.
Camila, por sua vez, me evitava. Nossa amizade estava por um fio e eu parecia ser a única que ainda tentava atar um nó nesse mesmo fio, uma tentativa inútil de salvar aqueles cinco anos de amizade. Bem, a culpa era tão minha quanto dela.
“Maldita! Maldita! MALDITA!” Camila falou andando de um lado para o outro enquanto eu revirava os olhos. “Como ela se atreve a beijar Lorcan?!”
“Camila, nem venha! A culpa é sua!” falei já cansada daquele showzinho dela.
Camila virou-se para mim com raiva no olhar. “Como?” perguntou.
“Você a enfeitiçou, você que planejou tudo isso, afinal, é você que prepara esse tipo de poções e vende aqui em Hogwarts, eu sei disso, há muito tempo”
“Mas ela...”
“Merecia?” contestei “O que a Weasley fez de tão ruim a ponto de você querer humilhá-la?”
“Ela estava brincando com os sentimentos do Lysander e também com os do Malfoy, pelo jeito. Ela não é uma santa, Mia!”
“E isso não é da sua conta!” ralhei e ela estreitou os olhos.
“Está me dizendo o que? Que não devo me vingar dela?”
“Exato, até onde sei, foi ela que trouxe Lorcan para você!”
“E também ela que tirou”
Eu ri, quanto desespero por causa de um só homem. Lorcan recebera apenas um beijo da Weasley e já estava todo estranho com Camila, como se... tivesse gostado demais daquilo.
“Você sabe que... Lorcan não se prende a ninguém. É o que todas dizem. E Lysander é exatamente igual. Nenhum dos dois realmente consegue ficar com alguém por um longo tempo, Camila. Alguma hora vocês terminariam”
“Vou destruir a Weasley, irei fazer com que ela se arrependa de TUDO!” a loira gritou e eu levantei-me da cama.
“Se você contar sobre o que ela e Scorpius fizeram, quem se arrependerá é você!” falei, embora minha voz tivesse tremido, Merlin! Eu estava tendo uma atitude nada eu. Eu era toda feita de pensar, pensar e pensar, agir desse modo... não era compatível com a minha pessoa. “Se você disser sobre isso, eu te denuncio, digo que você vende poções ilegais!”
O rosto de Camila estava púrpuro de ódio e surpresa.
“Está defendendo ela? ELA?”
“Não, estou defendendo Scorpius!”
Camila não mais me encara, não diz uma só palavra e isso me irrita completamente. VI Lorcan fugir dela... duas vezes. O cara estava realmente jogando o namoro para o ar, e ficara com um lufana do sexto ano. Eu tinha pena de Camila, ela que sempre fora louca por ele o perdera por uma idiotice.
– O que tanto você escreve? – uma voz me contestou e eu escondi meu diário rapidamente.
Olhei e vi Lysander ou Lorcan me encarando. Merlin! Como diabos eu não sabia quem era quem? Será que era porque agora os dois tinham expressões iguais? Ambos estavam tão despreocupados que eram exatamente os mesmos.
– Há cadeiras ali onde você pode sentar, Beckham – ele falou – não precisa ficar no chão da biblioteca, ou você estaria... escondida?
– Talvez – sussurrei. – Ninguém quer minha presença na verdade.
– E sua amiga? A Camila? – ele perguntou e sentou-se ao meu lado.
Ele era Lysander.
Fiquei sem responder, apenas dei de ombros e ele ficou fitando um ponto a minha frente. Já fazia mais de um mês que tudo acontecera, mas ainda era visível nele os impactos daquela confusão toda. Lorcan e ele nunca mais trocaram uma só palavra.
– Você já... se inscreveu no teste de aparatação? – perguntei para quebrar aquele gelo todo.
Eu ficava me lembrando toda hora de suas palavras no baile.
“Você está linda” foram suas palavras.
– Já, os testes são depois das férias de Natal, mas até lá eu já terei completado 17.
– E quando é?
– Em Janeiro. Dia 1º.
– Ow, que belo dia para nascer.
– Pois é – ele soltou uma risada e percebi que era genuína, mas ele logo voltar ao seu ar triste.
Suas feições tão alegres agora estavam desanimadoras, eu queria ajudá-lo, mas não sabia como. Rose fora uma vítima nisso, mas ele era quem mais perdera ali.
– Sabe... algumas coisas ruins acontecem para que quando aconteça algo bom, você valorize. E o mesmo vale para as pessoas. Às vezes alguém pode parecer o certo, mas não é.
– Sem ofensa, mas a ultima coisa que preciso é conselhos...
– Isso não é só para você – falei e olhei para a porta da biblioteca pela fresta da estante a minha frente.
Uma cabeleireira ruiva entrava e eu estava atenta pronta para fugir.
– Isso é para mim também – sussurrei, mas então ouvi respirações ofegantes perto de uma outra estante.
Segui o som e vi Scorpius se agarrando com uma garota do sétimo ano.
“Ah, não! De novo não!” pensei e Lysander também o espiou.
– Idiota! – falei baixo e peguei minha mochila no chão, não ficaria ali vendo o espetáculo do Malfoy na biblioteca.
Lysander me seguiu. A questão era... POR QUÊ? Virei-me para ele e o encarei com meu olhar nada calmo e doce.
– O que foi? – ele contestou.
– Por que está me seguindo?
– Não tenho o que fazer...
– Então vai sei lá... agarrar alguém! – disse e ele sorriu para mim.
Ele. Sorriu. Para. Mim.
Dei-lhe um tapa no braço antes que aquela cabeça loira começasse a pensar besteiras demais.
– Você não é um galinha, não é! – eu falei. – Então não ouse dar uma de Malfoy!
Ele riu novamente.
– Relaxa, Beckham. Estou só brincando – ele falou e ouvimos gritos ali no corredor, me escondi atrás de uma armadura e puxei o loiro comigo.
– Ally, me ouve! – ouvi o Potter falando e uma garota morena estranha da sonserina parou.
Ela usava uma sombra escura nos olhos e seu olhar era de ódio.
– Para que, Potter? Você ouviu sua irmãzinha falando da Emmily. – a morena falou – Se James fica com ela, Lilian vira a cara para o irmão. Mas e você? Se você fica comigo, toda a sua família vai me odiar.
– Eu não ligo, sou eu que te amo e se eles não entendem isso...
– Potter, se liga! Fui criada perto de magia negra, enquanto você nunca sequer viu um artigo das trevas. Eu sou a garota cujo pai está preso, e por culpa do seu pai. Quando que isso daria certo?
Olhei para Lysander ele parecia se divertir com aquilo tanto quanto eu. Potter e MacIntyre namoram e estavam tendo uma DR bem no meio do corredor.
– Então é isso? Você desiste por causa de Lily? Pelo que ela falou a Emmily? Pensei que você tivesse mais... coragem.
– Coragem? Coragem eu tenho é de sobra Potter, coragem e tudo o mais que você pense. Sou uma Slytherin, e você viu que temos mais coragem que alguns de Gryffindor.
– O que quer dizer?
– Nada, esquece, Potter – a sonserina falou e saiu andando com raiva, com o moreno em seu encalço.
Fitei o loiro novamente e comecei a rir.
– Hogwarts está uma confusão – murmurei.
– Nem fala – Lysander comentou. – Coitado do Potter.
A expressão do garoto era distante, como se ele estivesse preso em pensamentos complexos. Talvez fosse um lunático. Comecei a chamar a atenção dele e seus olhos piscaram.
– Por que “coitado do Potter”? – contestei.
– Esquece. Você não entenderia. – Lysander falou e começou a andar.
Bufei, como assim eu não entenderia? Eu o segui, impedindo-o de continuar seu caminho.
– Diga-me! – pedi curiosa.
– Por que quer saber?
– Ora, porque, porque...
– Porque você é curiosa demais – Lysander falou e sorriu. – Descubra toda a história por trás de Hogwarts, Mia. Não serei eu quem direi a você.
– E quem será?
– Ouça todos os lados.
– Como se você fizesse isso... – resmunguei e fechei a cara.
– Você começou ouvindo Camila. Quem é o próximo?
– Você!?
– Não. Eu serei o último.
– Não sei então. Pode ser... Lorcan!
– Certo – o loiro falou. – Ele irá para a aula de estudo dos trouxas agora. Ao meio-dia ele irá para o jardim.
Lysander sorriu como se soubesse muito mais do que eu. Mas seria isso possível?
***
Eu fitava o lago negro que logo estaria congelado. O frio tomava conta de todo o ambiente, assim como a cor neutra no céu.
– Por que quer saber... isso? – Lorcan contestou.
– Essa história toda do baile está mal explicada. Eu preciso saber tudo – comentei.
O loiro me fitou e somente agora eu percebia o quão diferente os dois irmãos eram. Um era misterioso, cheio de segredos e com um ar de romântico. O outro mantinha um olhar firme, como se nada pudesse abalá-lo. Um era curioso, o outro provocava a curiosidade nos outros.
– Mia, o que você está me perguntando é...
– Diga-me somente: O que você sente pela Weasley? Por que terminou com Camila.
– A Weasley sempre foi apaixonada por mim... – Lorcan comentou, e eu arregalei os olhos – Mas eu nunca ousei nada com ela, afinal, ela é a Rosie, a garotinha com que eu brincava na infância e meu irmão era louco por ela.
– Como sabe tudo isso?
– Não importa. – Lorcan falou. – O fato é que eu gostei daquele beijo, gostei da Weasley louca, mas ela não existe mais. Rosie estava diferente, enfeitiçada. E eu nunca faria algo com uma garota assim, mas aconteceu. E Lysander me odeia por isso.
– Sabe quem a enfeitiçou?
– Com absoluta certeza – Lorcan falou sorrindo e me olhou como se não precisasse explicar mais nada.
Era como se ele dissesse: “Camila”
– Você é uma pessoa legal, Scamander! – falei – Mas não continue machucando minha amiga assim. Ela pode ser culpada, mas não merece sofrer tanto.
– Eu sei, Beckham. Eu sei...
***
Sala. Comunal. Duas Horas da manhã e eu aqui espumando de raiva, Diário. Eu não narrei mais nada desde o episódio com Camila. Lysander não me permitiu escrever, pois me achou na biblioteca. Não narrarei todo o meu dia, seria cansativo demais. O fato é que aquele loiro praticamente me recrutou para descobrir tudo sobre o baile.
Falei com Camila. Descobri que ela fora a culpada pela poção e o estado da Weasley.
Falei com Lorcan e percebi que ele apenas via a Rose como amiga, embora estivesse adorando seu lado impulsivo. Ele com certeza tentaria ficar novamente com a grifinória, se não fosse por Lysander estar no meio desse rolo.
E falei com Scorpius, meu primo cabeça dura e idiota. Eu estava no salão principal jantando, quando ouvi a conversa de duas garotas ali perto.
“Sabia que ele tem um tanquinho divino?” eu arqueei uma sobrancelha e fiquei ouvindo, eu parara totalmente de comer.
“Claro que sei!” A outra falou e eu daria um galeão para descobrir de quem falavam.
“Ele quer me ver de novo, no terceiro andar” a morena continuou a falar.
“E se pegarem vocês?”
“Bem... ao menos eu tirarei uma casquinha do Malfoy!”
Dessa vez ergui a face e olhei as garotas, depois fitei meu primo. Havia outras garotas o olhando, e eu percebi.
O Deus de Hogwarts voltara a ação.
Ai. Meu. Merlin!
Imediatamente me levantei. Saí da mesa da corvinal e alguns passos depois eu estava na mesa da sonserina, de frente para meu querido, lindo e imbecil primo.
“Tudo bem, Mia?” o próprio falou e eu sorri falsamente.
“Posso falar com você, primo?” pedi ainda o fitando docemente.
Eu poderia adivinhar seus pensamentos. Ele sabia que estava ferrado. E muito. Eu nunca era doce com ele.
“Tem que ser agora?”
“Tem!”
“Okay” ele falou e levantou-se.
Fomos até o hall e quando me vi sozinha com ele, dei-lhe um tapa na cabeça.
“AI!” Scorpius gritou com raiva.
“Você comeu bosta de dragão?”
“O que fiz?” ele contestou.
“Está saindo com metade de Hogwarts! Isso que você está fazendo!”
“Ah! Isso não é novidade” o loiro falou e levou outro tapa.
“Eu te vi na biblioteca com uma garota, ouvi outra agora falando sobre argh... uma noite de vocês” fiz uma careta. “E há outros rumores, e tem a Weasley também! Você não estava tipo... apaixonado por ela?”
Meu primo dessa fez fechou a cara, emburrado, e fitou a parede de pedra.
“Esqueça a Weasley”
“Como assim? Um mês atrás você estava louco por ela, cuidando dela bêbada e tudo... o que mudou?”
“Nada”
Nada, nada, nada. A pior palavra do mundo. Juro para você, Diário, se um dia eu responder isso para alguém, eu mereço um avada bem na cara. Palavra idiota! E demorou bons minutos para eu convencê-lo a me dizer, porque era fato: algo acontecera entre aqueles dois. E o imbecil não abria o bico.
“Scorpius Hyperius Malfoy, fale agora!” eu disse da forma mais doce possível.
“Eu tenho medo de você, Mia” o imbecil falou. “Muito medo”
“Jura? Então fale”
Scor me olhou avaliativo e em seguida suspirou.
“Por que precisa saber?”
“Porque você é meu primo e porque quero acabar com toda essa bagunça”
“Rose me odeia” Scor falou “esqueça tudo isso”
“Diga-me” e pedi “Diana ajudou Camila a envenenar a Weasley?”
“Sim, as duas e e Emmily são as culpadas”
“E o que Rose fez?”
Scorpius me ignorou.
“O QUE ACONTECEU?” perguntei curiosa batendo nele.
“Eu disse que a amava” meu primo falou segurando minhas mãos.
Milagre. Milagre! O mundo ia acabar! Scorpius quebra-corações Malfoy disse “eu te amo” para alguém.
“E depois?” consegui perguntar.
Ele desviou os olhos, envergonhado.
“Mia...”
“Fale!”
“Ela riu, ok? Disse que eu ainda estava sob o efeito da Desiderium e que o balaço na minha cabeça foi forte demais. Disse que nunca poderia haver algo entre nós dois, porque eu era um Malfoy e ela uma Weasley. E depois disso ela meio que ficou louca e saiu correndo da sala precisa. Satisfeita, Mia?
"A Weasley fez O QUE?" eu perguntei entre dentes segurando-me com o maior esforço do mundo.
"Você ouviu, Mia" Scorpius falou desanimado "Ouviu muito bem"
Juro para você, Diário, eu era uma pessoa calma, toda centrada e doce. Eu era uma menina por demais pensativa, quieta na minha. Mas agora pense num ser sanguinário, espumando raiva.
Essa era a definição de Mia Beckham.
Eu fui direto para a biblioteca, deixando Scorpius confuso para trás. Ele sabia que eu ia aprontar, mas nem isso ele queria saber mais, não se importava. Entrei lá e vi Lysander olhar para mim, mas o ignorei. Fui até uma das mesas, onde eu sabia que ela estaria.
Bati minhas mãos na mesa e a Weasley ergueu a cabeça, fitando-me. Os olhos azulados dela bem que mereciam ser tiradas das órbitas.
"Alguém problema?" a ruiva perguntou.
"Você" falei "Você é o meu problema, Weasley!"
Ela me olhou mais confusa ainda.
"Você é um Malfoy e eu uma Weasley e blablabla..." imitei sua voz de modo cruel e ridiculo "Na boa, ser um Malfoy é muito MELHOR do que qualquer outra coisa!"
"Mia..."
"NÃO ME CHAMA DE MIA"
Eu gritei com raiva e todos ali me olharam. Ótimo, eu seria expulsa dali logo logo.
"Olha, eu não..."
"Você brincou com o Lysander, merece a morte por isso" falei "brincou com o meu primo e por isso merece uma morte bem lenta"
"Eu não..."
"VOCÊ SIM!"
Gritei novamente. "Você fez o que ninguém fez, Scorpius louco por uma garota e ela apenas... quebra seu coração?!"
"Malfoy não ama, não sabe o que é isso" ela falou erguendo-se "Se amasse não estaria por aí trocando germes com TODAS como se um... um cafajeste!"
Weasley falava com raiva também, como se a culpa não fosse dela, como se Scor fosse o único ali que se atirava nos outros.
"Você ficou bem feliz ao beijar Lorcan, Hogwarts inteira viu!"
Ela ficou sem fala por um segundo, mas logo veio cheia de si.
"Aguentei aquele idiota por cinco anos, CINCO ANOS de provocações" Rose gritou "Você não pode me forçar a... a..."
"Amá-lo?" perguntei e ela fechou a cara. "Só você não percebeu ainda"
"Scorpius não tem um coração" Rose falou "não sabe nada sobre isso, sobre amar uma pessoa, apenas não sabe, porque ele nunca amaria"
Não pensei, estava sentindo tanta raiva que apenas ergui meu braço e acertei a cara da Weasley.
Mas tão logo fiz isso, alguém me segurou e me levou para longe dela.
"Você é uma idiota, Weasley" gritei. "Fique longe de Scorpius, se não estará perdida"
Mas minha voz morria, eu estava agora do lado de fora dali fitando Lysander completamente surpreso.
"Cadê a Mia Beckham?" ele perguntou. "Você era um doce"
"Bem... eu a deixei no dormitório hoje, eu sou a gêmea má" falei
Ele riu e me fitou atento.
"Esse foi um barraco e tanto, fiquei com pena dela" Lysander falou.
"Pena? Da Weasley?" contestei. "Ela te traiu seu louco!"
"Não" ele falou. "Rose e eu não estávamos juntos de verdade, era complicado tudo isso. E ela estava enfeitiçada" o loiro continuou. "Não sei como ela aguenta... os próprios pensamentos e sentimentos"
"Como assim?" perguntei surpresa. "Você sabe o que ela pensa?"
"Bem, quase" ele falou.
Eu o fitei atentamente e ele sorriu.
"Sua vez, Lysander" falei, "você era o último com quem eu falaria, agora me diga a verdade!"
O corvinal fitou a porta fechada da biblioteca e depois seu olhar caiu sobre mim.
"Mia..." ele começou. "Você não falará isso para ninguém, mas... eu sei o que acontece na escola por um motivo"
"E porque irá falar para mim?" contestei confusa, já que parecia ser um segredo importante.
"Porque você também pode fazer o que faço"
"Como assim?"
"Minha mãe é Luna Lovegood, ela possui percepção extrassensorial e eu... herdei isso. É como se eu pudesse conhecer eventos, pessoas, com toques, com percepções" ele falou.
Eu estreitei os olhos. "Você pode ler meus pensamentos?"
"Não, claro que não" ele disse rindo. "Eu posso sentir o que você sente, na verdade" ele falou sorrindo mais ainda.
"E eu posso fazer isso?" quase gritei.
"Shiiiiii. Você já faz" ele sussurrou. "Você falou comigo hoje e sentia o que eu sentia, falou com o Malfoy e pegou a raiva dele, falou com o meu irmão e percebeu rapidamente as coisas. E entende Camila como ninguém mais" Lysander falou.
"Oh meu Merlin!" exclamei. "E isso veio de onde? Minha mãe não é assim, nem meu pai" falei e lembrei-me de algo. "Merda! Meu vô! Ele era um clarividente" exclamei mais surpresa ainda.
Não podia ser verdade... como eu poderia ser algo todo esse tempo e... não saber? E quanto mais eu tentava encontrar pistas do contrário, mais eu me perdia, porque lembranças vinham até mim. Lembranças que eu tanto pedi para esquecer.
"Mas... você não odeia a Weasley... depois de tudo que houve" falei. "Por quê?
"Porque ela me ama, mas ama mais o Malfoy" Lysander suspirou. "Ela sempre vai ser louca pelo Malfoy"
"Mas ela o dispensou"
"Não, ela fugiu, é diferente" o loiro falou. "Ela não sabe lidar com isso, tem medo de me magoar, de magoar a todos, a família, a Scorpius. Ela está ficando louca sentindo tanta coisa"
"Então... o que eu fiz..."
"Bagunçou mais ainda a cabeça dela, parabéns, Mia!”
Eu ri.
Agora sim as coisas estavam bem... interessantes!

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