05 outubro, 2012

[Incantatem] Férias, aposta e Leondegrance


Seus lábios estavam perdidos em meu pescoço e eu sorria ante cada carinho do loiro. Olhei para fora da cabine do Expresso de Hogwarts e percebi que não havia nenhuma alma no corredor. Fechei as cortinhas e a porta com um feitiço, enquanto Scorpius me puxava para si.
Ele explorava meus lábios. Eu entrelaçava meus dedos em seus cabelos. Deseja-o com todo o ardor do mundo. Perdia-me em seus braços.
Ainda me lembrava da noite anterior perfeitamente, e sabia que nunca esqueceria.
“Rose, você quer me namorar?”
“Quero” eu ri e abri um sorriso “Eu quero, Scorpius”
O loiro parou de me beijar e me jogou no banco da cabine, deitando-me e ficando por cima de mim.
– Não venha me abusar, Scorpius – brinquei, enquanto ele segurava minhas mãos.
Ele riu uma risada gostosa e beijou-me novamente.
– Estou sonhando?
– Não, seu bobo – falei gargalhando.
Ele soltou minhas mãos e tocou minha cintura por baixo da blusa, sua mão era fria, porém eu não desejava que ele a tirasse dali tão cedo.
– Você... não... parece nada... nerd – o loiro disse entre beijos e eu sabia que havia corado fortemente.
Por que ele amava me deixar vermelha? Diga-me Merlin, qual a graça numa Weasley envergonhada?
– Rosie?
– Sim?
– Você fica linda vermelhinha!
Eu bati em seu ombro, mas ele começou a beijar meu pescoço, mal se importando, Merlin! Eu faria besteira se ele não se afastasse um pouco.
– Scor... – eu falei, mas fechei os olhos enquanto ele se deliciava ainda mais de minha pele – Scorp...
Eu não queria que ele parasse, mas também não queria que ele fosse adiante, belo dilema! Ele bem que poderia me largar por um segundo, ou eu poderia me perder ainda mais nele.
Até que ouvi batidas na porta.
AI MEU MERLIN!
Sem perceber eu joguei Scorpius para longe de mim e ele caiu no chão da cabine, batendo a cabeça na outra poltrona. O baque fizera um barulho consideravelmente alto e agora ele me olhava querendo me matar.
– Me desculpa – sussurrei, tentando massagear sua cabeça, mas desisti quando o loiro me olhou com um ódio mortal.
– Ficou louca? – ele sussurrou de volta.
– Ainda não... – falei.
– Quem está aqui? – ouvi a voz de Hugo. Que legal! Nada como seu irmão aparecer enquanto você se agarra com seu namorado.
Ops. Namorado. Isso era algo novo, mas eu amava como soava. Scorpius Malfoy, meu... namorado.
Nem percebi que eu sorria que nem uma boboca, até que fitei Scorpius e ele próprio me olhava com espanto.
– Por que você está com essa cara?
– Porque ganhei na mega-sena! – falei sorrindo ironicamente e ele bufou, mas veio novamente para cima de mim.
– Responda certo seu namorado! – exigiu e eu ri, fazendo um não com a cabeça, e então a suposta tortura começou, ele voltou a me beijar, arrancando-me alguns gemidos baixos.
– Hugo, quem você acha que está se agarrando aí dentro? – outra voz, dessa vez Lily.
Parei de beijar Scorpius, mas ele não estava ligando nem um pouco para aquela situação crítica, voltou a beijar meu pescoço.
– E se... nos descobrirem?
– A porta está trancada! – ele sussurrou e seus olhos cinzentos brilhavam para mim.
– A Rose, santa como é, não estará aí – Lily falou – Talvez James com aquela vaca ou Rox com aquele outro sonserino – a ruiva falou e tentou abrir a porta.
“Como assim Rose SANTA?” peguei-me pensando e Scorpius olhava para mim atento.
– Eu não sou santa – murmurei.
– É sim – o loiro falou divertido. – Bem, a não ser que esteja bêbada.
– Eu não sou santa e esqueça aquela noite, pelo amor de Merlin!
– Rosie, você é a garota mais santinha do mundo! – o sonserino falou novamente e eu fechei a cara.
– Não sou!
– Mesmo? – ele falou agora prensando seu corpo sobre o meu e tomando meus lábios com lascívia, seu jeito agora não era exatamente romântico, era selvagem.
Era fogo. Sua mão já estava na minha coxa, porque eu fizera a péssima escolha de usar uma saia hoje e minha meia calça não seria nada para aquele loiro. Seu toque era quente, era sórdido e me enlouquecia. Sua língua buscava a minha, invadia minha boca sem permissão e eu me deixava levar totalmente.
Bateram novamente na porta e Scorpius me olhou com raiva.
– VAZEM DAQUI SEUS PIRRALHOS! – o loiro gritou e minha boca virou um perfeito “O”, até que eu comecei a rir.
– Cadê o Malfoy calmo?
– Tirou férias – ele disse e então o vagão parou.
Olhei para a janela e percebi que estávamos já na estação. Eu passara a viagem toda com Scorpius e agora teria que aguentar algumas semanas longe dele, por causa das férias de Natal.
– Eu não quero ir – ele falou encostando sua testa na minha.
– Eu também não – confessei. – Você vai primeiro, depois eu vou.
– Okay – o loiro falou e levantou-se, pegou minha mão e me pôs de pé, tocou minha face e sorriu – Até em breve, mon bijou.
– Até – sorri e ele desfez o feitiço na porta. Sentei-me novamente e fiquei vendo ele ir.
Alguns minutos depois peguei minha bolsa de mão e saí, olhei para os lados e nenhum estudante reparara em mim. Saí e quando estava quase chegando a porta, alguém puxou meu braço e tomara meus lábios. Algumas garotas do segundo ano olharam espantadas as cenas, enquanto eu ria e batia em Scorpius.
– Você deveria ter ido, e se alguém nos ver?
– O proibido é mais gostoso, Weasley – o loiro falou – Principalmente quando tem perigo no meio.
Eu bati em seu ombro e só então saí. Na estação, os alunos se misturavam com os pais, eu via crianças correrem e a fumaça do trem cobrir boa parte do lugar, até que avistei um ruivo alto e cheio de sardas, junto a uma mulher de cabelos castanhos e cheios. Corri para os dois e pulei em cima de papai praticamente.
– Ow, você cresceu baixinha! – ele falou, embora eu não tivesse crescido nada.
– Mas está magra – mamãe foi logo dizendo.
Eu ri.
– Prazer em velos também.
– Onde está Hugo?
– Deve estar com Lily – falei e avistei os Potter juntos.
Tia Ginny abraçava Albus, enquanto James falava com o tio Harry. Lily estava vindo com Hugo e ambos traziam suas malas. Conversavam alegres, com um brilho nos olhos, provavelmente discutiam sobre o suposto casal da cabine, também chamados de Rose e Scorpius.
Hugo veio até nós e mamãe logo se apressou a abraçá-lo.
Era bom sentir-se em casa. O negativo era que Scorpius morava bem longe de mim.
***
01h27. 20 de Dezembro. Eu estava deitada em minha cama olhando a telinha do meu celular. Trocando mensagens com Albus, obviamente nós dois ficamos enchendo a cabeça dos nossos pais até conseguirmos um aparelho, mas infelizmente eles não funcionava em Hogwarts, tínhamos que deixá-los em casa, enquanto estivéssemos na escola. Mas agora podíamos usá-los com toda a liberdade.
De Albus para Rose: “Alynna n contou ainda pros pais dela”
A mensagem dele chegou e eu fiz uma careta.
De Rose para Albus: “E Lily e James? Como tão?”
De Albus para Rose: “Lily fica falando mal da Em, e James ignora Lily”
De Rose para Albus: “Queria ver Scor”
Mandei para o moreno.
De Albus para Rose: “E eu com isso, Rosie? ¬¬”
Soltei uma gargalhada.
De Albus para Rose: “Vamos sair amanhã para comprar presentes?”
De Rose para Albus: “Okay”
Respondi e acabei adormecendo minutos depois com o celular em cima de mim.
***
O vento Londrino batia em meu rosto e fazia meus cabelos voarem, como chamas flamejantes. Havia neve por todo lado e eu queria muito encontrar certo loiro. Imagina o que ele poderia estar fazendo naquele momento. Sentia falta dele, do seu toque, de seus beijos.
“Merlin! Costumávamos ser inimigos” pensei divertida, sabendo que beijá-lo era bem melhor do que simplesmente enfeitiçá-lo.
Eu estava sentada num balanço num parquinho praticamente abandonado, duas crianças corriam para todos os lados, e ficavam tacando bolas de neve uma na outra.
Albus estava numa loja ali perto, procurando algum presente para Alynna. Ele era tão indeciso que eu simplesmente o abandonei ali e vim até o parque. Se eu ficasse ouvindo seu discurso por mais vinte minutos eu surtaria.
“Muito caro, Rosie”
“Muito patricinha para ela”
“Argh, ela vai odiar!”
“Tá brincando, né? O que Ally vai fazer com isso?”
Espantei esses pensamentos da minha cabeça enquanto bufava. Albus era pior do que mulher às vezes, pelo amor de Morgana! Eu poderia encontrar algo para a garota em menos de meia hora e ele levava o dia inteiro. Estava já com fome, o lanche que havíamos comido no almoço não satisfizera em nada minha fome. Virei meu rosto e senti algo gelado em minhas costas. Pulei imediatamente do balanço, caindo da maneira mais ridícula possível e prendendo meu pé na corrente. Rose, agasalhos e presentes foram todos para o chão.
Mas que beleza! Rose Weasley estava pagando mico. De novo!
Olhei para cima ainda caída e vi um menininho loiro me olhando e dando risadas. Sua mão estava suja com neve. Eu levantei-me com raiva.
– Quem você pensa que é para me jogar uma bola de neve? – fui logo falando e juntei um pouco de neve, jogando no moleque.
Ele desviou e me jogou outra bola, esta acertou meu ombro. Eu joguei outra, que acertou o moleque em cheio. E ficamos nessa, ele rindo que nem bobo e eu ardendo de raiva, mas logo eu também estava caindo na gargalhada.
– Por que está nocauteando meu irmão? – uma voz falou e eu a reconheci imediatamente.
Virei-me para trás a tempo de ver Scorpius Malfoy, o loiro me olhava como se eu fosse louca e segurava alguns presentes em sua mão. Eu ia abrir minha boca quando uma bola de neve me acertou na cabeça.
– Ai! – eu falei e olhei com raiva para o menino.
– Leo, para agora! – Scorpius falou e se colocou entre mim e o menino.
– Você sempre estraga a brincadeira – o loirinho falou e largou a neve que segurava, cruzou os braços e fez um bico, eu o achei a coisa mais fofa do mundo.
Lembrei-me então do Scor o chamara.
– Desde quando você tem um irmão? – perguntei olhando de um loiro para o outro.
– Err desde que eu nasci, né ruiva?! – o menino falou todo metido e reconheci nele a pose característica de um Malfoy.
Ele veio até mim e curvou-se como um verdadeiro principezinho.
– Leondegrance Malfoy, a sua disposição! – o loirinho de olhos cinzentos falou.
– Enchanté – falei sorrindo – Sou Rose Weasley.
– Eu sei – o menino falou e eu ergui uma sobrancelha. – O Scor fica olhando uma foto sua o dia inteiro.
– LEO! – Scorpius gritou fazendo menção de estrangular o irmão, mas Leo veio para trás de mim, me colocando entre os dois.
– O que? É verdade! – o menininho falou e Scorpius tentou agarrá-lo.
Ele estava tão vermelho quanto os meus cabelos, e eu sorri com isso.
– Você fica que nem um bobo olhando...
– LEO MALFOY, CALE A BOCA JÁ! – Scorpius gritou e eu o segurei pelos ombros.
– Hey, Malfoy! Relaxe e pare de brigar com o seu irmão, agora! – falei e ele olhou no fundo dos meus olhos e finalmente sorriu.
– É bom te ver, ruiva – ele sussurrou e beijou meus lábios levemente.
– Argh que nojo! – Leo falou indo para longe de nós e vi o menino fazer outro beicinho de desgosto.
– Realmente, Leo, que nojo! – outra voz surgiu concordando com o menino e vi Liam parado perto da entrada do parque infantil.
O moreno fazia a mesma careta que o menino e Leo se postou ao lado de Liam Davies.
– Você faz essas coisas nojentas, também Liam? – Leo perguntou.
– Claro que não, sou um santo, não vê? – o moreno protestou exibindo um sorriso falsamente inocente.
– E eu sou Merlin – Leo falou e eu ri de sua pertinência.
Céus! Malfoy’s eram imprevisíveis! Eu só queria saber o motivo de Scorpius não ter dito que tinha um irmão. Quero dizer, o menino devia ter uns 6 ou 7 anos, um pestinha nato, mas fofo demais. Um perfeito Malfoy. Um Malfoy que a sociedade bruxa não conhecia ainda.
– Por que não me disse sobre Leo? – contestei enquanto o menino subia num balanço e começava a subir e descer, rindo que nem um bobo.
– Não tivemos muito tempo para conversar, sabe? – Scorpius respondeu – Sempre tínhamos um problema novo e bem... Leo não é uma criança normal, meus pais preferem mantê-lo em segredo por enquanto.
– Por quê?
– Ele é frágil, uma criança esperta, mas fraca – Scor sussurrou – Um dia eu te conto mais sobre ele, não hoje, Rosie.
Concordei com um aceno e lembrei-me de algo.
– Você disse que ficaria fora de Londres – sussurrei para Scorpius.
– Pensei que sim, mas papai está cuidando de alguns negócios no ministério, voltaremos para casa somente no Natal, até lá Liam e eu podemos vagar por Londres a vontade!
– E alías, Weasleyzinha... você deveria aparecer no C’est La Vie hoje – Liam falou piscando.
– Essa não é uma boate? – contestei franzinho o cenho. – O que você fará numa boate, Scorpius? – perguntei exibindo-lhe um falso sorriso cativante.
– Vixi! Olha o ciúme Rose-nerd! – Liam falou cruzando os braços e eu mostrei-lhe a língua.
Rose-nerd? Ai meu Merlin! É cada coisa que eu tinha que aguentar...
– Estou esperando, Scorpius... o que você irá fazer numa boate?
– Liam e eu tocaremos hoje, feliz? – ele falou se divertindo com o meu ataque de ciúme.
– Vocês tocarão? – repeti.
– Yeah, apenas por diversão... – o loiro falou.
– E eu posso ir?
– Claro que pode, Liam acabou de convidá-la – Scorpius falou. – Eu só quero saber se você irá mesmo, afinal, desde quando uma garota, de família tradicional e bruxa, vai a boates?
Oh-ow. Problema detectado. Papai e mamão nunca deixariam. Qual a solução? Eu precisava de uma e rápido.
– Eu irei – falei para Scorpius. – Pode apostar que sim – repeti e ele arqueou uma sobrancelha.
– Eu duvido. – Liam falou.
– Quer apostar? – perguntei estreitando os olhos. – Eu irei sim!
– Se você não aparecer... – ele começou – terá que fazer strip-tease no meio de salão principal.
– Liam! – Scorpius protestou lançando um olhar mortal para o amigo, enquanto Leo caia na gargalhada.
– Okay, okay... – o moreno falou rapidamente. – Se você não aparecer terá que... sei lá, gritar para todo mundo ouvir que Scorpius beija mal!
– LIAM! – Scorpius brigou.
– Feito! – falei sorrindo.
– ROSE! – o loiro gritou irritado, mal acreditando em nós.
Eu me limitei a rir.
– E se você perder a aposta Liam, se eu aparecer na boate, você irá “virar uma mulher” e dar em cima de Albus.
O moreno faltou só me lançar um crucio ali mesmo, enquanto Scorpius ria.
– Você é cruel, Weasley... – Liam falou – uma garota cruel demais.
Sorri enquanto a aposta era aceita.
Agora o problema novamente: Como eu iria aparecer numa boate hoje à noite?

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