14 outubro, 2012

[Incantatem] Guerra Potter


Pov Rose
Penso que a Terceira Guerra Mundial está para ser iniciada. Há na toca uma atmosfera amigável, ao menos entre os adultos, porque entre meus primos tudo é instável. É entre eles que a guerra era mais provável. Lily ainda briga com James por causa de Vlouty, Albus tenta não se intrometer, mas é obvio que ele está irritado com a irmã por implicar com sonserinos, é mais difícil para ele anunciar o namoro com Alynna quando Lily insiste em odiar qualquer um da casa inimiga.
E eu sinto-me mais horrível ainda, pelo fato de que combinara com Scorpius que tiraríamos nosso namoro das sombras. Era também de se esperar que meu pai estivesse cozinhando meu fígado a essa altura, porem isso não acontecera ainda. Nem Nick, nem Molly revelaram meu relacionamento com Scorpius, o que me deixava impressionada.
O jantar transcorreu, porém, tranquilamente bem e ouvi vovó dizer que amanhã a tia Luna viria para o almoço, o que significava que Lysander e Lorcan estariam aqui. Isso me deixava nervosa por tudo que acontecera entre mim e os gêmeos, mas eu não diria nada.
Estava agora no meu quarto na toca, onde eu frequentemente dormia quando ia para a casa de vovó e vovô, era um quarto que eu dividia com minhas primas e por isso estava sempre com alguém me fazendo companhia. Mas naquele momento eu apenas olhava a lua pela janela, enquanto Roxanne escrevia em num velho diário. Lily estava na cozinha atacando os doces que sobraram da sobremesa e eu suspeitava que Hugo também estivesse por lá, já que era também um esfomeado e guloso.
– O que acha que acontecerá quando eu disser sobre Scorpius? – perguntei para Roxanne, que me entendia visto que estava agora com Liam, outro sonserino.
Bela ironia, Weasleys apaixonadas por sonserinos.
– Bem, seu pai vai amar isso! – a ruiva falou, ironicamente.
Ironia, eu realmente não precisa disso naquele momento. Mas o certo era dizer logo de uma vez sobre Scorpius, um namoro às escondidas seria bem pior. Rox fitou-me e vendo minha aflição, continuou a falar.
– Não tive problemas com papai por causa de Liam.
– Você contou já para o tio Jorge!? – exclamei.
– Sim. Eu disse a minha mãe primeiro e ela foi legal com isso. Depois eu contei para papai e o Fred acabou dizendo que não se importava, já que conhece o Liam e sabe que ele é um cara diferente, não um sonserino babaca. Disse também que Liam uma vez o salvou de uma bela detenção há alguns anos. – Roxanne foi dizendo e eu estava maravilhada com tudo isso, e feliz por tudo dar certo para ela. – Liam apareceu em casa e tudo está ótimo por enquanto, e ele virá amanhã aqui.
A ruiva estava radiante e eu senti uma pontada de inveja. Queria que tudo fosse simples assim também para mim.
– Você não me disse ainda como ele te pediu em namoro – exclamei de dando conta disso e a vi ruborizar.
– Bem... – Rox começou – Não foi tão especial...
– ME CONTE! – exigi tacando-lhe um travesseiro e os cabelos vermelhos dela ficou todo desarrumado. Mas percebi que ela não se importava com isso.
Minha prima abraçou o travesseiro e sorriu de forma sonhadora.
– Foi logo depois do show, depois de você desaparecer. Eu fui até onde ele estava com os outros da banda e ele me abraçou cantando de novo Baby I’m Yours. Ele sussurrou no meu ouvido Rose, aquela voz tão perto... – ela foi dizendo e eu parecia ouvir uma espécie de novela. - Baby, I'm yours and I'll be yours until two and two is three, yours until the mountains crumble to the sea, in other words, until eternity...
Roxanne estava muito diferente, a garota tão focada que eu conhecia agora tinha um olhar perdido em qualquer pouco, e repentinamente ela me fitou.
– E logo depois ele disse: Roxanne, namore comigo... Eu quis gritar, eu fiquei parada ali olhando ele, e o Liam continuava a me olhara também e do nada: “Por Merlin, fale algo!”. Eu comecei a rir, ele estava nervoso, então eu o beijei.
– Meu Merlin, eu acho que vou chorar!
– Não zoe, Rose Weasley! – Ro me tacou o travesseiro de volta e eu ri. – E quanto a você? Como foi namorar Scorpius Malfoy?
Roxanne contestou ao mesmo tempo que alguém abria a porta e invadia o quarto.
– Como é que é?
Oh, Merda!
Olho estupefata para o portal a tempo de ver minha mãe fitando-me completamente surpresa. Eu rapidamente me levanto e fecho a porta, puxando mamãe para dentro.
– Mamãe, eu...
– Rose, desde quando está namorando?
– Bem, mal faz uma semana – falei contando mentalmente os dias e a encarei – Eu iria contar, mas não sabia como, mamãe, eu...
– Por que não sabia? – Hermione Granger ainda estava surpresa e eu me sentei na beirada da cama.
Estava ciente da presença de Roxanne, do meu coração pulando contra meu peito, uma sensação completamente nova, como se hipogrifos voassem em meu estomago e um dragão queimasse minha garganta com suas chamas.
– Bem, é óbvio, não é?! – eu exclamei. – Como eu direi para papai que estou namorando um Malfoy?
Minha mãe olhava-me com mais compaixão ainda. Eu esperava qualquer reação menos essa. Em que mundo ela aprovaria o filho do cara que tanto a importunou no passado? Aquilo era surreal demais.
– Filha, isso é mesmo sério?
– Se é sério? Por que eu passaria por todo esse nervoso para dizer isso se não o fosse?
Merlin! Até mamãe tinha seus momentos de lerdeza! Eu olhei para o chão, tentando saber o que aconteceria dali para frente.
– Convide-o para vir aqui amanhã.
Ok, pausa dramática. Eu ouvi mesmo isso? Fitei mamãe e encarei aqueles enormes olhos castanhos, achando que talvez ela estivesse louca. Em que mundo Scorpius Malfoy visitaria os Weasleys e tudo ficaria bem? Sentia vontade de chorar. E pensar que papai nem sequer desconfiava...
– Eu não posso, mamãe. Lily piorou tudo – deixei escapar e isso era a pura verdade.
– Ginny falará com ela. Não entendo o problema também, Albus é quase um sonserino, seria mais fácil se ele estivesse nessa casa, talvez, mas não, o chapéu tinha que ficar tão indeciso! – mamãe rolou os olhos e eu estreitei meu olhar.
– Como é? – perguntei e ela me olhou atônica.
– Pensei que ele tivesse lhe dito... – ela sussurrou e olhou para Roxanne, percebendo que nós duas não fazíamos idéia do que ela falava. – Oh. ­– falou em seguida, percebendo que revelara algo pessoal do meu primo.
– Mamãe, o que houve? O chapéu não sabia onde por Albus?
Ela olhava de mim para Rox e eu sabia que estava considerando revelar ou não o segredo de meu primo.
– Bem, é.
Mamãe contou então que durante a seleção de Albus, o chapéu seletor simplesmente parou de funcionar, eu lembro-me de que meu primo perdeu-se no castelo e McGonagoll ficou uma fera com isso, dizendo que ele tinha saído exatamente ao seu pai, sem por nem tirar e depois ela o levou para a sala da diretoria para selecioná-lo. Depois disso Albus apareceu somente no salão comunal e parecia um pouco perturbado, mas pensei que fosse somente por ter levado uma bronca logo no primeiro dia. Mas não.
Agora mamãe dizia que o chapéu não funcionou com ele direito e que demorou minutos para decidir entre colocá-lo na sonserina ou griifória.
– Albus estava morrendo de medo da seleção, não queria ser um bruxo sonserino, porém o chapéu via a casa dele como sendo exatamente essa, e o desejo do Albus de não estar lá foi tão grande que o chapéu teve de colocá-lo na grifinória. Exatamente como fora com Harry, mas sua seleção fora mais intensa. Acho que Lily não sabe disso, que seu irmão deveria estar na sonserina. – mamãe falou e suspirou. – Filha, mas deixando isso de lado, você precisa dizer a seu pai.
Eu a fitei e mamãe levantou-se.
– Não diga nada a ele, ainda. Eu não sei como falar para o papai – pedi e soube que ela estava do meu lado e conhecendo meu pai como conhecia, ela concordou.
O que eu deveria fazer da minha vida? Céus!
– Essa história com James está piorando tudo para você e Albus – Rox foi dizendo.
– Como sabe sobre o namoro de Albus? – perguntei, lembrando-me que, para todos os efeitos, ninguém sabia ainda.
– Liam me contou.
– E como Liam sabe? – contestei mais surpresa ainda.
– Ele é fantástico em descobrir segredos, assim como eu. Nós andávamos por toda Hogwarts e nos escondíamos em vários lugares desde que eu entrei no primeiro ano, e estava já no segundo. Sempre fomos amigos, embora mantivéssemos isso em segredo.
Incrivel! Hogwarts era uma caixinha de surpresas.


***


– Você contou a eles? – o moreno ia falando.
– Ainda não.
– Por que não contou a eles?! – ele insistiu.
– Não consigo.
– Rose!
– Pare de encher, Liam! – eu sussurrei enquanto dava um tapa no sonserino.
Roxanne riu do namorado e de mim e eu voltei a alimentar as galinhas da vovó. Ele chegara há alguns minutos e todos o receberam bem, com exceção de Lily que estava emburrada e que vivia resmungando algo como “sonserinos são a escória”. Eu já estava quase lhe dando um tapa na cara, nem Hugo conseguia convencê-la a parar com isso. Nem tio Harry!
– A ruiva de miniatura está me enchendo já – Liam falou. – Sem querer ofender, Potter.
–Tudo bem – Albus disse. Ele estava sentado na grama com Rox e observava eu e Liam jogando milho. – Minha irmã sabe ser infantil.
– Normal, ela tem só 13 anos. Mas aposto como isso só está acontecendo por culpa da Emmily, por causa do que ela fez a Lily...
Eu olhei para Albus e ele pareceu não entender.
– O que quer dizer?
– Quando Lily entrou em Hogwarts, Emmily acabou aprontando com a maioria dos calouros. Até mesmo com seu irmão, Rose. Eu descobri isso apenas quando vi Emmily rindo com as meninas no salão comunal. Ela e Diana sempre os assustavam com feitiçarias.
Agora eu entendia muito melhor minha prima, mas mesmo assim, ela estava sendo infantil demais!
– Crianças, o almoço está servido – tia Ginny apareceu na porta da casa, nos chamando e nós quatro entramos antes que a comida esfriasse ou Hugo e James comessem tudo que vissem pela frente.
Tudo estava uma delícia como sempre e eu vi Liam repetir o guisado de vovó e Roxanne dizendo que ele sairia rolando logo logo se continuasse a comer tanto. Lysander estava do meu lado e eu percebi que todo o nosso passado já tinha sido superado por ele, e agradeci a Merlin por isso. Eu adorava tê-lo como amigo e sentia falta das nossas conversas sobre as aulas de Hogwarts.
Lily estava calada e olhava Liam com uma cara feia e irritada.
E repentinamente uma coruja entrou pela janela e pousou na cadeira de Liam. Ele pegou a carta e sorriu.
– Aconteceu algo? – Roxanne quis saber.
– Scorpius me mandou um cartão de Feliz Natal! – o moreno falou. – Eu lhe disse que estaria aqui e ele escreveu também “... e desejo a toda a família Weasley e Potter um ótimo Natal”
Céus, eu aposto como ele fez isso para ser um bom garoto frente a minha família e eu sorri com isso.
– Scorpius é o filho do Malfoy? – Harry quis saber, meio impressionado.
– Sim! Ele mesmo.
– Não entendo porque ele deseja isso, não é como se ele se importasse... – Lily foi dizendo.
– Eu adoraria que você parasse de insultar minha casa e meus amigos, Srta. Weasley – Liam falou, sério como nunca e vi Albus sorrir com isso e James parar de comer repentinamente.
– Por que eu deveria? – Lily disse e eu quis afogá-la em seu copo de suco de abóbora. – Todos sabem que o Malfoy é...
– Lily, para já com isso – a voz dessa vez era minha e eu percebi que não aguentaria ela falando mal de Scorpius. – Ninguém mais superta você insultá-los. Scorpius, Liam ou qualquer outro sonserino que você conhece não é passado de nossos pais e também não são as cópias do pais deles.
Agora todos me olhavam surpresos, afinal, a última pessoa naquela mesa que discutiria com Lily seria eu.
– E como você pode saber isso? Como pode dizer coisas boas de Scorpius Malfoy? Esse cara faz mal a você há anos.
– Correção: Nós brigamos há anos, não só ele me provocava, mas eu também.
– Por que o defende, Rose? Ele não se importa nada com você e...
– É claro que Scorpius se importa – falei e percebi que corada. – Ele e eu estamos namorando – eu falei de uma vez, sem me importar com o som do garfo de James caindo no chão, ou o sorriso da minha mãe. Eu não planejava dizer a eles desse modo e finalmente falei da pior forma. Parabéns Rose Wealsey!. – E eu planejava falar isso nesse fim de semana, porém você Lilian Potter, estragou todos os meus planos por causa de um briga estúpida com seu irmão.
Meu pai estava sem fala.
– Albus! Diga alguma coisa! – Lily falou. – Diga que Rose não pode namorar um... um sonserino. Eles tão cruéis e...
– Lily, pare...
Eu me levantei, já não me importando com a confusão que eu criara. E não esperando que tudo fosse ficar mais tenso ainda.
– Ele só vai machucar ela... – Lily continuava dizendo e eu comecei a subir as escadas para meu quarto, Roxanne estava vindo atrás de mim, e era ótimo ter a companhia dela. – Você deveria proteger sua melhor amiga dele...
– Lily, você está errada, sonserinos não são assim. – Albus falou e eu parei um minuto no topo da escada para ouvi-lo.
Não era possível que ele fosse dizer seu segredo. Será que minha petulância o influenciara?
– Como você sabe? – Lily desafiou. – Por que diz que sonserinos não são cruéis?
– Porque eu estou namorando com uma sonserina há meses.

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