05 outubro, 2012

[Incantatem] Desiderium Part 2



Pov Rose Weasley



Fitava meu reflexo e mal acreditava que era eu ali naquele espelho, meus cabelos estavam presos num coque frouxo e meu vestido era volumoso na saia, cai levemente pelo corpo.

– Rose! Será que você morreu aí dentr... – Lily foi gritando quase derrubando a porta e parou com os olhos arregalados.

– O que foi? – perguntei checando se eu estava mesmo bem ou com um chiclete grudado na testa – Lily! Planeta terra chamando!

A ruiva piscou alguma vezes antes de voltar à realidade, ela usava um vestido rosa lindo e parecia uma princesa.

A porta foi aberta e Dominique e Molly entraram, ambas estavam deslumbrantes e a natureza veela de Nick a deixava mais bela ainda.

– Quem é você e o que fez com a minha prima? – Molly falou divertida e eu lhe mostrei a língua.

– Scamander terá um infarto.

– Não, ele não terá – falei gargalhando e sai do dormitório ajeitando meu vestido novamente, o tecido parecia deslizar pelo chão e me senti como uma garota de contos de fadas.

Ao menos eu tinha um príncipe.



Desci a escadaria para o hall de entrada devagar. Espiei tentando ver Lysander.

E se ele não viesse?

E se ele me deixasse esperando?

E se... Eu tropeçasse na escada!

Pois é, foi exatamente isso que aconteceu e Rose, maquiagem, cabelo e vestido quase desceu a escadaria rolando, isto é, se não fosse por alguém ter me segurado bem na hora. A mão havia agarrado meu braço firmemente e eu tinha que deixar bem claro: Eu odiava usar salto!

Olhei para cima e vi olhos cinzentos me fitarem.

– Sempre a desengonçada Weasley – ele disse, embora não sorrisse.

Ficamos alguns segundos nos encarando, em lembrando-me de Scorpius na enfermaria, seu convite para o baile, toda a sua decepção.

Então eu me afastei.

– Obrigada, Malfoy – disse e ele sorriu secamente, desceu as escadas e ficou lá embaixo, provavelmente esperando alguma garota.

Uma garota que não seria eu.

Senti meu estomago se revirar, mas ignorei isso. Desci as escadas agora devagar e logo vi Lysander.

Ele beijou minha mão delicadamente e sorriu.

Mas eu quis sinceramente correr, me pegava a todo momento olhando para aquele loiro desgraçado, aquele sonserino idiota.

As memórias sobre ele não saiam da minha cabeça, tudo me atingia e eu era naquele momento toda feita de emoções.

Peguei uma cerveja amanteigada e fiquei rindo de algumas histórias que Lysander falava sobre o irmão. Eu a muito tempo não pensava em Lorcan e mal entendia meus sentimentos. Olhei para a pista de dança e vi Malfoy com Diana Nott, a canção que eles dançavam terminava, mas eles eram perfeitos juntos.

Help, I'm alive

My heart keeps beating like a hammer

Voltei-me para Lysander, tentando tirar meus pensamentos de Malfoy e então o corvinal me levou até a pista, onde uma musica mais lenta começava. E eu sentia vários olhares sobre mim, sobre nós.

Today we took a walk up the street

We picked a flower and climbed the hill above the lake

And secret thoughts were said aloud

We watched the faces in the clouds

Until the clouds were had blown away

Were we ever somewhere else?

You know it’s hard to say

Ele me levou até o meio da pista, uma canção lenta tocava e a mão dele foi automaticamente para a minha cintura. Encostei-me nele e ficamos dançando lentamente, mas eu estava longe dali. Eu pensava em Scorpius.

“Você é um jogador”

“E acidentes acontecem, pai!”

“Desde quando vocês namoram?”

“Mia, nós não namoramos”

“Você deve ser a Weasley!”

“20 pontos para grifinória”

“Fique”

“Venha ao baile comigo”

“Malfoy...

“Você destruiu minha poção, Malfoy!”

“E daí? Vai me bater com um livro?”

“Livre-se você da sua saia, Weasley”

“Você é um ser desprezível, Malfoy!”

“E você uma filhote de sangue-ruim”

“Um Malfoy pedindo ajuda para uma Weasley? É isso mesmo? Merlin! O mundo acabará hoje!”

“Cale a boca Weasley!”

“Vem fazer”


Maldito! Desde que eu o conhecera eu o odiara, ele fizera tantas coisas ruins, mais coisas ruins do que boas, mas agora aqui estava eu, louca para cruzar o salão e estar com ele. Mas Scorpius estava com Diana Nott, ela era seu par, não eu.

I never saw blue like that before

Cross the sky, around the world

You're given me all you have and more

And no one else has ever shown me how

To see the world the way I see it now

Oh I, I never saw blue like that

Mas não! Não era possível, eu não poderia estar apaixonada por Scorpius Malfoy. Não quando ele era meu inimigo, não quando...

– Rose? – A voz de Lysander me chamou, preocupado – você está bem?

Não tive tempo de responder, simplesmente porque tivemos que trocar de par, eu queria continuar em seus braços, sentia um segurança incrível neles, mas não, uma garota lufana o puxou e eu me vi novamente de frente a Scorpius.

Ele me guiava perfeitamente e não permitia a mim escapar.

– Você está estranha, Weasley?

Você acha sua serpente encantadora?

– Estou bem.

– Não está. – ele rebateu teimoso.

I can’t believe a month ago

I was alone, I didn't know

I hadn't seen or heard your name

And even now, I’m so amazed

It's like a dream, it’s like a rainbow, it’s like the rain

And some things are the way they are

And words just can't explain

– Por que é tão importante eu estar bem ou não? Isso não importa para um Malfoy – falei com raiva tentando me desvencilhar, ficar perto dele era algo difícil, principalmente depois que me dei conta de que o amava.

Mas eu não poderia fugir agora, não quando ele me ficava com tanta intensidade.

Esperei até que a troca de casais novamente acontecesse, mas ele me segurou firmemente, fitei-o com surpresa e percebi toda a sua máscara derreter. Ele era novamente Scorpius.

– Rose...

– Me deixe ir, eu não entendo o motivo de me prender a você dessa forma – falei cansada.

Cause I never saw blue like that before

Across the sky, around the world

You've given me all you have and more

And no one else has ever shown me how

To see the world the way i see it now

Oh I never saw blue like that before

– Por que eu faço isso? – ele repetiu – Porque eu sou um idiota e porque vejo você gastar seu tempo com outro idiota. Weasley você me ama. E só você não viu isso, porque tem medo demais do que os outros pensarão e porque teme a si mesma, teme pertencer a alguém.

Eu fitei-o surpresa, quem ele era para tentar me definir? Para simplesmente me julgar?

Nem esperei a dança acabar, simplesmente tirei as mãos dele de mim com violência e andei a passos pesados para longe daquela serpente nojenta.

“Teme pertencer a alguém”

“Teme pertencer a alguém”

“Teme pertencer a alguém”


Isso ficava vagando na minha cabeça como se ele tivesse me jogado um feitiço.

Peguei a primeira bebida que vi e entornei sem pensar, o líquido queimou minha garganta, mas não e importei. Eu precisava tirar ele da minha cabeça, precisava me distrair.

– Isso não é para você – Albus falou tirando o copo da minha mão.

– Não me importo, Al – falei com raiva e peguei outra taça, tomei outro gole e meu primo mais uma vez tirou a bebida de mim. – ALVO SEVERUS POTTER, PARA COM ISSO JÁ! – falei com raiva.

Ele deu de ombros e puxou-me pela mão, levando-me para um canto.

– O que diabos você tem, Rosie? – o moreno perguntou e eu desviei o olhar – Não é mais a mesma, mal fala comigo mais e...

– Você também, Al – eu falei com raiva. – Anda tão estranho quanto eu.

Isso pareceu deixá-lo mais reservado e surpreso e eu tinha certeza de que Albus tinha algum segredo.

– Apenas me deixe em paz – falei, já me sentindo mal por brigar com meu primo.

Maldito Malfoy! Ele estava destruindo toda a minha vida! Afastei-me e percebi que Lysander estava perto de mim agora, eu peguei outra bebida.

– O que estava fazendo com o Malfoy? – ele perguntou e eu ergui uma sobrancelha.

Lysander estava com... ciúmes? Não podia ser.

– Dançando, não viu? – respondi e bebi o liquido azulado em minha taça.

Finalmente eu estava me sentindo melhor, nada de Malfoy, nada de problemas, anda de Albus. Ouvi então uma barulheira e percebi que um grupinho de sonserinos gritava, no meio deles, percebi uma loira do 6º ano atracada com ninguém mais, ninguém menos, do que meu querido primo James Potter.

– Aquele é... James? – perguntei vendo-o beijá-la com volúpia.

Vi então Lily andar até eles com raiva e Hugo tentava em vão contê-la, mas aquela baixinha era teimosa demais. Ela puxou Emmily pelos cabelos e forçou os dois a se separam.

– Larga meu irmão agora, sua vadia! – Lily gritou.

Todos no salão prestavam atenção a briga que se formava, e eu não sabia mais o que pensar. Emmily não era exatamente uma piranha, o único problema dela era o fato de que ela amava brincar com os garotos. E eu entendia Lily, ela sabia que James tinha problemas com as garotas e que facilmente iria gostar da Vlouty. E a sonserina apenas pisaria em James.

– LILY! – James gritou com raiva – Pare com isso.

– Não, espera só até eu falar para mamãe sobre isso, um Potter com uma sonserina... ridículo! E ela ainda por cima...

A loira estava ofendida demais e se virou para a minha prima.

– Escuta aqui baixinha, eu não sei qual o teu problema, mas...

– Baixinha? – Lily repetiu e deu um tapa em Emmily – Ninguém me chama assim.

E então a confusão aumentou, eu fui para trás para evitar me misturar, mas Lysander avançou, para segurar Lily, enquanto James segurava Emmily.

Era tudo meio cômico, mas eu precisava de ar, fui até a primeira sacada que encontrei e estaquei na porta mesmo. Se a confusão no salão estava causando problemas, eu ficava imaginando o que a cena que eu via poderia causar.

Albus estava beijando uma garota.

Mas não uma simples garota. Ela era Alynna MacIntyre. E seu pai estava em Azkaban.

– Ai meu Merlin! – falei pausadamente e os dois se separaram.

– Rose? – Albus falou.

“Não, Papai Noel!” pensei ainda surpresa e olhei para a confusão no salão e depois para os dois, alienados de tudo.

– Rose eu...

– Albus, eu não dou a mínima para você e ela juntos... – falei apontando para a garota sonserina – Mas caso você não saiba, Lily acabou de bater em Emmily Vlouty por ela ter beijando James.

– Como é que é? – Alynna perguntou indo para a porta e ficando ao meu lado – Merlin, Al, sua irmã deixou um olho roxo na minha amiga! – ela disse quase rindo.

– Então esse é seu segredinho, Potter – falei olhando para Alynna e ela corou.

De todos da sonserina, eu só não via crueldade naquela garota. Era como se ela estivesse na casa errada.

– Não conte a ninguém ainda. – Albus pediu olhando para Alynna e ela olhou-me pedindo o mesmo.

– Certo, nem estive aqui – falei e entrei novamente no salão, onde a musica ainda estava alta e a confusão se dissipando.

Peguei outro copo, o primeiro que vi, com um brilho vermelho e um aroma doce e tomei quase o conteúdo inteiro, era delicioso e me deixou com uma sensação maravilhosa.

Oh, oh

Stop touching...

Stop touching me without permission

Don't disobey, answer to me

Said, if you wanna play

Follow direction

We'll do this my way (my way, my way)

– Você deveria para de beber – uma voz falou e eu vi Malfoy, ele fez como Albus e tirou a bebida da minha mão, colocando novamente numa bancada.

Eu a peguei novamente e tomei um gole.

– Não, obrigada – respondi, mas ele tomou a taça de mim novamente e entornou o líquido vermelho – Isso era meu, Malfoy!

– Falou certo, era.

Fiquei com raiva dele e fui novamente para a pista, eu não via Lysander a um tempo, desde a confusão, mas eu queria dançar e a musica me chamava.

What do you really want?

What do you wanna know?

What do you wanna see?

Where do you wanna go?

If you leave it to me

We will not go slow

I got places to be

When you're ready, let me know

Eu me mexia de acordo com a música, levantava meus braços e por incrível que parece eu estava rebolando, um sonserina veio até mim e eu comecei a dançar com ele. Eu não sabia nem ao menos meu nome, mas me movimentava num ritmo viciante, enlouquecedor. Vi então um loiro, Lysander, eu acho, não tinha certeza, a bebida estava deixando todos os meus sentidos alterados.

Puxei-o pela gola e as luzes azuladas na pista, a fumaça azulada, toda a movimentação, me deixavam desnorteada. Eu colei meu corpo ao dele e sabia que todos ali me fitavam, um garoto me comia com o olhar, praticamente me despia com os olhos. E então eu vi Malfoy, sua expressão era totalmente previsível, ele estava louco de ciúmes. Eu sorri e colei meus lábios nos lábios do loiro comigo. Eu queria fazê-lo sentia dor, queria faze-lo se sentir da pior forma possível.

O mundo pareceu parar, os lábios dele sugaram os meus com desejo, de uma forma nova e nada terna, a mão dele puxou-me pela cintura, quase aderindo meu corpo ao dele e me deixando mais louca ainda. A língua dele brincava com a minha, fazia movimentos que combinavam com os meus e que me levava a um estado de loucura.

A mão dele desceu levemente e eu fiquei surpresa, eu arranhava sua pele, puxava seus cabelos e o ouvi gemer baixo.

Mas em seguida ele se afastou e tudo o que vi foi o loiro levar um soco. Mas havia dois, exatamente iguais e minha visão confusa não ajudava. Alguém me puxou e me levou para fora do salão, eu andava quase tropeçando e só então percebi que Malfoy era quem estava comigo.

– Você está bêbada demais. – Malfoy falou divertido e em seu olhar eu vi um nítido desejo.

– Não estou – eu falei emburrada, ainda confusa. – O que aconteceu lá?

Malfoy me olhou confuso e então riu.

– Você beijou Lorcan, Lysander bateu no irmão e di Angelo iria te espancar se eu não te tirasse de lá.

Paramos de frente para uma porta e Scorpius a abriu, me puxou para dentro e eu pulei em cima da cama. Estava cansada, mas a agitação ainda tomava conta do meu corpo.

– Eu beijei... Lorcan – repeti e fechei os olhos, lembrando-me do beijo que sempre quis experimentar – Malfoy, você está louco.

O sonserino sentou-se ao meu lado e me encarou, eu sentei-me na cama, onde antes estava deitada. Eu toquei seus cabelos loiros e senti um desejo incrível de ficar com ele naquela noite.

– O que há de errado comigo, Scorpius? – perguntei e o beijei, não me importava com mais nada, eu o queria, o desejava com toda a minha força e vontade.

Deitei-me novamente e ele deitou-se sobre mim, pressionando seu peso contra meu próprio corpo e me tocando de uma forma nova. Enlacei minhas pernas em sua cintura, beijei seu pescoço delicadamente, mordisquei o lóbulo de sua orelha esquerda. O loiro deitou sua cabeça na curva do meu pescoço e parecia unir todas as suas forças para ficar longe, mas era quase impossível. Mas então, ele deslizou para o lado, deixando-me sozinha.

Scorpius levantou-se e ficou o máximo que podia longe de mim.

– Scorpius... – sussurrei confusa.

– Seu cheiro... é o mesmo do da bebida – ele falou. – Aquilo era uma poção, Rose. Reconheci só agora – o loiro sussurrou. – Poção Desiderium.

Desiderium.

Desiderium.

Busquei na minha memória, mas era difícil pensar com meus sentidos confusos.



Pov Scorpius Malfoy



Eu a vi fechar os olhos, sua expressão era concentrada e eu sabia que ela estava pensando, tentando reconhecer a poção.

– Está num livro antigo – falei. – Um livro da área restrita. A Poção Desiderium é a poção do desejo, da libido, da loucura. E com tanta bebida que você tomou, não me surpreende você estar assim.

– Você também tomou Malfoy, você roubou minha taça, lembra? – Rose falou sorrindo.

Nunca me arrependi tanto de algo como naquele momento.

Eu nunca fizera tanto esforço como naquele momento, ficar longe daquela ruiva era algo torturante.

– Quanto tempo leva para o efeito passar? – Weasley perguntou deitando-se de bruços na cama. A garota simplesmente não parava quieta.

– Eu não sei, depende também da química entre... – comecei a falar e parei.

– Entre nós – Weasley completou e vê-la toda desinibida era algo engraçado. – Malfoy, você é um idiota por ficar aí. – Ela comentou agora se sentando.

– Na verdade eu seria um covarde se me aproveitasse de você nesse estado.

– Nesse... estado? – a ruiva gesticulou. – Que estado?

– Você está bêbada e sob efeito de uma poção realmente forte.

– Você também está – ela choramingou e veio lentamente até mim.

Eu queria mais do que tudo agarrá-la, parecia até mesmo vida ou morte isso, mas eu simplesmente me afastava temendo a merda que tocá-la causaria.

– Você admitiu que há química entre nós – ela sussurrou ficando com os lábios próximos demais. – Mas pensei que eu era só... uma garotinha para você.

Garotinha? Garotinha ela era com seu uniforme, com seus livros e penas e tinteiros. Agora ela podia ser tudo, menos garotinha.

– Olha, Weasley... eu quero só que a poção acabe, mas quanto mais próxima você ficar de mim, mais demorará – falei tenso e suando frio já.

– Você está louquinho, Malfoy – a ruiva falou e Merlin, isso era hora para ela ser... grr gostosa?!

– Não estou, é apenas o vestido seu e toda essa aparência bonitinha sua para o baile que me afeta – falei tentando me convencer disso.

– O vestido te afeta? – ela contestou e olhou para si mesma. – Então... talvez sem ele você melhore.

Eu fingi que ela não dissera isso, mas Rose começou a abrir o zíper do vestido e eu a impedi, ah de onde eu tirava forças para resistir mesmo? Eu a olhei e ela tinha um sorrisinho no rosto, um sorriso nada nerd, e percebi que aquela seria uma longa noite, eu tentando resistir e ela me provocando mais e mais.

Maldita poção!

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