10 novembro, 2010

Por Culpa do Destino 2 - Bônus







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1º capítulo
Coração de Gelo

Hermione não via seus amigos na plataforma.
–Onde estão todos? – Anthony perguntara aproximando-se dela.
–Não sei. – a castanha falara e consultou seu relógio. – Ainda é cedo, eles costumam se atrasar. Acho melhor procurarmos uma cabine.
Juntos eles se dirigiram para o Expresso de Hogwarts, entraram e alguns alunos assustaram-se com a aparência dela. Aquela não parecia Hermione Granger, definitivamente. Era uma nova garota. Anthony seguia atrás dela, seus cabelos estavam negros como nunca e seu olhar escuro e intimidador, mas ainda preservava sua ironia e divertimento.

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Bonjour mademoiselle... – a voz de Tony chegou aos seus ouvidos.
–Por que não para de invadir meu quarto? – Hermione perguntou sentando-se na cama e espreguiçando-se.
Olhou Anthony, ele ficara muito mais divertido do que era antes. Podia jurar que já o considerava um ótimo amigo, mas naqueles dias ele tinha um ar estranho e olheiras profundas.
–Porque é divertido. – ele respondera.
–Espera até a Lucy saber disso... – Hermione comentara e Tony fechou a cara.
–Não estou comprometido, Granger. – Tony respondeu, mas pensou seriamente em acrescentar um “ainda” à frase.

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–O que aconteceu com você? – Draco perguntou olhando-a de cima a baixo.
Lucy olhou seu reflexo pelo vidro, embora fosse fraco dava para ver sua aparência. Lucy usava agora uma maquiagem pesada, negra, contrastando mais ainda seus olhos castanhos caramelados. Usava também uma roupa mais justa, que destruíra completamente seu visual de menininha. Seus cabelos loiros estavam bem maiores do que antes, grandes demais para terem crescido em um espaço de tempo tão curto, com certeza ela usara magia para torná-los maiores.
–Não há nada de errado comigo. – ela sussurrou.
–Seus problemas refletem na sua aparência agora? – Draco contestou olhando-a entediado.
–Apenas cansei de ser quem eu era.
–Ótimo, e parece que não foi só você. – Draco resmungou.
–O que quer dizer?
Granger. – dissera fitando a janela – ela está diferente. E a culpa é toda minha.
–Talvez finalmente ela tenha se tornado a bruxa que nasceu para ser, você só... ajudou um pouco. – a garota sussurrou.

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–Lauren, pare de pular na cama – a mulher dissera severamente – Ah, bom dia, Lucy... Será que você pode tomar conta da Lauren e do Theodore hoje?
–Claro, tia Meredith... – a garota respondeu mecanicamente.
–Ótimo, eu e o Paul vamos visitar uns amigos e eu não quero levar as crianças com esse frio. – Meredith comentara, mas a sonserina não prestara atenção.
Voltara seus olhos para a janela e visualizou a paisagem fria. Aquilo lhe trazia lembranças. Tristes lembranças.
Voltou, então, seus olhos para o quarto. Meredith tentava tirar a filha da cama, mas a menininha não parava de brincar, de sorrir. Daria tudo para ter aquilo. Mas sabia que nunca mais teria essa chance.

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A maldição entrou em sua cabeça, deixando-a vazia, apenas com uma mensagem. Pare de nos atacar. Era certo que eles a temiam de certa forma, em razão do último ataque que fizeram a ela, na floresta proibida, e assim, iriam querer contê-la. Mas Lucy não sucumbia facilmente a maldições. Estava treinada para não receber ordens, ainda que esta fosse dada pela Maldição Imperius. Conseguiu livrar-se dela, e assim, tentou um último feitiço, facilmente repelido pelos homens.
Percebeu que agarraram Theodore e Lauren e finalmente parou seus ataques, apenas as crianças eram importantes.
–Finalmente estamos frente a frente de novo, Lucy Moore. – Lestrange dissera divertido.
–Realmente, mas sempre precisa de capangas quando me encontra, só porque não consegue enfrentar uma garotinha em um duelo? – a garota falara provocante e recebeu um tapa do homem, que fizera seu nariz sangrar.

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Draco forçou-se a voltar para aquele lugar escuro e abaixou-se entre o corrimão da escada, como uma criança, pronta para espionar.
–Não seja idiota, Ciça – dissera Bellatrix esganiçada – Charles sumiu, é óbvio que ele foi atrás da menina. Ele nega, mas sabemos qual é a verdade. Ele teve a filha com aquela sangue-sujo.
–Bella, porque ele mesmo iria propor algo contra ela se existisse algum laço entre eles? Ele está destruindo a vida dela! – Narcisa falara com raiva. – 15 anos e condenada por um homem idiota que passou os últimos anos em Azkaban.
–Com 15 anos pode-se fazer muita coisa, Ciça... e esses atos tem consequências futuras.
–O que está insinuando? – a mulher loira perguntou com evidente irritação.

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Sentia-se estranhamente ligada àquele lugar. Fora até o salão principal e percebeu que aquele era o salão com que sonhara, quando vira a fantasma misteriosa. Mesmo estando com tanta sujeira, podia imaginar o salão de modo que fosse imponente, belo, minimamente enfeitado.
Sem saber para onde estava indo, fora até a escadaria e a subira.
–Granger! Pare! Você não sabe o que tem aqui. – Anthony brigara arrependendo-se de tê-la trazido ali, mas ela não lhe dera atenção.
Continuou subindo, degrau a degrau, até chegar a um amplo corredor, abriu uma das portas e viu um cômodo vazio, tornara a fechá-lo, fora para o próximo, era uma biblioteca, pelo menos o que sobrara desta. Tornara a entrar no corredor e abriu a próxima porta, como se adivinhasse, sabia que aquele era o cômodo que procurava. Ao entrar reconheceu-o de seu sonho.
–Finalmente veio até mim, Guardiã. – uma voz doce e bela dissera e assim que Hermione olhou para trás, ouviu a porta bater com estrondo e trancar-se.
–Hermione! – a voz de Anthony do outro lado a chamou, intensa e urgente.
–O que pretende com isso? – Hermione perguntou à fantasma e tentou destrancar a porta.
Fora em vão.

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–Quer dizer que não tenho escolha?
–Realmente. Nenhuma de nós tem. – a fantasma falara desconsolada, prova de que também não escolhera ser a guardiã.
–E o que devo fazer?
–Lembra-se de seus sonhos? Lembra-se do que eu disse?
Então fora realmente ela que penetrara em seus sonhos, de alguma forma.
As palavras dela se fizeram nítidas em sua mente.

–Aquilo tudo... – Hermione começou a dizer, fazendo suas palavras refletirem seus pensamentos – Suas palavras... eram uma profecia?
–Sim querida. É a sua profecia.

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Hermione percebeu que estava de joelhos no chão frio. Suas mãos estavam nas têmporas e pela primeira vez deu-se conta do quão forte fora sua visão. Ela estava ali. Ela era Lucy.
Sua cabeça doía profundamente e ouviu gritos.
–Hermione! – era Anthony que gritava do outro lado da porta, incapaz de abri-la.
–Abra a porta – Hermione pediu para Juliette. – Deixe Anthony entrar.
Ela nem percebera que estava com lágrimas nos olhos. A fantasma erguera uma das mãos e a porta abriu-se.
Anthony correra até ela, preocupado.
–O que houve? Por que você gritou? – ele perguntou apressado, abaixando-se na direção dela.
Hermione só sabia de uma coisa. Anthony não pode saber o que aconteceu com Lucy.

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–Eu vi um ataque, Tony. – falara de uma vez – Não sei quem ela é, mas simplesmente senti o que ela sentiu. – Hermione explicara omitindo como sempre o nome – Mas isso não importa agora. – a garota virou-se então para Charles Steiner – E o que está fazendo aqui?
Ele a encarou por alguns segundos e a olhou entediado, como se fosse óbvio.
–Você tem potencial garota. Eu ouvi muito a seu respeito. Sei o que você fez no Ministério da Magia, ano passado. Lucius com certeza sente raiva de você e seus amigos por colocá-lo em Azkaban. Era para eu estar lá, mas não fui. – Charles respondeu olhando fixamente para ela. – Mas o que eu tenho observado é uma decadência. Sempre pensei que encontraria uma bruxa forte e poderosa. Decepcionei-me. Havia apenas uma garota frágil e indefesa.
–“Garota frágil e indefesa”? – Hermione repetiu com uma raiva controlada.

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Anthony olhou para o homem a sua frente como se ele tivesse dito algo insano, algo completamente sem nexo. Afinal, para que uma sabe-tudo como Hermione Granger usaria um conhecimento daquele tipo? Por que ela deveria aprender a lidar com os perigos que ele lidava?
Antes que Anthony proferisse alguma de suas perguntas, ele entendeu. Armadilhas. Aprender a lidar com as pessoas. Perigos.
Charles Steiner queria que Hermione fosse inteligente.
Ou melhor, mais inteligente.
Ele queria acabar com a ingenuidade dela.
E nesse ponto, Anthony tinha que concordar.
–Desafio aceito. – ele dissera agora mais animado.
Acontecesse o que acontecesse, Hermione Granger se transformaria.

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