23 novembro, 2010

Cap. 5 - Favors


–Doce anjo. Será que você é apenas ilusão de minha mente? – aquela voz arrastada estava melosa demais e eu podia jurar que ele saíra de algum romance do século XVII, mas eu não podia prestar atenção nessas coisas agora.
Os olhos dele me olhavam, estavam fixos em mim. Eu devia falar algo, mas não sabia exatamente o que.
–Por Deus senhor, não fales tão alto. Sabes perfeitamente que não posso vê-lo. – eu arrisquei dizer. Sim, acho que era isso.
– Tu podes, anjo. Tu podes tudo. Já levastes tudo que me pertencia. – Draco dissera tocando minha cintura e senti um calafrio de repente. Ele não devia fazer isso. Ou talvez devia. Eu não conseguia lembrar.
– Não toques em mim. Eu nem devia estar aqui, Draco. – eu falei me afastando.
– Mas estás. E sabes o quanto te seguras querendo tocar-me. – Me deixei ficar entretida no olhar dele, o que eu devia fazer agora?
–Eu... eu… eu esqueci.
–Parem. – a voz de McGonagall se fez ouvir e desmanchou completamente o ambiente da cena. – Srta Granger, como espera interpretar Dorothy se nem ao menos lembra suas falas?
Acredite. Eu não queria interpretar a protagonista.
–E ainda erra o nome. Você trocou o nome de Adrian por Draco.
–Troquei?
–Sim.
Teatro não era meu forte. Eu não sabia nada. E eu não conseguia ignorar Draco. Ou ao menos fingir que estava falando com um personagem. Não. Eu tinha que me ver como Dorothy, a filha de um banqueiro. E Draco como Adrian, um charlatão interessado em meu dinheiro.
–Vou melhorar. Prometo. – olhei para Draco ao dizer isso, mas ele já não prestava atenção em mim, olhava o chão como se estivesse preso em seus pensamentos.
–Tudo bem, Srta. Granger, vamos ensaiar uma parte nova agora. A valsa.
–A o que? – Draco perguntara repentinamente nervoso.
–Valsa, Sr. Malfoy. Acontece quase no final da peça. Dorothy e Adrian dançam no baile e se acertam.
Percebi certa hesitação nele, mas me adiantei para o meio da sala. Eu não queria dançar com Draco, principalmente com tanta gente assim no ensaio. A vaca da Pansy me fuzilava com os olhos, visivelmente querendo meu papel, mas McGonagall não permitira trocas. Rony não estava nada feliz por ter que atuar, e eu tinha certeza que ele arranjaria uma bela desculpa logo. No começo ele não conseguia acreditar nem ao menos que Draco e eu estávamos com os papéis principais, e ainda não acreditava. Antônio Golstein e Padma Patil estavam lá também, ambos não reclamaram por terem que participar, ele seria Jéremy Adams, melhor amigo de Adrian e seu cúmplice, e Padma seria apenas uma figurante, atuando em poucas cenas. Sortuda. Ernesto Macmillan seria Bartholomew Collins, o pai de Dorothy, e Ana Abbott, amiga da minha personagem. Enquanto isso, a Parkinson seria, nada menos, que uma vaca tentando roubar Adrian de Dorothy. Céus. Não quero ter que participar disso.
A professora colocou uma música lenta e Draco ficou parado na minha frente, sem saber o que fazer.
–Ponha a mão na minha cintura, Malfoy. – eu sussurrara.
–Ãh? Ah sim – ele falou e finalmente o fez.

When you have no light to guide you
Quando não houver uma luz pra te guiar
And no one to walk beside you
E ninguém para andar, para andar ao seu lado
I will come to you
Irei até você
Oh I will come to you
Oh, irei até você

Movimentávamos lentamente, mas Draco pisava no meu pé. Na hora eu entendi. Ele não sabia dançar. Eu ri baixo e ele me olhou com raiva.
–O que foi?
–Você não sabe nada sobre dançar, Malfoy.
–E você não sabe nada sobre atuar.
Ok, admito. Isso acabou comigo. Tudo bem, eu realmente não sabia, mas ele pronunciar isso alto tornava tudo ainda mais pior.
–Sabe, eu sabia que você estava blefando quando disse que era uma ótima atriz, mas eu nunca pensei que você fosse tão horrível.
Ele ia se ver comigo. Ah se ia!
–Malfoy! – eu quase gritei, surpreendendo-o. – Pare de pisar no meu pé. Se quiser fazer algo direito, aprenda primeiro.
Todos ouviram e eu julguei ter ouvido alguns risinhos.
–Desculpe, Granger, mas não sou o único que deve aprender algo aqui. Desista de seu papel. Sua atuação é ridícula.
Fui para cima dele com raiva, pronta para bater nele, mas Ernesto me segurou.
–Não vale à pena, Hermione. – ele falara para mim. 
Eu estava com muito ódio dele e ainda julguei ouvir um “Solta ela Ernesto, deixa ela bater na doninha” vinda de Rony e dei um meio sorriso.

No fim, saí dali. Já estava tarde, fui para o quinto andar, direto para o banheiro dos monitores. Não havia ninguém ali. Preparei um banho. Eu adorava aquele lugar, principalmente pela quantidade de sais.
Deixei minhas roupas caídas no chão e entrei na banheira, senti a água quente tomar conta do meu corpo. Fechei os olhos, permitindo-me descansar. Malfoy era um idiota completo, mas eu tinha que admitir, ele era legal, às vezes. O vapor da água quente tomou conta do ambiente e eu só percebi que havia alguém ali quando este se pronunciou.
–Como vai, Granger?
Quase surtei quando ouvi aquela voz, quase quis pular em cima dele, mas me controlei ao lembrar que estava nua. Olhei para os lados procurando-o em meio ao vapor e o achei sentado no chão, encostado em um pilar de costas para mim.
–O que faz aqui, Malfoy? – perguntei tentando achar agora minha toalha, mas estava longe. Que burra eu sou!
–Eu te segui. – ele disse tão normal como se falasse do tempo.
–E com certeza achou que seria divertido me espiar no banho. Aqui é o banheiro dos monitores, mas não quer dizer que pode vir aqui fazer isso.
–Fique sossegada Granger, não vou te espiar, e se eu fizer, juro que serei cuidadoso para você não perceber. – eu sentia claramente um tom debochado e cínico na voz dele. Mesmo ele estando de costas eu podia jurar que ele estava me olhando, não sei como.

–O que quer? Veio buscar o tapa que quase ganhou há pouco?
–Não mesmo. – Draco respondeu irritado. – Experimente me bater, Granger. – ameaçou com sua voz debochada. – Enfim...Vim te propor algo.
–E a resposta é não.
–Não pedi ainda.
–O não permanece. Não me importo.
–E se for algo do seu interesse?
–Ainda fico com o não.
–Te darei aulas de teatro.
 Isso me fez parar de negar. Eu poderia melhorar porque estava óbvio que Draco era, de longe, um ator melhor do que eu.
Mas como sempre, deveria haver um porém.
–Em troca do quê?
Vi ele levantar-se e aproximar-se de onde eu estava, a face pálida dele entrou em meu campo de visão e me encolhi.
–Queroaulasdedança. – Draco disse rápido e baixo demais.
–O quê?
–Eu disse que quero aulas de dança. – ele falara um pouco mais alto e pausadamente, contudo eu vi claramente ele se envergonhar por não saber dançar e ter que pedir a mim para ensiná-lo.
Eu ri alto, fazendo-o ficar com mais raiva.
–Escute aqui. Eu não queria ter que pedir isso. – falou com ódio. – sangue-ruim idiota... Esqueça, não quero mais nada.
Tive uma visão clara das minhas aulinhas de teatro desceram pelo ralo.
–Não! – gritei e ele voltou-se para mim. – Eu te ensino. E não vou reclamar mais.
–Ótimo. – Draco falou mais calmo e finalmente eu o vi me fitar descaradamente.
Senti vergonha, muita vergonha mesmo e desviei meu olhar. Ouvi somente o riso dele.
–Sabe... se eu ainda te odiasse, juro que me vingaria de você. – prestei muita atenção no ainda, queria dizer que ele não me odiava mais?
–Como faria isso? – perguntei engolindo em seco.
–Primeiro, eu levaria comigo suas roupas – disse fitando-as no chão. – Depois traria algumas pessoas para esse andar, você teria que sair daqui um dia, sabe?
–Não seria capaz de fazer isso. – eu sussurrei.
–O pior Granger, é que você está certa. Eu seria capaz de fazer isso. É passado. Eu apenas seria. Mas agora, eu vejo outras coisas mais interessantes para fazer com você.
Impressão minha ou senti certa ironia na voz dele? Ou melhor, um tom mais... safado?
Merlin, eu precisava logo sair dali, mas não via como pegar minha toalha com ele ali dentro. E pergunto: Cadê minha maldita sorte nessas horas?
–Malfoy, saia daqui. – pedi fechando os olhos.
–Claro, Granger. – Draco falou divertido. – Te encontro na sala precisa.
–Maldito sonserino! – gritei depois que ele se foi.

:::  :::

Entrei na sala precisa hesitante. Não estava nem um pouco animada para encontrar aquela doninha quicante. Mas eu fizera um trato com ele e, agora, eu tinha que cumpri-lo. O vi deitado de forma desleixada no sofá e me dirigi a ele, assim que me viu pousou seus olhos em mim, olhando-me de cima a baixo com um sorriso debochado.
–Por que me provoca tanto? – perguntei sentindo raiva dele ainda.
–É divertido. – ele debochou.
–Não estou brincando, Malfoy.
–Nem eu.
Perdi a paciência. Ele sabia exatamente como me irritar, na certa ficava pensando o dia inteiro em formas de fazê-lo.
–Não tem graça. – eu disse controlando-me.
–Ok – Draco falou e levantou-se – Que tal começarmos logo com isso?
–Tudo bem – eu resmunguei tentando esquecer as idiotices dele.
Draco aproximou-se de mim e apontou sua varinha para um velho rádio que havia ali. Logo a mesma música de mais cedo começou ser tocada.

When you have no light to guide you
Quando não houver uma luz pra te guiar
And no one to walk beside you
E ninguém para andar, para andar ao seu lado
I will come to you
Irei até você
Oh I will come to you
Oh, irei até você

–Coloque uma mão na minha cintura – eu disse e ele me obedeceu. – Preste atenção. É o homem que guia, mas para ficar mais fácil, não se preocupe com isso agora. Apenas me siga. – falei próxima demais daquelas íris cinzentas e me peguei fitando a boca dele.
“Foco, Hermione. Foco!” Disse mentalmente para mim mesma.
–Tudo bem. – ele falou olhando fixamente nos meus olhos e me desconcertando.
–Ótimo. Um passo para a direita – eu dizia tentando fazê-lo me acompanhar – Outro para cá, me acompanhe Malfoy! Ai! – exclamei quando ele pisou no meu pé.
–Não tenho jeito para isso. – Draco disse se afastando, mas eu o puxei de volta.
–Se disser isso mais uma vez, eu desisto – falei estressada – Agora, do começo. Degavar.

When the night is dark and stormy
Quando a noite estiver escura e chuvosa
You won't have to reach out for me
Você não precisará tentar me encontrar
I will come to you
Pois eu irei até você
Oh I will come to you
Oh! irei até você

Dessa vez fomos lentamente e consegui fazê-lo aprender um pouco. Depois de algum tempo ele já não pisava mais em mim.
–Merlin! Estou dançando – Draco exclamou maravilhado e olhando fixamente para seus pés.
–Ok. Certo. Agora vamos fazer diferente. Pare de olhar para baixo. Olhe para mim. – eu disse e Draco obedeceu.

Sometimes when all your dreams may have seen better days
Às vezes, quando todos os teus sonhos poderiam parecer melhores dias
When you don't know how or why, but you've lost your way
E você não sabe como e porquê, mas perdeu o seu caminho
Have no fear when your tears are fallin'
Não tenha medo quando as lágrimas começarem a cair

Mesmo dançando meio desajeitado, Draco olhava para meus olhos, me hipnotizava com seu tom azulado no olhar. Me senti embriagada e parei repentinamente.
–Você está aprendendo, Malfoy. Muito bem – falei com os olhos baixos.
–Ótimo. – ele disse feliz e posso jurar que seu tom de voz me agradou como nenhum outro. – Depois ensaiamos mais. Agora como foi o combinado... suas aulas de teatro agora.
Fiz uma careta. Eu não queria ter que atuar naquela maldita peça, mas não tinha escolha. Draco me ignorou e começou suas lições.
–Primeiro: Esqueça quem você é. Ninguém estará interessado em você, somente no personagem. – Draco começou a falar e eu anotei mentalmente o que ele dizia. – Segundo: Conheça seu personagem, incorpore-o. Terceiro: Quem estará no palco com você são personagens, não amigos, nem inimigos. – Ele enfatizou bem a última parte e eu sorri. Quarto: Decore suas falas pelo amor de Merlin!
–Você parece um daqueles professores autoritários. – eu resmunguei sentando-me numa das almofadas no chão.
–Talvez eu seja.
Ele veio sentar-se do meu lado e me entregou um papel. Eram as minhas falas.
–Vamos ensaiar, e lembre-se, não sou o Draco, sou Adrian.
–Acho que de qualquer modo, não faz diferença. Dorothy o odiará. – eu disse sorrindo.
–Não, Hermione. Dorothy não o odiará, nunca conseguiria, ela apenas não admitiu que o amava e quando o fez, descobriu que ele queria apenas seu dinheiro.
–Mas, no fundo, ele queria mais do que isso. – eu falei sentindo mais uma vez um bolo na garganta.
–Sim. – ele sussurrou e percebi que ele estava perto demais. – Ele não queria só o dinheiro. Ele a queria.
–E no fim acabou conseguindo o que queria. – eu respondi desviando meu olhar e foquei o texto. – Vamos ensaiar.
–Claro. – Draco falara.

Não toques em mim. Eu nem devia estar aqui, Adrian. – eu falei tentando ao máximo parecer convincente.
Mas estás. E sabes o quanto te seguras querendo tocar-me. – Draco falou olhando-me fixamente, ele já havia decorado, nem ao menos estava lendo de algum lugar.
Ora, desde modo vou embora. – eu falei agora olhando os olhos dele.
Não, anjo meu. Não se vás. Juro-lhe eu não a atormento mais. – Quase ri, seria ótimo de ele aplicasse isso à realidade e não me atormentasse mais, mas não, eu não deveria perder o foco agora. Não podia misturar as coisas.
Mas tenho de ir. Meu pai logo perceberás que não estou em casa.
Aposto que já está no décimo sono, querida. Fique.
Adrian, se me queres tanto, porque não lutas um pouco? Enfrentes meu pai, não apenas a mim.
Fiquei esperando que Draco falasse, mas pelo visto ele não se lembrava da fala. Seus olhos estavam desfocados, como se olhasse um ponto acima de mim.
–Draco? – chamei e ele prestou atenção em mim. – esqueceu a fala?
Seu olhar estava tão focado em mim e sua face tão próxima. Deus! Ele era lindo e eu sabia que isso seria minha perdição. Minha pergunta ficou no ar, pois um segundo depois ele me beijou. Como eu o odiava por me pegar de surpresa. Seus lábios se aderiram aos meus de uma forma doce e prazerosa. Permiti que sua língua explorasse minha boca canto a canto. Mal percebi quando me deitei entre as almofadas. Sabia apenas que Draco deitou-se em cima de mim, pressionando meu corpo e me puxando mais para si. Senti a mão dele subindo para dentro da minha blusa. Ele tocou minha pele. Há essa hora eu não estava mais presente, meu cérebro resolveu parar de enviar comandos para meu corpo. Ele agia sozinho, permitindo que Draco me tocasse. Mas eu... eu também o acariciava, passava minhas mãos em seus fios loiros da nuca. E inclusive, fui eu quem tirei a camisa dele, fazendo alguns botões estourarem. Passei a mão em seu ombro, em seu peitoral. Mal vi quando minha camisa desaparecera.
Eu estava perdendo o controle e teria feito uma besteira se não fosse por ele parar repentinamente, segurando minhas mãos.
–Desculpe. – dissera do nada e levantou-se, se afastando de mim.
Olhei meu estado. Meu cabelo despenteado, minha face vermelha, minha respiração arfando. Minha camisa no chão. Não sabia o que fazer.
–Eu... – tentei falar algo, mas não consegui.
Vi Draco se dirigir para um armário e tirar uma garrafa de lá. Com certeza algo que continha álcool.
–Perdi o controle. – ele sussurrou sem me olhar.
–Eu... percebi – eu disse pegando minha camisa e a vestindo. – o que foi isso, Malfoy? O que está acontecendo entre nós?
–Eu não faço a mínima ideia. – sua voz soara tão confusa quanto meus pensamentos.
–Eu não devia estar aqui. – falei e me levantei, ajeitei meus cabelos e saí daquela sala, deixando Draco para trás.
Eu precisava me acalmar. Agora era um fato. Eu gostava do modo como ele me tocava. Me beijava. Me hipnotizava. Maldita droga. Maldito sonserino. Aquilo era loucura.
Fui para meu dormitório antes que desviasse meu caminho, mas nesse meio caminho encontrei Gina e Harry conversando no salão comunal. Eles me chamaram, mas eu não queria ficar perto deles. Dei uma desculpa e subi.
Fui para minha cama e me odiei. Eu ainda não tinha conseguido tirar Harry da minha cabeça, e agora Draco também vinha para ocupar meus pensamentos. Eu sentia ódio por ser tão idiota e suscetível a tantas emoções. Eu não podia permitir que ele me seduzisse. 

:::  :::

Aula de poções. Morcegão rondando a sala. Mau humor ligado.  Resultado: Críticas à minha poção. Consequência: Dia estressante.
Olhei para minha mesa e minha poção quase impecável. Como Snape conseguia achar o mínimo erro? Era frustrante. Vi um papelzinho em forma de pássaro pousar no ponto que eu olhava. Eu o abri.

“Aula hoje. Mesmo lugar. Às 19.
Isso é uma ordem, não um pedido
D.”

Era só o que me faltava, me dar ordens. Guardei o bilhete no bolso e olhei com raiva para ele. Eu não havia esquecido o que aconteceu naquela sala e nem iria. Mas o que eu podia fazer? Teria que cumprir o combinado agora.

Depois de mais algumas críticas à minha poção, a aula acabou. Agradeci a Merlin e sai de lá. Teria um tempo livre agora. Fui até uma das janelas e fitei os terrenos da escola cheia de neve. Sem querer me lembrei da guerrinha minha e do Malfoy. “Que infantilidade!” pensei, mas admiti que fora divertido.
Percebi um barulho numa das salas ali perto e achei estranho, era uma das que não eram usadas. Aproximei-me e vi que Malfoy estava atrás de mim.
–O que quer agora? – perguntei irritada.
–Nada, só um aviso. Talvez você não deva abrir essa porta.
Será que ele estava sendo sincero? Eu não sabia. Mas o que eu podia fazer? Enquanto eu travava uma batalha interior para resolver essa questão, Draco se estressou e abriu a porta.
O que eu vi me matou, Harry e Gina estavam se agarrando. Sinceramente, eu odiava vê-los nesses momentos e Malfoy era quem me guiava, na maioria das vezes, para onde eles estavam. Mas desta vez era diferente. Eu tinha certeza que eles iriam mais adiante se não fosse pela porta ser aberta.
–Hermione... – Harry falara envergonhado e não encontrando palavras.
Falei algo como “Desculpe-me” e saí de lá, obviamente com Draco em meu encalço. Parei de andar de repente e o empurrei na parede.
–O que pretende com isso, Malfoy?
–Com o quê? – ele sussurrou e senti o hálito dele em mim.
–Essas cenas. Estou farta de você me obrigar a vê-los juntos.
–A questão, Granger, é que você tem que vê-los. Ou você desiste dele ou sofre. É por isso que faço o que faço.
–Para me ver sofrer?
–Não. Para te ver livre dele.
Eu não esperava isso. Draco queria que eu esquecesse Harry, mas deveria haver um motivo para isso. Draco era meu inimigo, me odiava.

“–O pior Granger, é que você está certa. Eu seria capaz de fazer isso. É passado. Eu apenas seria. Mas agora, eu vejo outras coisas mais interessantes para fazer com você.”

Lembrei-me de suas próprias palavras e acabei chegando a uma conclusão. Talvez fosse loucura, mas eu precisava saber a verdade.
–Você gosta de mim, Malfoy?



N/a: A música é I will come to you do Hanson
Espero que tenham gostado, e não me matem por ter parado numa parte como essa... shuhsus
Sou só um pouquinho má...

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