19 dezembro, 2010

Cap. 9 - Promise


"Ou quem sabe você pertence à Sonserina
E ali fará seus verdadeiros amigos
Homens de astúcia que usam quaisquer meios
Para atingir os fins que antes colimaram"

Narração by Hermione

A paisagem estava como sempre coberta de neve, mais duas semanas e seria Natal. E eu me envergonharia na frente de toda a escola na minha tentativa fracassada de atuar. Se bem que eu estava melhor agora, depois de todas as aulas que Draco me dera. Não seria tão ruim, no final das contas. Olhei novamente para fora do coche onde estava com as meninas e me lembrei que eu deveria estar com Draco naquele passeio. Era triste saber que ele não confiava em mim. Lembrei mais uma vez do que acontecera ontem.

:::Flashback:::

Aquela tinha sido uma noite difícil, eu somente tinha conseguido fechar meus olhos de madrugada. No entanto logo tive que acordar, pois a luz da manhã penetrou pela janela. Ainda não conseguia acreditar no que acontecera. Draco vira Harry me beijar e nem passou pela cabeça dele que eu era uma vítima.
Soquei meu armário com raiva e me arrependi, já que minha mão começou a doer. Resolvi me arrumar. Coloquei então, meu uniforme. Era sexta ainda e eu teria aulas, infelizmente. Por incrível que pareça, elas agora me pareciam chatas e tediosas. Provavelmente isso era efeito do convívio com Draco.
Fui até a sala de teatro e, antes de abrir a porta, parei. Alguém tocava uma melodia, era linda e me surpreendi quando ouvi a voz de Draco. Nunca havia visto ele cantar e ouvir a minha canção pela voz dele, era no mínimo estranho. Ele roubara a minha música. Mas tão logo eu pensei nisso, parei, Draco tocava e cantava muito bem.
Encostei-me na porta e fiquei ouvindo-o, deixando-o torturar a mim com aquela música. Como eu queria entrar e olhá-lo, dizer olhando para seus olhos que eu nada fizera contra ele. Que eu não o traíra. Mas eu queria ouví-lo cantar e, se eu entrasse, ele pararia.
“Por que Harry fizera aquilo? Por quê?”
Agora era eu que estava brava com ele, eu que o ignorava e Harry tentava explicar-se a cada vez que me encontrava. Eu não queria falar com ele, não depois do que fizera.
E aquelas palavras penetravam em mim cada vez mais.

Nunca deixarei você cair
Eu estarei de pé com você eternamente
Eu estarei lá por você do começo ao fim de tudo
Mesmo se salvar você me envie para o céu

Draco, para minha tristeza, parou de cantar e vi que teria que enfrentá-lo. Abri a porta e entrei, encarei seus olhos cinzentos e tentei gesticular algo.
–Draco... – comecei, mas ele me interrompeu.
–Poupe-me de palavras, Hermione. – sua voz era fria, bem diferente do que usara para cantar.
–Mas... – tentei protestar, mas a porta fora aberta e logo as pessoas começaram a chegar.
Nossa conversa teria que esperar.

:::Fim do Flashback:::

Bufei irritada. Draco tinha que me ouvir, não fugir e me ignorar como estava fazendo todo esse tempo. Assustei as meninas com meu mau humor repentino.
–O que foi, Mione? – Parvati me perguntou olhando-me como se eu fosse louca.
–Nada, apenas... não queria ir para Hogsmeade.
–Acredite, você não é a única. – Gina me respondeu com seu olhar cansado e o desviou.
Eu não havia contado para ela o que acontecera, ninguém a não ser eu, Harry e Draco deveriam saber.  Seria melhor assim.
–Você ainda não disse o motivo por não estar com Draco. – Gina me lembrou sem fitar-me.
Eu hesitei, ela era minha amiga, deveria entender, mas tratando-se de Harry era difícil prever a reação dela. Optei por esconder a verdade dela. Mais uma vez.

A vila de Hogsmeade era a mesma de sempre, o fluxo de alunos, as crianças indo atrás de doces. Mas eu não esperava ver Draco indo para o Café Madame Puddifoot, e pior, com Pansy Parkinson. Draco sabia que ela queria armar contra nós, então porque ainda estava com ela?
Vê-los sorrindo e de mãos dadas era torturante e me fazia sentir ódio dele.

Mas tão logo pensei nisso, senti alguém atrás de mim. Virei-me, era Theodore Nott.
–Olá, Granger... e Weasley. – ele disse me olhando e a Gina, mas logo desviou seus olhos de mim, parecendo procurar alguém.
Era estranho um sonserino, que não fosse Draco, falar comigo. Mas Nott era diferente, era provavelmente o único com inteligência naquela casa.
–Err, olá. – respondi a ele.
–Onde está o Potter? – Nott perguntou olhando de mim para Gina.
Amarramos a cara. Não estávamos falando com Harry.
–Está aqui, Theo. – uma voz atrás de mim falara e reconheci como sendo Zabini.
Estreitei meus olhos para ele e Harry que vinha atrás, talvez sem nada entender.
–Ótimo, Brásio. – Nott respondeu e se virou para Gina – Weasley, entre no pub da Madame Puddifoot com o Potter, não, não discuta, sei que não estão se falando no momento, mas se comportem, ok? Finjam que são um casal, não será difícil no fim das contas.
Gina olhou para Harry e eu sabia exatamente o que se passava nas cabeças deles. O que Harry falou em seguida apenas provou que eu estava certa.
–O que é tudo isso?
Theodore respirou entediado, mas respondeu.
–Isso, Potter, é caridade a grifinórios e vingança contra uma vaca. – me surpreendi com a resposta e ri.
Vingança... contra uma vaca. A cara de Zabini e sua presença ali me explicava tudo.
–Mas afinal, seu planinho deu certo, não? – disse me virando para Zabini.
–Não, Granger. – ele respondera – O plano da Pansy deu certo. Ela queria Draco e nesse momento acha que ele vai pedir ela em namoro. Eu não tive o que eu queria. Aquela vaca me enganou. E agora vai ver que posso muito bem me vingar. Pansy esqueceu que assim como ela, Draco e eu somos sonserinos também. Vingança está no nosso sangue.
Agora eu estava gostando. A Parkinson teria o que era dela.
–O que eu faço? – perguntei olhando para os dois.
–Vem comigo. – Nott disse me puxando para o pub, mas gritou para Harry e Gina. – Vocês dois entram depois de mim.

O pub estava cheio, mas ainda assim, aconchegante. Nott me levou até uma das mesinhas circulares e me sentei. Olhei para o local e vi Draco sentado com Pansy. Eles riam e a mão dela procurava a dela. Senti uma vontade absurda de arrancar os dedos da mão dela, um a um.    
Harry e Gina entraram alguns minutos depois e sentaram-se no fundo do pub.
–O que exatamente irá acontecer? – perguntei para Nott.
–Calma, você vai ver. – o garoto respondeu olhando para a porta onde Zabini estava entrando com uma garota loira da corvinal. – Agora sim, o show irá começar.
–Como? – perguntei, mas ele não me deu atenção, apenas olhou para Draco e eles sorriram cúmplices. Eles estavam realmente tramando alguma. – Preste atenção, Hermione. A Pansy é realmente nossa vítima, e acha que terá o Draco só para ela. Então tudo que ela fizer agora, é sob o efeito de Veritasserum.
“Veritasserum? Não. Eles não iriam fazer isso.” Disse a mim mesma mentalmente e vi Pansy beber um chá e logo ouvi a voz de Draco, alta e clara para todos naquele lugar.
–Então Pansy, o que fez na noite de quinta-feira? – ele perguntou.
–Enfeiticei Harry Potter e foi realmente engraçado vê-lo beijando a sangue-ruim da Granger por causa do encantamento... – a morena falou prontamente e levou as mãos à boca quando percebeu o que fizera.
Draco sorriu e continuou.
–E na noite da festa, quem você enfeitiçou?
–Gina Weasley. – A voz de Pansy novamente a denunciara.
–Por quê? – Draco perguntou segurando as mãos da garota para que ela não resolvesse fugir da humilhação.
–Porque eu queria você e a cada momento estava mais louco por causa daquela nojenta. Eu precisava testar meu plano em alguém antes, e o Potter é meu alvo predileto.
As pessoas no pub resolveram esquecer que estavam ali para namorar e pareciam muito mais interessados na conversa dos dois sonserinos.
–Quer dizer que precisa de armações para conseguir um namorado? Precisa realmente destruir o namoro alheio e ainda por cima, enganar um pobre garoto, fingindo que se ele a ajudasse iria dar a ele uma bela noite de prazeres? – Draco dissera com seu tom sarcástico e seco, deixando Pansy cada vez mais envergonhada.
Eu tinha que confessar, estava adorando aquilo. E não conseguia sentir a menor pena dela. 
–É verdade tudo isso, Pansy? – Draco insistiu.
–Sim, é verdade, eu armei tudo! – ela praticamente gritara.
Draco riu e olhou para o fundo do pub.
–Ouviu Potter? A Weasley é inocente. – Draco dissera olhando para Harry e senti vergonha por acusá-lo.
–Sim. – Harry disse envergonhado e olhando fixamente para Gina. – E eu sou tão inocente quanto Hermione.
Draco então olhou para mim e sorriu.
–Eu sei. – ele falou, mas depois dirigiu-se a Pansy. – Não quero mais saber de nenhum planinho idiota, entendeu?
Pansy assentiu com a cabeça, não tendo coragem para falar algo, nem para encarar todos os olhares que a acompanhavam, vi apenas ela olhar ameaçadoramente para Zabini e este lançar a ela um risinho debochado. Draco levantou-se e veio até mim.
–Obrigado, Nott. – disse para seu amigo e me olhou. – Você vem comigo.
Agora ele queria conversar comigo, depois de todo esse tempo. Levantei-me e o segui para fora do pub, onde os olhares de todos resolveram nos acompanhar.
Lá fora, onde o frio começou a penetrar em meu corpo, eu olhei para Draco de forma acusadora, como se dissesse que ele não acreditara em mim, no final das contas. O que era verdade.
Não tivemos tempo para dizer nada, a porta fora aberta novamente e Zabini saiu, com Pansy atrás dele. Ela segurava sua varinha e estava pronta para enfeitiçá-lo. Mas logo que saiu do pub, seus dedos ficaram moles e ela deixou a varinha cair, bem como tropeçou repentinamente. Olhei para trás e lá estava Gina, a pessoa que mais conhecia azarações naquela escola.
–Azaração dos Dedos de Geléia e do Tropeço. – ela disse divertida e eu ri.
–Obrigado, Weasley – Zabini disse e viu Harry logo atrás dela – e me desculpem.
–Depois dessa humilhação, você está mais do que desculpado. – ela dissera e Harry a abraçara por trás.
Com isso percebi que eles fizeram as pazes e já estavam juntos novamente. Olhei para Draco e ele me afastou de todos.
–Me desculpe. – Draco sussurrou e senti minhas pernas fraquejarem.
Era tudo o que eu queria ouvir nesses últimos dois dias, mas, por alguma razão, eu já não sentia tanta vontade de perdoá-lo.

Narração by Draco

Aquela olhar acusador era torturante. Eu errei, sabia disso, mas Hermione deveria entender o quanto eu fiquei nervoso ao vê-la com o Potter. Ela também fora a vítima e será que eu ter feito tudo isso com a Pansy não iria valer de nada?
Pedi desculpas, para depois encarar um olhar frio dela. Um olhar que ela aprendera comigo.
–Desculpas aceitas. – Hermione dissera indiferente e começou a andar devagar, eu a acompanhei.
–Sabe que não fiz de propósito. Eu estava nervoso. – disse andando ao lado dela.
–Eu sei. – fora apenas o que ela falara.
Entrei no caminho dela, fazendo-a parar. Hermione apenas me fitou ainda com seu olhar quebrado e decepcionado.
–Então por que você está assim comigo? – perguntei. – Volte para mim, Hermione. Por favor.
Ela olhou o chão, tendo medo talvez de perder sua indiferença caso me olhasse.
–O problema Draco, é que você não confia em mim. Quantas vezes mais vamos brigar?
Hermione dissera isso quase sussurrando e a forcei a olhar para mim, seus olhos castanhos brilhavam. Eu tinha esquecido o quanto ela era incrível.
–Eu sou um idiota, lembra? O idiota por quem você se apaixonou. Às vezes você precisa me perdoar. Por Deus, Hermione, estou te implorando.
Fiz ela sorrir pela primeira vez naquele dia e sem pensar a abracei, pegando-a de surpresa. O perfume dela entrou em minhas narinas, impregnando-se em minha roupa. Olhei para ela e tomei seus lábios como adorada fazer, de um jeito terno e lento. Puxando-a mais para mim, como deveria ser.

Deixei-me levar pelas sensações maravilhosas que ela me causava e, quando nos soltamos, me lembrei de como meu plano começara.

:::Flashback:::

Eu já estava cansado de ficar naquela sala comunal. Nott não desgrudava de um livro que pegara mais cedo na biblioteca e eu jogava sem parar uma maçã no ar, apenas para pegá-la e jogá-la novamente.
Vi pelo canto do olho Zabini entrar bufando na sala e sentar-se em uma das poltronas. Ele estava com raiva, muita raiva.
–O que houve? – perguntei a ele e Nott pareceu perceber o humor de Brásio também.
Ele nos olhou, primeiro a mim, depois Theo.
–Ainda sabe planejar uma boa vingança, Draco? – fora o que ele perguntara e ergui uma sobrancelha.
–Quem é a vítima dessa vez e por quê? – Theo perguntou agora completamente interessado.
–Pansy, por ser uma completa vaca.
Eu ri e ouvi Zabini contar tudo o que sabia e o que fizera com Pansy. Ele a ajudara a acabar com o namoro do Potter e o meu, porque Pansy prometera recompensá-lo com uma incrível noite de sexo, mas agora que ela conseguira o que queria, não iria fazer nada por Zabini. Me levantei do sofá e fui até Brásio. Ele me olhou e dei um belo soco na cara dele.
Zabini foi ao chão e me olhou com medo.
–Isso foi por destruir meu namoro. – falei friamente – E por ser um burro. E agora sim estamos quites, Brásio, e já podemos planejar nossa doce vingança.   
Zabini riu. Uma vez sonserino. Sempre sonserino.    

:::  :::

–E então, como vamos fazer isso? Não temos Veritasserum, não temos nem certeza se eles irão aceitar nossa ajuda. – Theo falou e eu sorri maroto.
–Temos Veritasserum, é fácil roubar algumas gotinhas do armário do Snape, já aqueles grifinórios não irão participar de nada. É só mandar o Potter e a Weasley para lá, irão se quiser. Mas Hermione, ela você tem que levar. Você é inteligente Nott, saberá o que fazer. – falei para ele que era quem mais estava achando furos em nosso plano.
Pansy iria passar vergonha, muita vergonha.

:::  :::

–Olá Pansy. – eu falei ao descer as escadas e me joguei ao lado dela no sofá.
–Olá, Draquinho – ela dissera passando as mãos nos meus cabelos, já que deitei com a minha cabeça nas pernas dela.
–Vai a Hogsmeade comigo amanhã? – perguntei e a louca quase teve um ataque.
–Claro, lindo. Ah... estou tão feliz em ver que você não está mais com a sangue-ruim.
É, pena que a felicidade dela, iria durar bem pouco. E eu garantiria isso.

:::  :::

Já fazia uns dez minutos que eu estava ali no pub com a chata da Pansy. Por que eles não chegavam logo?
Mal pensei nisso e Theo entrou com Hermione. Finalmente eu a olhava sem raiva, e sem hesitar um possível contato com ela. Esse plano tinha que dar certo.
Logo depois o Potter e a Weasley entraram e depois Zabini com uma amiga dele da corvinal. Nott me olhou e deu o sinal para eu começar. Mais alguns instantes e tudo estaria acabado. Pansy teria o que sempre mereceu: Humilhação.
O show começaria.

:::Flashback:::

Voltei à Hogsmeade onde estava com Hermione e a vi se afastar de mim, ela me olhou hesitante.
–Draco... – Hermione sussurrou. – Você perdeu algo importante, não consigo mais acreditar que confia em mim. Não posso continuar com isso.
–Está acabando comigo? – perguntei surpreso.
–Talvez. – ela sussurrou. – Não. Na verdade eu não consigo fazer isso.
Eu sorri. Essa era a minha Hermione. Sem nem um pouco de segurança e susceptível aos seus sentimentos, que no caso, eram por mim.
–Preciso de tempo para decidir. – ela pediu olhando-me com suas íris castanhas.
Não respondi. Hermione virou-se indo embora, e eu estava deixando-a ir. Quando dei por mim estava gritando.
–Eu prometo Hermione, vou provar que confio em você, e ainda será minha, não importa o que façam.
Ela olhou para trás e pude ver um sorriso em seus lábios e eles se movimentaram como se dissessem “Eu sei que você vai.” 
Eu perdera a confiança dela, assim como Psique perdeu a de Eros e eu recuperaria, assim com a deusa da alma recuperou.

N/a: Só pra lembrar, a fic está quase acabando... teremos só mais dois capítulos + o epílogo. E depois disso a continuação, Magic and Mistakes! 
Sim, está acabando já *cry*
É triste acabar uma fic, mas nos veremos na 2ª temporada, certo?

:* 

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