01 fevereiro, 2010

Prefácio



Nunca imaginei que estaria um dia parado, em uma encruzilhada dolorosa, parado entre sonhos e desejos, a realidade cruel e o sonho anestesiante. Tento escolher entre a minha vida e a de uma pessoa que até então eu odiava.
Nunca pensei que aqueles olhos amendoados teriam um efeito tão grande em mim, que me apaixonaria por eles, e que viveria momentos maravilhosos com ela.
Quando se descobre que existe um lado bom em você, um lado que valha a pena, o que fazer? Deixá-lo morrer e voltar à antiga máscara de maldade? Não. Eu não podia deixar o melhor lado de mim extinguir-se tão facilmente.
Por longos anos eu esperei essa oportunidade, essa última escolha a fazer. Vivi no inferno de uma prisão desejando intensamente a vida que me fora tirada, e agora percebo que tive minha segunda chance de viver. E vivi. Não me arrependo de nada. Ou quase nada.
Dei um passo, talvez o mais determinado de toda a minha vida. Dei outro.
Dias perfeitos passaram a uma grande velocidade por minha mente, dias em que eu a vira, lutara por ela. E sempre soube que eu não a merecia. Nem nunca vou merecer.
Aprendi nesses meses que algumas escolhas tomamos sem saber, às vezes quando o medo está presente, outras quando a alegria é contagiante. No entanto só depois de um tempo percebemos nossas escolhas. Um não pode ser duro às vezes. Um sim, muito falso ou indiferente. É tão pequena a distancia entre a vida e a morte, a esperança e a falta de fé, o desejo e a ojeriza. Mas é tão grande o impacto de cada um sobre o outro na vida. E suas conseqüências podem tornar uma alma amargurada, porque mais cedo ou mais tarde, suas ações se refletem e você tem que pagar pelo o que fez.
Mas quando dei por mim, estava indo não na direção de minha morte e destruição, mas sim de encontro à minha salvação.
Tantas vezes desejei uma chance de recomeçar e só agora vejo que essa era única chance para minha redenção, para a minha felicidade.

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