01 fevereiro, 2010

Cap. 13 - Noite dos desafios

13º Capítulo:
Noite dos desafios

Aceita o conselho dos outros, mas nunca desistas da tua própria opinião.
(William Shakespeare)

Lentamente ela despertava e conseguia abrir seus olhos castanhos, a luz perfurava suas íris, cegava-a de uma maneira tão grosseira e dolorosa que ela tinha vontade de fechar os olhos novamente e mergulhar no seu universo de sonhos.
Mas ela obrigou-se a se acostumar com a claridade e, pouco a pouco, ela percebia que não estava em seu dormitório, nem em sua cama, muito menos no castelo antigo de Hogwarts. Decididamente, ela não sabia onde estava, mas mesmo assim podia identificar as paredes de pedra que aparentavam séculos, a tapeçaria também parecia ser antiga e marcada por anos de idade. Ela percebeu que estava deitada num piso frio, no centro de um majestoso salão. Sentia frio e no outro instante percebeu que vestia um opulente vestido perolado, contrastando as formas de seu corpo e avolumando-se na parte inferior. Levantou-se e olhou à sua volta calmamente, mas ainda assim, sem saber onde estava. Havia vários vitrais pintados provavelmente por artistas antigos, traços suaves, cores fracas e claras em tons pastéis, mais parecendo ter um estilo renascentista. Havia também uma enorme mesa com cadeiras estofadas e visivelmente trabalhadas com detalhes nobres. Então ela se deu conta, estava em um castelo. “Como vim parar aqui?” pensou considerando as hipóteses e segundos depois notou os quadros presentes no salão. Uma bela mulher que lhe pareceu familiar, parecia uma princesa em sua pose nobre, mas ao mesmo tempo com um olhar humilde, em seu colo havia um colar com uma pedra negra lapidada e com detalhes em prata. Ela começou a andar e dirigiu-se para longe do salão, entrou em um corredor, não sabia para onde estava indo, embora seus pés parecessem saber o caminho certo a seguir. Ela entrou em um aposento que parecia uma espécie de biblioteca, os móveis pareciam medievais e tudo tinha um ar nobre. Seu olhar pousou-se no espelho aderido à parede e ela pôde mirar seu reflexo. Não podia acreditar no quão bela estava. Seus cachos castanhos, frequentemente rebeldes, estavam domados em um penteado perfeito, estavam presos em um coque e deixou alguns fios caírem em sua face visivelmente amargurada. Seus olhos castanhos carregavam tanta mágoa, que sua maquiagem destacava mais ainda seu olhar cheio de lágrimas. Hermione Granger parecia encantada com sua própria aparência machucada e ao mesmo tempo, bela. “Mas o que houve?” ela perguntou-se e virou-se para a porta, quase se assustou visto que a mesma jovem do quadro estava à sua frente, serene, opulente e bela, mesmo na sua aparência transparente, ela era um fantasma. Hermione então se deu conta de que era o mesmo fantasma de seu sonho do dia que aceitara ir à Hogsmeade com Draco. “Isto é um sonho...” Ela dissera a si mesma mentalmente. “Eu estou sonhando”. Hermione vira as mesmas marcas brilhantes sobre o peito da fantasma, as marcas da morte daquela mulher. Tudo o que se seguiu foi exatamente como no outro sonho, a mulher deslizara até Hermione e sorrira, mas do mesmo modo como a primeira vez que a vira, a castanha não conseguiu gesticular palavra alguma. Mas agora a mulher misteriosa conseguiu dizer algo e sua voz pareceu tão bela quanto sua aparência.

-O segredo logo se revelará, a magia da guardiã já está se mostrando e o controle sobre esse poder será difícil de conseguir.

-O que? Do que está falando? – Hermione perguntara perturbada com a presença e as palavras daquela mulher tão misteriosa.

-Você saberá logo e seu destino será do lado da luz, e não importa o quanto o seu poder se desenvolva, haverá sempre alguém que poderá destruí-la, mas que também será o único que poderá ajudá-la a não cair em conseqüência de sua magia.

-De quem você está falando? – Ela perguntara não entendendo nada do que a fantasma dizia-lhe e começava a perceber que a mulher se tornara mais transparente ainda, como se estivesse desaparecendo à medida que suas palavras iam-se para fora dela. 

-Falo do único capaz de parar seu poder caso você se descontrole. Do único que irá lutar até o fim por você. E quem você irá salvar de um destino cruel. – a mulher disse visivelmente apressada para passar informações à Hermione.

-Mas...

-Não há tempo para se desperdiçar. O escolhido das trevas terá que cair para que veja o quanto tem e o quanto já perdeu, para só então recuperar tudo aquilo que lhe foi tirado. – a fantasma disse e Hermione percebeu que seu sonho estava dissolvendo-se aos poucos e a mulher distanciava-se, seus chamados eram inúteis e ela sentia-se ser puxada para outra dimensão, mas desta vez ela reconhecia o local.

Hermione estava parada no salão principal de Hogwarts, havia vários estudantes em trajes a rigor e várias garotas em lindos vestidos de formatura. “Mas o que está havendo agora?” Hermione perguntou-se se misturando ao aglomerado de jovens de máscaras que dançavam valsa e concluindo que eles não podiam vê-la. A castanha correu seus olhos pelo salão, mas antes que pudesse registrar mais detalhes ouvira um casal conversando.

-Não entendo o que está acontecendo... Nunca me descontrolei antes, a não ser quando meus poderes se manifestaram a dois anos, mas mesmo assim, não sei o que está havendo. – a garota de olhos azuis disse enquanto deixa-se ser levada pelo garoto.   

-Deve ser normal. Você é muito jovem e seu poder muito grande – o garoto disse e Hermione viu seus olhos castanhos destacarem-se na máscara negra – mas talvez não seja isso, talvez algo esteja broqueando seu poder.

-Como que? – ela perguntou mergulhando nos olhos amendoados dele – O que está broqueando minhas visões?

-Seu emocional – ele disse mirando-a fixamente nos olhos e vendo o olhar irritado dela – não negue, sei muito bem o que anda se passando na sua cabeça.

-Novidade...

-Você vai sentir minha falta, é minha partida que bloqueiam seus poderes, você não sabe o que fazer.

-Ok, mesmo que for verdade, e eu não estou dizendo que é, eu posso muito bem desbloquear meus poderes e voltarei a ter minhas visões.

-Mas você não gostou muito da última visão.

-Me ver sendo atacada por comensais não é bom, sabe?

-Já disse que eu não vou deixar isso acontecer...

-Como se você fosse o super homem... – a garota comentara.

-Hermione, acorda! – A castanha sentiu alguém cutucar seu ombro e no mesmo instante despertou e teve a visão de Draco ao seu lado. Ele estava sem camisa e com o cabelo loiro molhado. Havia acabado de sair do banheiro que a sala precisa fizera aparecer. Seu cheiro entrava pelas narinas da castanha, fazendo-a corar e nem pensar conseguia.

-Aff! Draco, por que me acordou? Eu ia descobrir quem era aquele casal dançando, talvez eu descobrisse até o nome daquela fantasma... – Hermione começara a reclamar mal prestando atenção no que dizia, e olhando-o fixamente com paixão.

-Ok, Hermione, você escutou o que você disse? Eu não entendi nadinha... – o loiro ia dizendo e percebeu o quanto desorientada ela estava por vê-lo, com certeza ele ia se aproveitar disso.

-Merlin! M-me ignora, Draco! Tenho que voltar para meu salão comunal. Que horas são?

-Oito horas. – ele respondera deitando-se novamente, com preguiça de levantar.

-Você não deveria se preparar para o jogo? – Hermione o lembrou, virando-se na direção dele.

-No seu lugar eu iria querer atrasar o capitão do time rival...

-E como posso te atrasar? – ela perguntou em desafio e mal registrou quando ele a puxou em um beijo possessivo e perigoso. – Draco! Eu... estava... brincando. – ela disse corada e tentando sair debaixo do loiro, mas ele a prendeu firmemente pela cintura e continuou a beijar a extensão do pescoço dela de maneira provocante – Draco, é sério... nem devíamos estar aqui...

-Você... quer... ir... embora? – ele perguntou depositando um beijo para cada palavra nos lábios carnudos dela.

-Não. – ela disse respirando ofegante e beijando-o mais ainda... mal percebera quando o puxara mais ainda de encontro, sentindo-o abrir os botões de sua blusa e a arrancar, jogando-a em um canto.

Beijavam-se loucamente, como nunca haviam feito, sentiam desejo e uma luxúria repentina. Draco alisou a barriga dela, acariciou sua pele alva, depositando beijos ardentes em seu corpo. Encontrou novamente os lábios dela e explorou sua boca com lascívia. Sem perceber mordeu o lábio inferior de Hermione. Ela gemeu baixo, anestesiada pelo desejo e os movimentos seguros de Draco. Beijando seu colo e pescoço, tocando seus seios. Por um instante ela não sabia quem era ou o que estava fazendo, ela arranhava a pele dele, tocava seus cabelos claros, sentia o peitoral largo dele com as mãos pouco experientes. O dia anterior era apenas um borrão em sua mente, parecia-lhe que sempre hesitara a dar mais um passo naquela relação, e tinha medo do que podia acontecer. No entanto as mãos dele eram tão carinhosas, seus beijos repletos de paixão, sugava sua pele. Draco deixou as mãos descerem pelo corpo de Hermione, e nem tinha noção do quanto o perfume dele a deixava sem reação, sem poder ter como fugir. Os dedos dele abriram o zíper da calça dela. O corpo de Hermione contraiu-se, Draco percebeu, mas não parou. Ela sentiu o desejo percorrer seu sangue, o prazer mesclou-se ao medo. Recuperou um pouco de sua consciência e empurrou Draco. Sentou-se na cama, ficando de costas para ele. Sua garganta contraia-se, seus olhos embaçavam, mas ela não queria chorar.

-Hermione... eu... – Draco começara a dizer, não encontrando palavras para seu descontrole.

Hermione sentia que se dissesse algo, iria chorar. Resolver por continuar calada. Draco ainda tentava gesticular algo, não ousava aproximar-se dela temendo que pudesse piorar sua situação, mas ao mesmo tempo, queria tocá-la, ainda estava louco de desejo, mas tinha que se controlar, queria abraçar aquele corpo frágil, confortar sua menina. Ela continuava de costas para ele, Draco viu a blusa dela caída no chão e pegou-a. Hermione levantou-se e aninhou-se nos braços de Draco. “Tão sensível, tão frágil” pensou ao abraçá-la.

-Desculpa – dissera com a voz fraca.

-Esqueça isso, ok? – falara – eu não posso...

-Não diga mais nada, Hermione, não vou pressioná-la – Draco falara aspirando o perfume dos cabelos dela – Não se preocupe...

-Eu tenho que ir. – respondeu soltando-se dele e vestiu sua blusa.

Lançou um último olhar para ele e saiu da sala.

:::  :::

-Hermione, eu vou perguntar mais uma vez... onde a senhorita passou a noite? – Gina perguntou com uma falsa severidade em sua voz.

-Não importa onde eu estava. – a castanha respondera enquanto trançava seus cachos.

-Aposto como esse desaparecimento envolve certa pessoa, sabe? Um loiro da sonserina... Malfoy... conhece? – a ruiva perguntara debochada.

-Gina! Você não deveria estar no campo de quadribol, não? – Hermione perguntara se esquiando da ruiva.

-Boa tentativa, agora me conta, vocês... – começou a dizer com um sorriso malicioso.

-Que? NÃO! É claro que não. – Hermione exclamara sentindo a face corar ao lembrar-se dos acontecimentos na sala precisa. Gina começou a rir irritando a outra – Qual a graça?

-Nada, é só que... você e o Malfoy parecem tão apaixonados... e ele não parece fazer o tipo que... fica na seca. – Gina respondera debochada – e você Hermione, achei que seria um pouco mais esperta e aproveitaria o que tem.

-Está me dizendo que não sou boa o suficiente para ele?

-Não, estou dizendo que se eu fosse você iria querer um homem por inteiro, entende?

-Hahaha, como se você e o Harry já tivessem dado um passo mais importante no relacionamento de vocês... – Hermione dissera e vira Gina fechar a cara – Você não está me contando algo? – falara vendo a face dela.

Gina respirara profundamente, seu olhar estava perdido em algum ponto vago e ela retomava algumas lembranças que a atormentavam.


“-Harry, você me ama como diz? – Gina perguntara mergulhando seus olhos tristes nos verdes de Harry.

-Mais do que minha própria vida... – ele respondeu tomando-a nos lábios com amor. “

“-Harry, eu não tenho nada, já disse. – Gina falou irritada entrando numa sala ao lado do saguão de entrada e começou a olhar a lua por uma janela.

-Desculpa, é que você parece diferente – ele disse abraçando-a por trás.

-É o que você acha – ela disse virando-se de frente para ele.

Gina fitou os olhos verdes dele e afundou-se em seu olhar, devagar começou a beijá-lo intensamente enquanto ele a mantinha firme pela cintura, Gina levou uma das mãos até a nuca dele, puxando-o mais para si e arranhando-o fracamente com as unhas.

-Sabia que eu te amo? – a ruiva disse entre beijos, sorrindo pela primeira vez em dias.

-Eu também te amo minha ruivinha.”


-Eu estou com medo de perdê-lo – a ruiva confessara alguns instantes depois.

-Gina, o Harry te ama, ele não vai te deixar, você sabe disso.

-Quando começamos a namorar, ele parecia tão apaixonado. E isso só aumentou com o tempo, Hermione, eu realmente o amo. Muito. – Gina dissera sentando-se na cama – no baile de Halloween quase perdemos o controle, por pouco nós não transamos. Eu tive medo de não conseguir parar, mas ele olhou nos meus olhos e disse que nunca faria algo que eu não quisesse. Foi tão... perfeito. Ele disse que me amava.

A ruiva encarou Hermione demoradamente e percebeu que seu medo de perder Harry era genuíno, o se deu conta de que Hermione provavelmente sentia-se da mesma forma em relação ao Draco. E que as chances deles terminarem eram maiores ainda do que o relacionamento deles dar certo.

-Eu tenho medo de que quando finalmente nos entregarmos um ao outro, ele vá embora. E de qualquer jeito ele irá, seja por causa de Voldemort, ou outra coisa, ele vai me abandonar, eu sei.

-O único motivo para ele te abandonar é se quiser te proteger, isso é típico do Harry, quantas vezes ele tentou não deixar eu o Rony em perigo... mas, se isso acontecer, a única coisa que você poderá fazer é esperar, esperar ele voltar. – Hermione respondera – agora faça o favor de se recompor, porque você tem um jogo para ganhar.

:::  :::

-Já disse milhões de vezes, Draco, eu não vou torcer para a sonserina, muito menos ir de verde ao jogo. – Hermione dissera enquanto acompanhava Draco para o campo de quadribol, tentava ao máximo ignorar o ocorrido pela manhã, e percebera que Draco fazia o mesmo. – Você foi ótimo nos treinos que eu vi, tenho que admitir, mas a grifinória vai ganhar de lavada.

-Desde quando você virou fã de esportes? – Draco perguntou abraçando-a por trás.

-Está brincando, não é? Meus melhores amigos jogam isso desde sei lá quando! Eu preciso torcer, entende? Mesmo que eu não entenda nada...

-Eles nunca te explicaram nada sobre quadribol?

-Na verdade, eu que nunca quis entender... francamente, qual é a graça nisso?

-Hermione, você precisa sair de trás dos livros às vezes sabia? – Draco respondeu debochado.

-Uau! Olha só o casal mais apaixonado. – Lucy disse irônica se juntando aos dois – Pelo visto a temporada de provocações de ontem chegou ao fim.

-Lucy, Lucy, sempre a importuna, não? Por que não arranja um namorado de uma vez? Você anda muito solitária... – Draco comentara debochado.

-Eu? Solitária? Por favor, Draco, não fale do que não sabe. – a loira disse e se afastou dos dois emburrada.

 -Vai ser interessante te ver jogar, Moore. – escutou alguém à suas costas dizer e virou-se.

-Ah, não! Por favor, Wolhein, me diga que não vai começara me irritar logo agora.

-Como quiser, Srta. Holmes. – Tony disse e Lucy entrou no vestiário.

:::  :::

-SENHORAS E SENHORES, BEM VINDOS A MAIS UM JOGO EMOCIONANTE DE QUADRIBOL, HOJE VAMOS TER A MAIS LENDÁRIA DISPUTA, GRIFINÓRIA VERSUS SONSERINA. EM QUEM VOCÊ APOSTA? E NÃO É POR NADA NÃO, MAS ACHO QUE ESSE JOGO VAI SER QUENTE.

-Me diga que eu estou com um sério problema na audição. – Lucy dissera se posicionando na vassoura para entrar no campo.

-Acho que sua audição está ótima. – Draco dissera. – O Wolhein é quem vai comentar o jogo.

-E PREPARANDO-SE PARA ENTRAR TEMOS DA GRIFINÓRIA A NOVA ARTILHEIRA GINA WEASLEY, E EU ATÉ PENSEI QUE ISSO FOSSE ALGUMA ARMAÇÃO DO POTTER PARA POR A NAMORADA NO TIME, MAS TENHO QUE CONFESSAR, ESSA RUIVINHA É BOA NO QUE FAZ. – Tony dissera no microfone provocando um acesso de ciúme em Harry. – JÁ O GOLEIRO DELE... NÃO TENHO MUITO A FALAR DE SUAS HABILIDADES...

-Hoje vai ter picadinho de corvinal... – Rony disse com raiva de Anthony.

-E DA SONSERINA TAMBÉM TEMOS UMA NOVA ARTILHEIRA, APRESENTO A VOCÊS LUCY MOORE.

A loira entrou voando no campo junto com o resto do seu time e lançou um olhar mortal para o corvinal.

-Esse jogo vai ser interessante. – Hermione disse irônica vendo os olhares que os jogadores da grifinória e da sonserina lançavam uns para os outros.

-E A WEASLEY TEM A POSSE DA GOLES E PASSA PARA A OUTRA ARTILHEIRA QUE EU ESQUECI O NOME  E ELA MARCA! Lembrei o nome dela, é Demelza Robins! MAS PARECE QUE O CAPITÃO DA SONSERINA NÃO ESTÁ GOSTANDO NADA DISSO E MOORE ROUBA A GOLES... E INFELIZMENTE ELA MARCA...

-Infelizmente? – Lucy repetiu para si mesma.

-PARECE QUE O POTTER AINDA NEM COMEÇOU A PROCURAR O POMO, MUITO MENOS O MALFOY E... AH NÃO, LÁ VAI A MISS. SONSERINA MARCAR DE NOVO. COMO É QUE É GRIFINÓRIA? QUANDO VÃO COMEÇAR A REAGIR? EU SABIA QUE O WEASLEY NO GOL NÃO IA SER BOA COISA... MAS PELO VISTO A IRMÃ DELE TEM ALGUM TALENTO E MARCA OUTRO PONTO! É ISSO AÍ, NÃO POSSO ESQUECER DE CUMPRIMENTÁ-LA DEPOIS NO ESCURINHO DO VESTÍARIO...

-Alguém por favor acerte a goles na cabeça do Wolhein? – Harry resmungou vendo a grifinória marcar mais um ponto.

-É ISSO AÍ GRIFINÓRIA 20 X SONSERINA 20, ODEIO NÃO SABER QUEM É O FAVORITO À VITÓRIA, MAS AH NÃO, A MOORE MARCOU DE NOVO. Ê FOMINHA.

-Crabbe, te dou dois galeões se conseguir tacar um balaço na cabeça do Wolhein. – Lucy falara irritada com Tony.

-Fechado.

-E CÁTIA BELL TEM A GOLES E DESVIA DE UM BALAÇO E MARCA, E CRABBE LANÇA OUTRO BALAÇO MAS... EPA. IMPRESSÃO MINHA OU O BALAÇO TA VINDO PARA CÁ? SALVEM SUAS VIDAS! – TONY FALA E SACA A VARINHA FAZENDO O BALAÇO DESVIAR DE SEU CAMINHO E VOLTAR AO JOGO. – ATÉ SER COMENTARISTA DE QUADRIBOL É PERIGOSO HOJE EM DIA... IMAGINA SE EU FOSSE AUROR? E AH NÃO! SONSERINA MARCA OUTRO PONTO!

-Ele é muito imparcial quanto a quem torce... – Lucy resmungara antes de tentar roubar a bola e não conseguir.

-E GINA WEASLEY MARCA MAIS UM PONTO E OUTRO... E OUTRO, AH ESSE FOI DA SONSERINA... 

-Lucy, Como é que é? Vai jogar para valer ou vou ter que te dar uma Felix felicis? – Draco perguntara aborrecido.

-Mate o Wolhein e eu já fico feliz. – respondera simplesmente, voltando a prestar atenção na goles.

-Vá jogar de verdade!

-Vá para o inferno!

-E PARECE QUE DRACO SOU-PERFEITO MALFOY ESTÁ BRIGANDO COM SUA PRÓPRIA ARTILHEIRA EM VEZ DE VIRAR O JOGO... E EU ESTOU AQUI COM UMA TORCEDORA FANÁTICA QUE COM CERTEZA QUER EXPOR SUA OPINIÃO. ENTÃO GRANGER,QUAIS SÃO SUAS EXPECTATIVAS PARA O FIM DO JOGO?

-Não... eu... bem... só quero que esse jogo acabe logo. – ela respondera desconcertada não acreditando que ele chamara logo ela para falar de quadribol.

-Uau, e essa foi uma entrevista totalmente exclusiva e importante com Hermione Granger, será que um dia desses ela sai comigo? Talvez sim, ela aceitou o Malfoy, por que não eu? – fala e mal vê Draco lhe lançar um olhar de raiva – GRIFINÓRIA 80 E SONSERINA 60. VAI GRIFINÓRIA! ARRASA COM ESSAS SERPENTES.

-Moore!

-Preocupe-se com o pomo, capitão.

-ISSO AÍ CAPITÃO, PREOCUPE-SE COM O POMO ENQUANTO A MOORE... MARCA UM PONTO. E CÁTIA BELL FAZ MAIS UM PONTO, MAS PERDE A BOLA PARA UM ARTILHEIRO DA SONSERINA QUE FAZ O INCRÍVEL FEITO DE MARCAR UM PONTO. E PERAI, EU ADORARIA SABER PORQUÊ O MALFOY ESTÁ VINDO NA DIREÇÃO DAS ARQUIBANCADAS.

-Hermione, azara ele por mim? – Draco pergunta para a namorada, equilibrando-se na vassoura.

-Draco, preste atenção no jogo, vocês estão perdendo.

-O jogo está no papo. – respondera calma.

-De que jogo você está falando? – Anthony pergunta.

-Mais uma gracinha, Wolhein e você vai desejar nunca ter entrado no meu caminho.

-Ai, que medo. – Tony fala e vê Draco arquear a vassoura e voar a toda velocidade para algum ponto ao mesmo tempo que Harry, sua mão fechou-se em volta de uma bolinha pequena e a última coisa que ele sentiu foi algo bater com força em sua cabeça.

Draco abriu seus olhos e a luz perfurou suas íris, sentia sua cabeça doer profundamente e sabia que estava na enfermaria. Percebeu que Hermione estava sentada na cama e sorriu para ela, mas fechou a cara ao ver Anthony ali por perto.

-O que ele está fazendo aqui? – foi a primeira coisa que Draco pôde dizer.

-Primeiro, sem ressentimentos. Segundo, vim a mando de McGonagall para saber como você está.

-O que aconteceu?

-Você levou um balaço na cabeça. Mas conseguiu pegar o pomo antes.

-Sério? Quer dizer que...

-Ganhamos. – Lucy dissera entrando – 110x180 para nós.

-Que decadência. Tão pouco assim? Você foi péssima, Lucy.

-Olha quem fala. – Lucy zombou – Nem estava prestando atenção no jogo. Pelo visto vai passar a noite aqui.

-Está brincando? Estou bem, não vou passar a noite aqui. Temos uma festa lembra?

-Festa? Que festa?  - Hermione perguntara desatualizada.

-Sala precisa, às sete horas. –Anthony disse.

-Você vai? – Lucy exclamara em descrença.

-Claro, eu que estou organizando tudo...  

:::  :::

-Não precisamos participar dessa festa, sabe? – Draco dissera parando na frente da porta da sala precisa que acabara de aparecer – Isto é, se você não quiser.

-Não tem problema, é só uma festa... não vai haver nenhum problema em participar dela. A não ser pelo fato que é clandestina. – ela falara séria – fique sabendo que só estou aqui por você.

-Sabia que eu te amo? – o loiro dissera abrindo a porta e conduzindo-a para a aglomeração de jovens.

-Oh, Draco Malfoy e Hermione Granger... – Anthony dissera aparecendo de algum ponto acompanhado de uma garota de cachos avermelhados.

-Wolhein, temos mesmo que aguentar sua adorável presença essa noite? – Draco perguntara com a voz debochada.

-Você eu não sei, mas eu ia adorar passar essa festa do lado de uma sabe-tudo linda... – o moreno provocara olhando perigosamente para Hermione que vestia uma blusa vermelha e uma calça jeans que deixavam suas curvas mais evidentes – Acho melhor cuidar do que é seu, Malfoy. Mas antes, segurem isso – ele dissera entregando um envelope para cada um – é só uma brincadeira para animar a noite, espero que façam o que suas mensagens mandam.

Anthony sorriu maroto e voltou a sumir na confusão de adolescentes que dançavam animados. Hermione percebera Harry e Gina no meio deles, dançando descontraídos. Vira também Rony agarrado a Lílá, só para variar um pouco. Draco murmurou um rápido vamos dançar e puxara-a para o centro da pista. Tocava uma música agitada, que a principio não motivara Hermione a dançar, mas Draco a abraçou e sorriu para ela, enquanto tentava deixá-la mais a vontade com aquela dança provocante.

:::  :::

Mãos pálidas e pequenas pegaram mais um copo de firewiskey. O líquido foi entornado de uma vez pela garganta da garota deixando um rastro de fogo e ardência. Seus cachos loiros escuros estavam desgrenhados, como se ela estivesse acabado de se agarrar com alguém em um corredor. Passara lápis nos olhos e uma sombra escura, destacando mais ainda seu olhar sonserino. Vestia uma blusa preta e decotada e um jeans que evidenciava suas curvas. Lucy nunca parecera tão irresistível como naquele momento. E era exatamente isso que certo garoto pensava. Anthony não percebera como ela era linda. A não ser naquele dia, quando ele vira a fase má dela, ameaçando revelar seu segredo, mas sabia que ela não faria aquilo.
Viu ela entornar mais um copo de bebida, com certeza ela já estava alterada, no entanto ele seguiu até ela e sentou-se ao seu lado.

-Se eu pedir um gole, você vai me matar por isso? – perguntou debochado e vira-a rir incomodada.

-Por favor, Wolhein, não estou pra brincadeiras hoje – a loira respondera.

-Uau, conseguiu se lembrar do meu nome, pensei que já estava bêbada o suficiente para não me reconhecer.  – ele dissera e percebera que vários garotos a olhavam, como se quisessem devorá-la, e Lucy retribuía-os com um olhar de descaso, como se não se importasse. – Eu volto mais tarde para saber se você está inteira.

-Ei espera, lobo... – ela dissera obtendo um olhar ameaçador dele.

-Não me chame assim. – Anthony dissera não registrando que se aproximara demais dela e segurara seu braço.

-Não esquenta – Lucy dissera puxando o braço e sorrindo perigosa – só queria saber o que significa esse envelope.

-Abra-o e tente seguir o que ele diz, hoje é a noite dos desafios.

Olhara-a mais uma vez de cima a baixo, perturbando-se mais ainda com a aparência dela e se afastara para um canto, deixando-a sozinha com mais um copo de bebida.  Encostou-se na parede, respirara profundamente. Ela é só uma garota. Pensara sentindo-se culpada por olhá-la de uma forma diferente. Tem só quinze anos. Dissera a si mesma sabendo que seus segredos estavam nas mãos dela. Você vai acabar Hogwarts daqui a alguns meses. Pensara com uma raiva crescente ao ver Zabini se sentar ao lado dela, onde ele estivera alguns segundos atrás. Não vai vê-la mais. Concluiu afastando seus olhos dela, mas de repente sentiu alguém jogar-se em seus braços. Lábios vorazes encontraram os seus, sugando-os com desejo e urgência.

-Que tal nos encontrarmos mais tarde? Estou sentindo tanto sua falta – uma voz melosa dissera.

-Na boa, Lilá, não estou a fim. E se quer saber é melhor pararmos de nos encontrar antes que seu namorado descubra. – Tony disse sem o mínimo de piedade na voz.

-Mas, pensei que gostasse de mim.

-Pensou errado, eu te avisei que não namoro ninguém, o que rolou entre a gente foi passageiro, só diversão se quer saber, o que você quer é namoro, eu sei disso, e não sou o cara para você, o Weasley é esse cara, e espero que você não perceba isso antes que algo aconteça.

-Rony é legal, gosta de mim, mas ele não é você.

-O que o torna uma pessoa muito melhor. – dissera deixando a grifinória para trás.
         
:::  :::

-Então, qual é sua mensagem? – Hermione perguntara a Draco enquanto bebia uma cerveja amanteigada.

-Não abri ainda, e na boa, deve ser um monte de besteiras.

-Ah, por favor, não custa nada abrir.

-Okay, você venceu. Vou abrir. – dissera derrotado e abrira o envelope, encontrando um cartão.

O passado deve continuar no passado, não adianta remoer ruínas. Você só tem uma chance para viver, e o que já foi não vai voltar. O destino é só uma desculpa para aqueles sem coragem de viver, os dos que tem medo de assumir suas próprias vidas. Não permita que as pessoas se machuquem e seja o melhor que possa ser.

-Viu, Hermione? Nada além de besteiras... frases que nos inspiram a fazer coisas irracionais... – o loiro dissera jogando o cartão para o lado.

-Ei! O que está acontecendo com você? Cadê aquele cara que escreveu uma música, que cantou para mim? Cadê o Draco que se apaixonou por uma garota e abriu seu coração a ela? – a garota perguntou olhando-o nos olhos, mas acabou pegando o próprio envelope e o abriu. – Vamos ver a minha mensagem agora.

A coragem é o que faz alguém correr riscos, pois ela gera a força necessária para enfrentar o que é desconhecido. Portanto, deixe-a tomar conta de você e faça algo que normalmente não faria. Deixe a loucura penetrar por seu corpo pelo menos por uma noite e permita-se ser feliz.

-Bela mensagem, pena que não tem utilidade nenhuma, Hermione Granger não corre riscos, a não ser é claro quanto se trata de comensais em uma floresta e o Harryzinho correndo perigo – Draco disse sarcástico e bebeu seu firewiskey.

-Ah é? Vamos ver então, Malfoy. – ela dissera desafiadora e saiu de perto dele, indo em direção ao palco.

“Não acredito! Ela não tem coragem.” Draco dissera a si mesmo.

“Eu não posso fazer isso” Hermione pensara “Tudo bem, vamos por a razão de lado, hoje é a noite dos desafios”.

Hermione subira no palco sentindo seu pulmão ser comprimido por uma sensação de nervosismo. Jamais pensara que tivesse coragem para subir em um palco, muito menos de cantar na frente tantas pessoas. Embora fosse corajosa o suficiente para enfrentar todos os desafios na guerra que todos iriam sofrer logo. Uma melodia lenta a calma começou a tocar, Hermione sentiu-se envolver pelo som e sua voz saiu tímida ao cantar a primeira parte da música.

Don't know much about your life
(Não sei muito sobre sua vida)
Don't know much about your world but
(Não sei muito sobre seu mundo, mas)
Don't want to be alone tonight
(Não quero ficar sozinha esta noite)
On this planet they call earth
(Neste planeta que chamam de Terra)

As atenções foram se voltando completamente para aquela garota no palmo, sua canção chamava a todos, prendiam as pessoas entre os versos. Draco a fitava mais hipnotizado ainda, Hermione nunca lhe parecera tão linda, tão vulnerável a transmitir seus sentimentos por uma simples canção, e sabia que aquela letra era para ele, somente para ele.

You don't know about my past and
(Você não sabe sobre meu passado)
I don't have the future figured out
(E eu não tenho o futuro planejado)
And maybe this is going too fast
(E talvez isso esteja indo rápido demais)
And maybe it's not meant to last,
(E talvez não seja feito para durar)


Hermione lhe lançou um olhar compenetrado, tocante, seus olhos castanhos deixaram de demonstrar tanta timidez e começaram a transmitir firmeza, ela começou a se entregar à música e cantou mais forte do que conseguia.

But what do you say to taking chances
(Mas, o que você diz sobre correr riscos?)
What do you say to jumping off the edge
(O que você diz sobre pular de cabeça)
And never knowing if there's solid ground below
(E nunca saber se existe um chão firme lá embaixo?)
Or a hand to hold
(Ou uma mão para segurar?)
Or hell to pay
(Ou um inferno para enfrentar?)


Correr riscos... Draco sentia que aquele verso iria ficar em sua mente, sentia novamente um desconforto, seus segredos não poderiam vir à tona, e sabia que Hermione nunca estaria segura e livre com ele. Parecia-lhe que ela era um presente dado por engano e às vezes pensava que a grifinória era muito mais do que ele merecia. Sua voz de repente tão firme despertava ainda mais o olhar dos outros garotos, Draco percebia. Mas entendia que ela não pertencia a ele. E nem deveria.

What do you say
(O que você diz?)
What do you say
(O que você diz?)
I just wanna start again
(Eu só quero começar de novo)
Maybe you could show me how to try
(Talvez você pudesse me mostrar como tentar)
Maybe you could take me in
(Talvez você pudesse me acolher)
Somewhere underneath your skin
(Em algum lugar embaixo da sua pele)

De repente Hermione pegou o microfone na mão e começou a andar no palco, movimentando seu corpo no ritmo na música, abria os braços, olhava as pessoas, mas para ela ninguém existia ali, a não ser ela e Draco. Tudo o que ela queria era começar de novo o namoro conturbado dos dois ou pelo menos, continuar aquele relacionamento sem tantos problemas, como se ele não fosse o sangue-puro, filho de comensais, e ela, uma sangue-ruim.

What do you say to taking chances
(O que você diz sobre correr riscos?)
What do you say to jumping off the edge
(O que você diz sobre pular de cabeça)
And never knowing if there's solid ground below
(E nunca saber se existe um chão firme lá embaixo?)
Or a hand to hold
(Ou uma mão para segurar?)
Or hell to pay
(Ou um inferno para enfrentar?)
What do you say
(O que você diz?)
What do you say
(O que você diz?)


Hermione começou a cantar mais rápido, tocada por aqueles versos que revelavam tanto dela mesma, mas para ela, isso não importava muito, Draco já conhecia ela tanto que ela sentia que nada daquilo deveria ser tão novo para ele.

And I've had my heart beaten down
(E eu meu coração foi subjugado)
but I always come back for more, yeah
(Mas eu sempre volto para mais, yeah)
There's nothing like love to pull you up
(Nada como o amor para te levantar)
When you're lying down on the floor there,
(Quando você está lá jogado no chão)
So talk to me, talk to me like lovers do
(Então fale comigo, fale comigo como amantes fazem)
Yeah walk with me, walk with me like lovers do
(Yeah, ande comigo, ande comigo como amantes fazem)
Like lovers do
(Como amantes fazem)


Novamente ela cantou o refrão que todos pareciam saber, com certeza ninguém estava acostumado àquela Hermione, sem livros, sem a máscara de sabe-tudo, agora era ela uma estrela e brilhava, brilhava tão forte como uma.

What do you say to taking chances
(O que você diz sobre correr riscos?)
What do you say to jumping off the edge
(O que você diz sobre pular de cabeça)
And never knowing if there's solid ground below
(E nunca saber se existe um chão firme lá embaixo?)
Or a hand to hold
(Ou uma mão para segurar?)
Or hell to pay
(Ou um inferno para enfrentar?)
What do you say
(O que você diz?)
What do you say
(O que você diz?)


Hermione desceu do palco, lentamente quase deslizando nos poucos degraus, e à sua frente estava Draco. Olhando diretamente para ele, Hermione viu o quanto encantado estava, a mirava como se a estivesse vendo pela primeira vez e foi só para ele que ela cantou os últimos versos.

Don't know much about your life
(Não sei muito da sua vida)
Don't know much about your world
(Não sei muito sobre seu mundo)


Draco a segurou pela cintura e beijou-a nos lábios de forma terna, lenta, transmitindo tanto carinho que sentiu que a Hermione que estava em seus braços não era mais aquela Hermione firme que estava no palco, agora ela era sua Hermione, a menina tímida por quem ele se apaixonara. Mal escutaram os aplausos atrás deles, só perceberam quando se soltaram e Draco pode perceber a face corada de Hermione.

-Eu te Amo, sabia? – disse mais uma vez, envolvendo-a em um longo beijo, terno e inesquecível, mas com uma fraca suplica para nunca cessar-se.

:::  :::

Lucy acompanhou a música de Hermione, tinha que admitir, ela cantava bem e não parecia uma sabe-tudo em cima do palco. Draco tinha sorte. Entornou outro copo de firewiskey e tirou seu envelope do bolso, e outro papel viera junto.

O momento mais escuro do dia é o antes do amanhecer. Mesmo que tudo esteja na escuridão, há sempre uma luz, uma esperança e sozinhos podemos parecer fracos, mas é somente dentro de si que encontramos a força para levantar-nos e admirar o amanhecer.

-Isso não me ajuda nada. – e colocou o papel no bolso, sem sequer ter prestado atenção nas palavras e olhou para o outro papel.

“Boa sorte no jogo! Sua mãe ficaria orgulhosa de você...”

Encontrara esse papel antes do jogo, sem identificação alguma e isso a irritava. Não somente por ser anônimo, mas por saber que sua mãe nunca saberia que ela virara artilheira e ganhara um jogo.

Olhou para um canto e viu Anthony, Lilá estava mais uma vez enchendo a paciência dele. “Ela não se enxerga!” pensou ao lembrar se que lera a mente de Anthony mais cedo e descobrira os encontros que os dois tiveram. De repente teve uma ideia, algo que ela só faria porque estava bêbada. E porque aquela era a noite dos desafios. Ela sempre guardou os segredos das pessoas e sua vida era repleta de mistérios. E se ela revelasse algo? Se de repente contasse algo sobre a alguém? Levantou-se e começou a andar, não se importava com as conseqüências. Foi até Anthony e Lilá, eles estavam se beijando num canto. Longe dos olhares de todos. Mas Lucy apontou a varinha para um refletor e no mesmo instante o canto onde Lilá e Tony estavam foi iluminado.

-Ora, ora, não é lindo o amor? – disse debochada e mal registrou o olhar de Rony sob o casal.

Era um olhar de ódio, de desespero e decepção. O ruivo seguira até os dois e olhou pra Anthony. Um punho cortou o ar. Anthony caiu no chão, mas não se levantou, sabia que estava errado. Sabia o que o ruivo devia estar sentindo. Olhou para a garota, assim como Rony. Lilá estava chorando.

-Rony, por favor, deixe eu explicar – ela agarrou a frente das veste dele, suplicando.

-Tire suas mãos de mim. – disse e sua voz nunca pareceu tão imperiosa.

-Rony...

-AGORA!

A menina largou e o ruivo dirigiu-se para a porta do salão. Todos o acompanharam com o olhar, anestesiados pela nova fofoca. Pelo novo escândalo de Hogwarts.

-O que você tem na cabeça, menina? – Anthony perguntou dirigindo-se à Lucy. – Por que não me deixa em paz?

-Eu realmente não sei, Wolhein. – respondeu indo para longe dele, sentindo algo corroer sua garganta. Algo que atribuiu à bebida e não à culpa que sentia.

:::  :::

-Draco, eu acho melhor irmos, estou com sono. – Hermione dissera e o loiro assentira.

Depois do escândalo da traição de Lilá Brown a festa parecera mais interessante ainda e muitos ainda se divertiam dançando, mesmo que já fosse tarde.

-Vamos, então, mas temos que tentar não sermos pegos, seria horrível uma detenção. – o loiro respondeu acompanhando-a até a porta.

Do lado de fora, os dois olharam para o corredor deserto. Mas alguém estava saindo da festa como eles, era Harry e Gina.

-Já estão indo? – a ruiva perguntara.

-Sim. Acho que é melhor ver como o Rony está. – Hermione falou preocupada.

-Achei melhor deixá-lo sozinho por um tempo. – Harry disse ainda segurando a mão de Gina. – Bom, é melhor irmos, não é?

-Tchau, Hermione – falara Draco beijando-a e indo para seu salão comunal, deixando-a com  seus amigos.

-Bela apresentação – Gina falara para Hermione e a vira corar.

-Simplesmente esqueçam o que fiz.

:::  :::

Lucy saiu da sala precisa ainda sentindo o efeito da bebida, realmente ela não devia ter bebido tantas doses de Firewiskey, mas o efeito anestesiante a fazia se sentir bem, como se nada pudesse afetá-la, ou melhor, como se nada pudesse alcançá-la, a garota se sentia leve e livre, era como se tornar o pássaro branco da noite de Halloween, só que desta vez, ela não tinha asas, só a sensação de liberdade que a invadia. Por outro lado ela sabia que o que acabara de fazer era errado, mas mesmo assim sabia que foi divertido ver o rosto do Weasley quando descobriu a verdade, Lucy só não sabia que a situação fosse ficar tão ruim por causa de uma garota como Lilá Brown. “Mas por que diabos eles brigaram por causa daquela grifinória lunática?” Lucy pensara.  A garota mal se sustentava nas próprias pernas, praticamente se arrastava pelo corredor, se apoiando nas paredes, até que parou de andar, mas para ela, tudo ainda se movimentava. “Onde é o salão comunal mesmo?” perguntara-se, mas não conseguia pensar, mal percebeu quando alguém a viu no meio do corredor e dirigiu-se a ela.

-Ei, Lucy? O que está fazendo aqui? – Brás Zabini perguntou vendo claramente que ela estava bêbada.

-E onde estou mesmo? – ela perguntou nem se dando conta que o garoto praticamente a havia abraçado, sustentando-a. – Aliás, o que pensa que está fazendo?

-Não sei, mas sabe... é realmente tão feio uma menininha como você estar bêbada... depois de se tornar uma estrela no quadribol... seus pais teriam se orgulhado muito, mas se vissem você assim... – ele disse beijando toda a extensão do pescoço dela.

-Meus... pais? – ela sussurrou não gostando da ideia de ser beijada por Zabini, mas não conseguindo reunir forças para afastá-lo, não conseguia pensar com toda a quantidade de álcool em seu sangue. – Onde eles estão? – ela se viu dizendo.

-Não sei, mas não gostaria de vê-los agora – Zabini disse a calando ao beijá-la e sugar possessivamente os lábios dela de modo violento e sem ao menos se importar com os protestos dela.

-Zabini... não. – ela se viu dizendo incapaz de empurrá-lo e se livrar da agressividade sonserina do garoto que sugava sua pele de modo autoritário e possessivo, Lucy nem conseguia se manter longe, ele a prendia firmemente pela cintura, colando seu corpo ao dela de forma fria e indiferente à silenciosa súplica dela. – por favor. – ela dissera assustada com a brutalidade dele ao abrir de uma só vez os botões de sua blusa, deixando seu colo e o sutiã preto expostos. O garoto começou a beijar toda a extensão do colo dela de forma desejosa e a torturando mais ainda com sua indiferença perante seus protestos mudos, mas sorriu de forma perigosa ao sentir o rosto dela úmido. Lucy deixara uma lágrima de medo escapar. – Não. – ela sussurrou novamente e por um momento pensara que o garoto finalmente havia a soltado para livrá-la de seu toque agressivo, mas percebera que alguém havia puxado-o com raiva e brutalidade.

-Isso é por ela – uma voz conhecida dissera e Lucy o viu dar um soco em Zabini que deixou a vista dele turva – Isso é para não atacar garotas indefesas – e investiu um soco mais forte ainda no rosto dele – E isso é para deixar de ser feio, o que com certeza vai ser difícil – e deu outro soco que acertou o olho dele.

-Anthony... – Lucy dissera vendo Zabini cair no chão e Anthony se dirigir a ela.

-Tudo bem com você? – Anthony perguntou vendo-a assustada, mas ela acenou afirmativamente com a cabeça e ele percebeu as lágrimas dela, mas antes que pudesse falar mais algo, Lucy o abraçara, deixando-o surpreso – escute. Se ele fizer isso de novo, se ele sequer te olhar ou dirigir a palavra, me diga, ok? E eu acabo com a raça dele.

-Obrigada. – ela dissera e finalmente se afastou dele. – Nunca mais vou ser uma idiota com você... me desculpe.

-Não te acho idiota, mas ter bebido não ajuda muito na sua defesa. – ele disse rindo e notara a blusa aberta dela. – deveria fechar isso, não acha? – ele disse apontando a blusa e viu que ela nem ao menos conseguia colocar um botão na casa certa. – Com licença. – ele disse e fechou todos os botões dela com certo sentimento corroendo sua mente, e pela primeira vez sentia-se atraído por aquela menina. Sabia perfeitamente que a deseja, e muito – Depois não diga que eu me aproveitei de você, quer que eu te leve até seu salão comunal?

-Para onde?

-Moore, por favor, não chegue nunca mais perto de um só copo de bebida. Você é pior que a Granger, e olha que ela nem precisa beber para fazer loucuras.

-Não estou bêbada.

-Não, e óbvio que não está.

-Você é lindo, sabia? – ela dissera quase tombando e caindo no chão, mas ele a segurou.

-O engraçado é que você nunca vai repetir isso para mim. – ele dissera divertido – mas posso me contentar com seu ódio diário por mim. É melhor do que não existir para você.

-Seus olhos... são negros. Os meus são castanhos, sabia? – Lucy disse mal registrando suas palavras.

-Sério? Nunca havia notado.

-São iguais aos dela... é por isso que você me odeia? – ela perguntou olhando-o tão hipnotizada e o deixou sem fala.

-Como sabe tantas coisas sobre mim? – Anthony ousou perguntar.

-Seus olhos me dizem o que quero saber. – Lucy disse e beijara de leve os lábios de Anthony, um beijo repentino e não planejado, que pegara Anthony de surpresa e fez ele sentir o hálito de firewiskey dela, o que o fez pensar que Lucy não faria nada daquilo se estivesse sóbria.  

-Lucy, é melhor eu te levar agora – Tony disse se afastando dos lábios dela com esforço e a apoiando para ajudá-la a andar. – o problema é: Como te levar até seu salão comunal com você desse jeito?      

-O que é salão comunal? – ela perguntou infantilmente.

-Ai, Deus! – o garoto resmungou e resolveu levá-la para uma sala vazia naquele mesmo andar.

Abriu a porta e se deparou com a sala cheia de poeira, mas não se importou. Conjurou um colchão e fez a garota deitar-se, ele sentiu um forte cheiro de bebida. Tirou do bolso um frasco de poção e a fez tomar.

-Isso era para mim, caso eu me embebedasse. Você tem sorte de eu ter preparado essa poção. Tira um pouco o efeito do álcool.

-É horrível – ela falou como uma criança, referindo-se ao gosto. – me desculpa? – pediu recuperando um pouco a lucidez.

-Não sei.

-Eu faço muito mal às pessoas, eu deveria ser privada do contato humano.

-Por quê? O que mais de ruim você já fez? – ele perguntou tentando descobrir algo sobre ela.

No princípio não esperava conseguir, mas surpreendeu-se com o que ela lhe contou.

:::  :::

Draco estava deitado em seu dormitório, fitava o teto do quarto lembrando-se da noite que tivera, sua cabeça ainda doía, mas não se importava, o que o preocupava mais eram as cartas que recebera durante aquele mês. Todas de sua mãe. Pegou uma delas, releu-a novamente.

Draco,
Espero que você esteja bem meu filho, e que suas pesquisas sobre a pedra estejam indo a diante. Desaprovo suas escolhas, principalmente de ignorar minhas cartas recentes. Responda-me, Draco, por favor. Eu preciso saber como você está, e principalmente, se esse relacionamento com a sangue-ruim é verdade, embora eu saiba que sim. Como pode fazer isso, meu filho? Você só vai causar mais mal a essa garota. Não importa o que diga, essa é a verdade. Ela não é para você e cedo ou mais tarde, terá que abandoná-la. Uma missão lhe espera. E esse namoro não vai te ajudar nada, só irá te atrapalhar. Abandone-a para o bem dela. Você sabe que é o certo a fazer.
Te amo, meu filho
N. Malfoy          

Largou a carta em um canto da cama, levantou-se e foi até a janela, sentando-se no peitoril dela e fitando a noite fria. Não sabia o que fazer. Não conseguia mais viver sua vida sem ela. Para ele era tão normal a presença dela, que já havia se acostumado. De repente ele vira um floco de neve cair. Lenta e calmamente. O inverno chegara.

:::  :::

Hermione estava deitada em sua cama. Rony não quisera conversar com ela. Talvez Harry tivesse mais sorte. O peso de uma traição era difícil para o ruivo e a castanho nem queria saber como seria se ela fosse traída. Draco não faria isso. Mas a verdade era que ela não sabia do que o loiro era capaz. Não conseguia dormir e permitiu se lembrar do sonho que tivera pela manhã, nem acreditava que tivesse acordado do lado de Draco.
Uma fantasma... a mesma fantasma de outro sonho. Um segredo... a magia da guardiã está se mostrando... o que será que queria dizer? Seria apenas um sonho? Sua imaginação? Talvez.
Seu destino será do lado da luz... Que destino seria esse? Tão incerto e cruel parecia-lhe o futuro. O escolhido das trevas terá que cair... Um escolhido... quem?
A verdade era que ela não fazia ideia e deixou-se vencer pelo cansaço. Hermione ainda ignorava informações e mal percebia que em pouco tempo iria compreender todos esses sinais de seu futuro.

:::  :::

A manhã nasceu fria, nevava nas propriedades da escola. Anthony já estava acordado fitando a neve cair. Mal percebeu quando Lucy acordou. A loira o fitou confusa, não se lembrava da noite anterior, mas sabia que tinha bebido, e muito. Sentia a cabeça latejar e não entendia a presença dele, muito menos o fato de estar naquela sala suja deitada num colchão.

-Minha cabeça. – reclamou massageando as têmporas e dirigiu-se ao garoto. – por que estou aqui?

-Na noite passada você bebeu muito e fez com que todos descobrissem que lilá Brown traia o namorado comigo. Levei um soco do Weasley para variar – disse sem se afetar – depois o Zabini te agarrou e eu soquei ele e te trouxe aqui, mas o mais estranho foi o que você me disse. Era uma coisa séria... E eu quero saber se é realmente verdade e não adianta mentir para mim... Eu preciso saber a verdade, Lucy.

O moreno estava sério e a fitava demoradamente. Lucy sentiu algo embolar-se em sua garganta, sabia que havia revelado algo. Mas não sabia exatamente o quê. O medo e a vergonha invadiram-na. E percebeu que quanto mais ela e Anthony se aproximavam mais cúmplices tornavam-se. Mais segredos ingressavam às suas vidas e mais mistérios pareciam atemorizá-la.  

-Então, você vai me dizer a verdade?

:::  :::

N/a: Own God! Não me matem! Não lancem crucios!! Por favor... *autora com medo* Eu sei, já era pra eu ter postado há muito tempo, mas infelizmente eu sofri um bloqueio artístico... sim isso existe e é sério! Shuhsuhshush
Não consegui escrever durante um bom tempo e só consegui terminar o cap agora. É eu sei, são poucas páginas... muito poucas... mas fazer o que né? Antes isso do que nada...
Mas... tenho ótimas novidades.

1º - Troquei a capa principal e espero que tenham gostado! Deu trabalho...

2º - Postei outro trailer de Por culpa do Destino 2 no youtube... confiram e me digam se gostaram http://www.youtube.com/watch?v=JXJNRmqT2YE

3º - Estou escrevendo outra fic “Da vingança à redenção”. É Draco&Hermione *novidade*
O resumo é o seguinte:

O que você faria se pudesse voltar no tempo?Uma missão lhe foi confiada, um voto perpétuo garantiria sua proteção, tudo havia sido planejado. Mas ele falhou. Ele perdeu tudo...
O que você faria se pudesse mudar seu passado? Nada mais lhe era importante ou fazia sentido, até que a oportunidade apareceu. Tudo que ele tinha que fazer... era cumprir uma nova missão
Ele teria que cumprir a missão para poder ter o que queria. Mistérios, descobertas e um desejo. Só não sabia que iria ser tão difícil ser outra pessoa.Ele não conhecia a magia mais forte que já existiu. Até que realmente a conhece.
Só que era tarde demais para desistir de tudo em nome da felicidade e do amor.
O que você faria?

4º - A fic está chegando no fim! E vou tentar não demorar a postar o próximo cap... SE, e somente SE, eu demorar juro que posto uma prévia...

Agora quanto ao capítulo... o que acharam? Anthony e Lucy entre brigas e beijos... Draco e Hermione entre amassos e músicas... Harry e Gina apaixonadíssimos... Rony sendo traído... Lucy dizendo a verdade à Anthony... aliás... o que será que ela contou de tão importante a ele???  *autora má*, enfim... espero que tenham gostado, porque eu não gostei desse cap. só postei para vocês poderem ler e matarem a curiosidade...

Resposta aos comentários...

Katia Bell – Bem-vinda à fic... que bom que gostou das prévias... espero que tenha gostado do capítulo também... continue comentando, ok?? Bjos
               
Claudiomir José Canan – Obrigado, fico feliz que tenha gostado... Espero que o próximo capítulo de Apollyon não demore mto... e de renascido do inferno tbm...Bjs

Karla Dumbledore – que bom que gostou das prévias, e desculpe por esse capítulo não ter sido grande... Hum... sobre sua dúvida... não tenho nada a declarar!!! *autora má*Desculpe, não posso dizer nem que sim, nem que não. Mas SE isso vier a acontecer, bem, pode ter certeza que afetaria toda a fic. Mas afinal... foi só uma visão.
Para você ver, não só gostei das frases como vou colocá-las na fic... já até imaginei mais ou menos em quais caps... Muito obrigada pelas sugestões, se tiver outras... é só falar...
Meu deus! Já quer fazer a fic virar NC?? Se bem que nesse cap quase tivemos uma nc... se quer saber, isso nem ia existir, escrevi de última hora, em sua homenagem é claro... Mas a noite deles ainda não chegou, mas em breve quem sabe... já estou imaginando como vai ser... mas como sou uma autora má, não vou dar mais detalhes... suhshshu
Hum, os seriados... (OTH) o Jamie é uma gracinha mesmo, mto fofinho *-*, acabei de entrar na 5ª temporada e é muito diferente das anteriores... o Nathan dorme com a babá?? O.o
(Supernatural) estou na 3ª temporada eu acho, mas tenho q baixar a 1ª ainda, perdi alguns episódiosL... to tão atrasada na série ¬¬, mas o Dean é demais... eu ri mto nesse episódio... se eu não me engano é o do pé de coelho né?
Ah! Que bom que gostou do trailer, espero que goste do outro que eu fiz também...


Bom é isso... nos vemos em breve...

Comentem&Votem

Gabi Ravenclaw

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