24 dezembro, 2009

Cap. 7 - Eu quero te proteger

Capítulo 7:
Quero te proteger...



A castanha acordou com as luzes da manhã batendo em seu rosto, ela abriu os olhos e pela janela de seu dormitório viu o belo dia que acabara de nascer, ela se levantou e se trocou antes que as outras garotas acordassem. O passeio à Hogsmeade seria depois do almoço e ela aproveitaria seu tempo na biblioteca. Gastou parte da manhã lendo alguns livros, desde Prática em feitiços até Magia sem limites, mas nenhum era interessante. Ela não conseguia prestar atenção na leitura e nem sabia o motivo.

Resolver descer até o lago negro, sua vida parecia ter sido virada de cabeça para baixo, num momento ela odeia Draco Malfoy, no outro ela se magoa com tudo o que ele faz, e de repente ela se sente estranha e nervosa com um simples olhar, com um simples toque dele. Por que isso? Ela se perguntou, obtendo resposta somente da brisa gelada que anunciava que o inverno logo chegaria. As águas do lago nunca pareceram tão silenciosas, e se a Lula-gigante aparecesse à castanha nem ia se importar. Ela não sabia o que realmente importava para ela agora, ela tinha sonhos estranhos e podia jurar que havia uma lógica neles, ela ia descobrir o que eles significam.
-Hermione, o que ‘ta fazendo aqui? – Harry perguntou e ela sentiu algo tentar descer pela sua garganta.
-Nada, só passando o tempo... – a castanha respondera seca e fitando as águas.
-Podemos conversar? – O moreno propôs.
-Harry, seja o que for, agora não, por favor... – ela tentou escapar.
-Eu não posso esperar, Hermione, eu realmente preciso lhe dizer que...
-Que ama a Gina? – a castanha o cortou – Não precisa dizer, eu sei...
-Me deixe explicar o que eu sinto então. – ele suplicou – Eu amo você também, você é tão especial quanto ela, Hermione, você é minha amiga, e por isso, eu não sei o que eu sinto de verdade.
-Chega, Harry, eu já entendi, você a ama, você quer ela, eu sou sua amiga, não é? – ela disse com pesar, fazendo menção de voltar ao castelo.
-Hermione, por favor, você prometeu que nada afetaria nossa amizade.
-Harry, e se eu dissesse que aquele beijo não significa mais nada para mim? E se eu dissesse que eu também só quero ser sua amiga?
-É só isso que eu te peço – ele disse afetado, mas tentando manter a voz firme e decidida. – Amizade.
-E se eu fizesse algo que você não goste?
-Como assim?
-E se eu não for mais aquela garota inocente? Aquela garota que vivia atrás só de livros? E se eu escolhesse algo que o aborrecesse?
-Do que está falando?
-De mim, Potter – uma voz arrastada foi ouvida e o moreno e a castanha viram Draco Malfoy.
-Você ‘ta brincando, né? – o moreno caçoou.
-Malfoy, não se meta. – a castanha pediu.
-Por quê? É tão divertido ver ele suplicar sua amizade... – o loiro deu ênfase à última palavra.
-O que está dizendo? – Harry perguntou com raiva. – O que você tem a ver com isso? Ela é minha amiga e você deveria deixá-la em paz, coisa que nunca fez.
-Preocupado com o que eu posso fazer com ela, Potter? – Draco o desafiou.
-Não posso negar que me preocupo. – o moreno disse.
-Será que dá para você pararem de falar de mim como se eu não estivesse aqui?
-Claro, Hermione, somente diga a ele o quanto ele representa para você... um nada.
-Harry, chega, eu não quero mais brigar, eu cansei disso.
-Não diga que sente algo por ele.
-Você não sabe de nada que eu sinto...
-É pelo jeito eu não sei mesmo. Então o que você quer que eu fale? – o moreno a segurou pelo braço – Que eu não me preocupo com você? Hermione, eu quero nossa amizade de volta, eu só quero você perto de mim, eu quero te proteger, mas você parece que não... Entende.
-Talvez eu não queira sua proteção... – ela jogou essas palavras.
-Você está ficando mais parecida com ele sabia? Você não enxerga mais nada a sua volta, eu não posso acreditar... Tudo isso é pelo Malfoy. Você ‘tá caindo numa armadilha dele, só pode ser isso...
-Eu não preciso de armadilhas para conquistá-la! – o loiro disse entre dentes e tirou a mão do moreno do braço dela. Mas ela ignorou as palavras dele e continuou.
-O que o Malfoy ter a ver com nós? Desde quando eu sou influenciada por ele? O que aconteceu não passou de momentos, Harry, momentos, eu e ele não temos nada, e você não pode culpá-lo pelo que você faz comigo, num dia me jura amor eterno, no outro está nos braços da Gina, e no outro quer ser meu amigo, eu já disse que nada vai estragar nossa amizade, mas se você continuar com isso... – ela disse se desvencilhando e entrou no castelo, enquanto andava sem rumo pelos corredores e só então deixou as lágrimas trilharem seu rosto. Não era justo ela descobrir que Harry a amava e no outro dia ele beijar Gina, ela não ia deixar ninguém brincar com seu coração.
-Hermione? – ela ouviu a voz do loiro a chamando.
“Quebrei a varinha de Merlin, só pode!”
-O que foi? – ela perguntou grossa se virando para ele, percebeu o quanto ele estava diferente, não iria debochar dela, não tinha um sorriso cínico nos lábios, só uma expressão preocupada. – Vai zombar de mim?
-Achei que já tivesse claro de que eu não vou fazer isso com você. – ele disse se aproximando dela e enxugou suas lágrimas delicadamente. – Por que você está chorando dessa vez? – ele perguntou calmo.
-Por nada – ela respondeu seca e curta enquanto tentava lutar contra si mesma para decidir se continuava perto do loiro ou se saia de lá.
-Não minta. – ele disse a fitando profundamente e soltou um suspiro entediado. – não diga que ainda é porque o Potter ficou com a Weasley.
-Eu não quero falar disso! – ela disse deixando mais lágrimas caírem.
-Você não pode ficar assim por causa dele.
-E por que você está preocupado quanto a isso? Deixe-me sofrer em paz!
-Eu não posso te deixar assim. Você e ele deviam ser só amigos, ainda que eu prefira que não fossem nada.
-Não é porque ele me quer na hora que quer, que eu vou sair correndo atrás dele, Malfoy, se não percebeu, eu não me dou por vencida tão fácil! Eu não quero sua piedade!
-Eu não sou piedoso. – ele disse com sua voz arrastada.
-Você mente tão fácil...
-Eu não estou mentindo...
-Malfoy, chega! Eu não quero mais ouvir.
-Tudo bem, Granger, eu não vou falar mais, senão depois eu me arrependo por dizer o que não devo. – ele disse saindo da visão dela, e ela sentiu algo doer ao ouvir seu sobrenome, ela nem percebera, mas acabou se acostumando com seu nome dito pelos lábios dele, sentiu uma antiga ferida se abrir, e se deu conta de que estava sendo idiota, esse tempo todo era ele quem estava sustentando-a, ele quem a mantinha de pé, ele quem sempre a encontrava e a abraçava.
-Draco! – ela o chamou, mas não obteve resposta, ele já havia ido, suspirou e seguiu seu caminho até o salão principal.






:::::: ::::::


-Todos que tiverem autorização podem ir. – McGonagall disse em meio ao barulho dos estudantes enquanto verificava as autorizações dos alunos.
A castanha resolveu pegar um coche sozinha, ela não aguentaria ter que falar com Harry e Rony provavelmente estaria com ele, avistou um coche vazio e entrou, antes que pudesse ver, um loiro entrou também.
-Malfoy? – Hermione exclamara e sorrira. – me desculpe por hoje mais cedo, eu...
-Foi uma idiota? Tem razão. – ele disse seco.
-Me desculpa.
-Está desculpada – ele riu cinicamente – eu sabia que você não ia aguentar ficar brava comigo...
-Idiota! – ela deixou escapar.
-Ainda bem que voltamos à era das provocações... – ele disse e ela não pôde deixar de rir.
-O que posso fazer? Você é uma doninha quicante...
-Sabe-tudo desprezível...
-Patético
-Ridícula!
-Cínico!
-Vassoura!
-Convencido!
-Chata!
-Filho do Hitler!
-Quem? – ele perguntou, fazendo-a rir mais ainda.
-Esquece... – ela disse e se espantou ao ver que Harry e Gina se aproximavam deles para entrar no coche.
-Não tem mais nenhum vago – Gina respondeu e ficaram ambos quietos encarando o chão.
“Maldito passeio, maldita hora em que eu briguei com Harry, Merlin maldito, é tão difícil atender meus pedidos? Eu só pedi para não ter que ver Harry por enquanto...” a castanha pensara irritada.
O silêncio continuou e o coche começou a andar em direção a Hogsmeade, a castanha espiou Malfoy pelo canto dos olhos, ele parecia indiferente e calmo, ela olhou um instante para Harry, ele tinha uma veia latejando, isso não ia prestar.
-Então, desde quando você fica tão perto dele? – Harry perguntou debochado e Malfoy ergueu a sobrancelha.
-Desde quando eu lhe devo satisfações? – a castanha disse seca.
-Desde quando nos conhecemos, e ele é um sonserino, Hermione, não confie nele.
-Eu confiei em você, e me decepcionei.
-Será que dá para vocês pararem? – Gina bufou no canto dela.
Ambos ficaram quietos e o loiro continuou do mesmo jeito, sem dizer nada. Um silêncio constrangedor que poderia causar mais brigas.
-Eu não agüento, vai me dizer que prefere ele? – Harry continuou.
-Eu com certeza não preferiria você! – a castanha dissera tentando machucá-lo, mas ele riu.
-Ai, Merlin! – Gina exclamara irritada e o loiro soltou uma risada rouca.
-Do que ‘tá rindo? – a castanha perguntou irritada.
-De você.
-E aquela história de que não riria de mim?
-Você dificulta, né?
- Loiro aguado!
-Será que vai demorar pra chegar? – Gina perguntou tentando fazer todos pararem de brigar.
-Cinco minutos no máximo, Weasley. – Draco respondeu consultando seu relógio.
-Onde está o Rony? – Hermione perguntou se lembrando do amigo.
-Ele disse que já tinha companhia e não vi ele desde o café da manhã. – Gina a respondeu.
O resto do caminho foi calmo, pois nenhum dos quatro resolveu falar nada, apesar de que de um em um minuto eles se encaravam e a muito custo não diziam nada. Harry e Gina saíram juntos e depois disso a castanha e o loiro não os viram mais.
-Onde você quer ir? – o loiro perguntou.
-Na Dedosdemel primeiro, depois que tal ir no Três Vassouras?
-Certo.
O loiro pegou a mão da castanha e antes que esta protestasse, ele a puxou para a loja de doces, ela percebeu como a loja estava cheia e ia dar meia volta quando escutou a porta bater atrás de si, ela viu o loiro sorrir cinicamente para ela e quase arrancou a cabeça dele para não ter que ver aquele sorriso.
“Por que ele gosta de chamar tanta atenção? Não dava para pelo menos ele deixar a porta quieta? Como eu o odeio! Gnomo falsificado! Eu com certeza fui fã do diabo em outra vida, porque eu tô saindo com ele nessa!”
O loiro a puxou até o balcão da loja apinhada de gente, ela percebeu que todas as cabeças estavam acompanhando ela e Draco, mas era melhor não dar atenção a isso.
-O que vai querer? – Draco perguntou a ela com sua voz arrastada e irritante.
“Eu quero morrer! Será que dá para me torturar e esquartejar e depois embrulhar para viagem?”
-Que tal tortinhas de abóbora ou um pacote de chicletes duplos?
Ela pegou os doces e saiu de lá com o loiro atrás dela.
-O que foi Hermione? Não gosta de chamar atenção?
-Não sou exibida como você! – Ele riu, mas ela resolveu ignorar e tentou continuar a andar, mas ele segurou sua mão de novo. – O que foi?
-Vamos ao três vassouras, esqueceu? – ela não conseguiu impedi-lo de levá-la outra vez para um lugar cheio de gente.
De fato o Três Vassouras estava tão cheio quanto a Dedosdemel, o loiro a levou até uma das mesas e pediu duas cervejas amanteigadas. Ela fitava o chão, mas podia perceber os olhares das pessoas sobre ela, ela tomou um gole da bebida e sentiu-se quente e confortável.
-Relaxa, daqui a pouco eles nem vão reparar que estamos juntos. – Draco disse e ela o olhou com aversão – quer dizer, como amigos.
-Acho bom.
-Hermione! – ela escutou uma voz alegre e conhecida e logo vira Tonks com seu cabelo rosa berrante vindo em sua direção. – E aí, beleza?
-Tonks! Que bom te ver. – a castanha exclamara – Quer beber uma cerveja amanteigada?
-Oh, não, obrigada, estou cuidando da segurança dos alunos, você entende, né? Tempos como esse... Mas onde estão Harry e o Rony?
-O Harry ‘tá com a Gina e o Rony eu não sei – ela disse e se lembrou de Draco – Esse é Draco Malfoy.
-Eu já o conhecia, tudo bem? – a bruxa disse por educação e o loiro a cumprimentou com um aceno com a cabeça. – Bom, tchau então, preciso ir.
E ela saiu tão rápido como aparecera. Logo o loiro e a castanha resolveram sair do bar e começaram a caminhar devagar pela vila de Hogsmeade, o vento batia no rosto deles, mas não os incomodava, avistaram uma pequena praça e ela puxou o loiro até lá sem ao menos se preocupar se ele queria a seguir ou não, mas pelo jeito ele queria, pois foi sem reclamar. A garota se sentou num dos balanços e ficou observando a paisagem, havia uma série de montanhas ao longe e a vegetação era maravilhosa, sentiu o vento novamente em seu rosto, depois percebeu que o loiro estava atrás dela.
-Quer brincar? – ele perguntou com sua voz arrastada bem no ouvido dela, que estremeceu até o último fio de cabelo. Ela não conseguiu responder, mas logo ele começou a balançá-la devagar, sentiu como se estivesse voando até as estrelas mesmo que se encontrasse a poucos centímetros do chão, para ela não importava, era incrível o poder que Draco tinha para transformar as coisas em tão reais.
Ele havia parado de balançá-la e se sentou no outro balanço ao seu lado, a garota ficou observando ele, seu cabelo balançava com o vento gélido, seus olhos estavam mais azuis do que ela estava acostumada a ver, ficaram assim, apenas se encarando como se nunca se conhecessem, como se nunca tivessem se odiado.
-Qual é o seu maior sonho? – Draco quebrou o silêncio fazendo essa pergunta.
-Meu maior sonho?– ela repetiu surpresa e ele assentiu com a cabeça. – Eu não sei direito, eu sempre quis ser reconhecida, sabe? Eu queria que as pessoas soubessem meu nome por algum feito meu, mas talvez isso não seja exatamente um sonho, só um objetivo. – ela suspirou e continuou como se acabasse de concluir algo – Não, é meu sonho, fazer a diferença.
-Achei que fosse algo assim – ele riu a hipnotizando – E seu maior medo? Não vale dizer que é ir mal nos estudos.
-Esse é exatamente meu medo – ela disse, mas continuou – um outro medo meu, é acordar de repente e ver que tudo que eu vivi não passou de um sonho, como se nada tivesse importância, nem sentido, como se eu não valesse nada. – Ela fitou ele calmamente, mas sua expressão era difícil de decifrar – e o seu maior sonho?
-Ser alguém normal – ele respondeu distante e desviou seus olhos dos dela.
-E o que é ser normal para você? – ela perguntou desconcertada pela reação dele.
Ele suspirou e deixou-se mergulhar a um passado distante.





 
“-Draco tem uma missão – a voz de Lúcio Malfoy falou friamente.
-Mas ele é novo demais Lúcio! – Narcisa disse.
-O Lorde o quer...
-O Lorde não pode tirar meu filho!
-Você é que não pode decidir isso, Narcisa.
-Draco é quem deve decidir então! Deixe-o escolher!
-Se o lorde quiser, Draco cumprirá sua missão.
-Eu não vou deixar.
-Você não tem poder algum para isso...”


-Malfoy? – ela o despertou de suas lembranças.
-Talvez seja ter uma família de verdade, poder fazer suas próprias escolhas, ser bom, amar... – ele disse e ela foi até ele com o olhar compreensivo e de certa forma afetado. – o que foi?
-Se você quiser tudo isso pode ser realidade – ela respondeu fitando suas íris cinzentas.





 
“-Pai, o que eu tenho que fazer?
-Matar os seguidores de Harry Potter e servir ao lorde.
-Quando vou fazer isso?
-Em breve, Draco.”


-Me diga apenas como.
-Você é bom, você pode amar, você pode escolher...
-Não posso. – ele respondeu seco e afetado. – Eu não posso ser bom...




 
“-Você tem uma missão, Draco. Você não pode ter piedade – a voz de Lúcio era cruel – Você não pode ser bom, não pode ser fraco, Você não poderá temer nada, não pode ter receio em matar. Você terá que ser fiel... Você será como um filho para o Lorde das Trevas...
-Mas se eu falhar?
-Você não vai... ”

-Eu não te entendo – ela disse e tentou decifrar a máscara que ele usava – Você diz que me ama, mas você já fez tantas coisas ruins para mim, e mesmo assim eu não consigo te odiar. – ela disse quase num sussurro.



 
“Eles desprezam você... você é uma desprezível sabe-tudo... Ninguém te atura... ”
“Quem iria querer uma sujeitinha de sangue-ruim como você? ”


-Isso prova o quanto mau eu sou... – ele disse com sua voz arrastada e ela percebeu o quanto ele estava perturbado e abatido, ela queria ajudá-lo.
-Mas sabe por que eu não te odeio? – ela perguntou – Eu não consigo te odiar porque mesmo que você tenha feito coisas ruins, agora você me faz bem, você me sustenta de certa forma, senão percebeu, nos unimos um pouco nesse último mês. Você me fez chorar, mas foi o único que secou minhas lágrimas. E você foi quem mais me beijou na vida – ela disse rindo.
-Você tentou se afastar de mim. – ele disse tentando convencer a si próprio de que era seguro ficar longe da castanha.



“-Saia de perto de mim! Não quero nada de você!”
“-Você é patético! Eu te odeio, Malfoy. ”
“-Você é tão... Desprezível.”

-Mas eu não consegui ficar longe de você.
-Seria mais fácil se você conseguisse, assim eu não poderia ter me apaixonado...
-Draco, eu... eu...
-Não precisa repetir que não me ama. Afinal, seis anos te tratando mal não vão ser vencidos por um simples mês.
-EU JÁ DISSE QUE NÃO TE ODEIO! – ela gritou nervosa e desconcertada.



 
“-É que, não vale a pena fazer mal a quem se ama.”

Ele pareceu mais afetado agora, por um lado era bom saber que ela não o odiava, por outro era perigoso, mas ainda assim, ele não pode conter um sorriso, ela viu pela primeira vez naquele momento o quanto estavam perto um do outro e percebeu o modo como os fios loiros dele balançavam com o vento, os olhos dele estavam azuis-acinzentados, tão lindo visto de tão perto, sua boca estava convidativa e ela não conseguiu reagir ao impulso de beijá-lo.



 
“-Eu também te amo, Hermione Granger.”

E degavar ele foi se aproximando da castanha, pousou suas mãos na cintura dela a puxando de encontro ao seu corpo. Suas bocas estavam a poucos centímetros de distância e as respirações se misturavam. Ele roçou seus lábios nos dela delicadamente e logo aprofundou o beijo de modo possessivo e terno. Ela não conseguia se afastar e pouco a pouco se entregava aos braços dele, de fato brincar com os fios de cabelo dele era mais divertido do que ela pensava e a cada investida dele, ela percebia que esse beijo era mais do que especial, era único.



 
“-Me diga um motivo para não chorar.
-Me diga um motivo para não sorrir.”

Ela entrelaçou seus braços no ombro largo dele, enquanto este a envolvia mais ainda pela cintura com as mãos e a apertava contra seu próprio corpo. Ela explorava cada canto da boca dele e sentia o perfume embriagador dele invadir suas narinas e o frio que sentiam desapareceu conforme seus corpos se colavam devagar. A garota levou uma das mãos até o rosto dele, mas nesse meio caminho devia ter arranhado o pescoço dele, pois ele estremeceu nesse instante, assim como ela se arrepiou quando ele mordeu seu lábio inferior. Ela nunca se sentira tão bem. Era a primeira vez que o beijava desse modo, agora ela sabia o quanto gostava de tê-lo perto dela, mas seria isso amor? Ela não sabia ao certo nem qual era o seu nome naquele momento... Só sabia que aquele garoto a amava.



 
“-Eu te amo.”

Ele desaprofundou o beijo devagar enquanto roçava seus lábios nos dela de maneira terna e carinhosa e depois do que pareceram horas, ele afastou sua face da dela e a olhou intensamente sem consegui desviar daqueles olhos castanhos, mas, além disso, ele não conseguia acreditar que ela o beijara, que ela conseguiu despertar emoções que ele nem sabia existir, que ela era perfeita. Então ele sentiu medo, um medo talvez egoísta ou infantil, ele não saberia dizer, mas sentiu medo de perdê-la, de vê partir, de nunca mais sentir seus lábios doces e macios, de nunca sentir o calor do corpo dela, de nunca mais tê-la. Ele realmente a amava.
Mas viu que ela já não estava fitando ele, mas sim algo às suas costas, ele se virou e viu que o que mais o afligia estava ali, no céu, um grande crânio com uma serpente saindo pela boca, a marca negra.
-Harry! – ele a ouviu exclamar baixo e sem pensar a segurou, ela tentava se desvencilhar, mas ele era mais forte. – Malfoy, me deixe ir, por favor.
-Não, Hermione.
-Eu preciso.
-Para que? Você não tem chance, o Potter não pode ser tão burro a ponto de ir para aquela direção, atrás deles – ele disse.
-Você não o conhece, ele quer vingar todas as mortes, ele quer acabar com essa guerra de uma vez. Eu preciso ajudá-lo. Ele é meu amigo.
-Amigo que te decepciona.
-Eu faria o mesmo por você. – ele ficou surpreso de ouvi-la dizendo isso e foi o que bastou para ela escapar e começar a correr em direção à marca, ele não teve escolha senão segui-la.
-Granger, você é louca ou gosta de arriscar sua vida mesmo? – o loiro gritou.
-Eu não posso simplesmente ignorar isso – ela gritou em resposta e tropeçou em uma raíz no chão – ai!
O loiro conseguiu a alcançar e segurou-a novamente.
-Me solta! – ela ordenou.
-Eu não quero que você vá!
-Eu já disse que vou. – ela disse e alcançou a varinha em seu bolso e atingiu o loiro fazendo-o soltá-la.
Ela saiu correndo penetrando mais ainda a floresta escura, enquanto o barulho de disparos se intensificava, ela avistava vultos negros ao longe, ela parou e encostou-se no tronco de uma das árvores, apertou mais ainda a varinha em sua mão e percebeu que o loiro estava ao seu lado, ele andava sem fazer barulhos ou ruídos e tentava identificar alguém na penumbra.
-Vamos sair daqui, agora. – ele sussurrou quase encostando seus lábios no ouvido dela.
-Não posso. – ela disse sentindo um arrepio na espinha que não tinha nada a ver com a paisagem fantasmagórica
-Fala baixo. – ele aconselhou enquanto avistou um vulto atrás de uma árvore, mas ela reconheceu Harry e Gina. Ela tentou ir na direção deles, mas o loiro a segurou de novo. – Fica aqui, acho que sabem que estamos na floresta. – ele disse baixo.
De repente ela viu um disparo na direção dos amigos e outro em sua própria direção.
-Protego! – ela murmurou.
-Droga – o loiro resmungou enquanto lançou outro feitiço – Eles vão nos atacar mais ainda. Vem. – ele a puxou pela mão e apontou a varinha para os comensais – Estupore!
-Expelliarmus! – eles ouviram a voz de Harry mais adiante.
-Vem – a castanha agora era quem guiava o loiro agora na direção do moreno.
Mas viram que ele estava caído no chão e que Gina duelava com um comensal.
-Reducto – a ruiva acertou o homem.
-O que vai fazer Potter? – outro comensal disse e torturou o moreno.
-Estupefaça – Hermione o acertou e foi até o amigo – Você está bem? – ela o ajudou a se levantar.
-Draco, você por aqui? – a voz de Bellatriz Lestrange soou de modo perigoso – Veio nos ajudar?
-Ainda estou pensando no melhor a fazer. – ele disse no mesmo tom e com a varinha apontada para a comensal.
-Não me diga que está do lado do Potter?
-Do Potter não – ele disse andando lentamente para frente da castanha sem tirar os olhos da comensal.
-Está tentando proteger a sangue-ruim? – ela disse com desprezo – francamente, eu achava que você tinha bom gosto, Agora,saia da frente!
-Não! – ele disse calmo, mas com um olhar diferente, um olhar que Hermione reconheceu que era frio, determinado e indiferente, um olhar de um comensal. – Estupefaça! – ele a atingiu – Saia daqui Hermione.
-Eu não vou te deixar aqui – ela disse preocupada enquanto fitava mais comensais.
-Potter, tire-a daqui – ele pediu sem fitar o moreno, Bellatrix estava se levantando agora e ele percebeu que mais comensais estavam prontos para atacar.
-Eu queria poder fazer isso mais do que tudo, Malfoy, mas não acho que é possível agora. – Harry disse olhando agora as varinhas apontadas na direção dele e dos outros três e sentia cada vez mais raiva – Gina, Hermione – ele sussurrou o nome delas – Cuidado...
-Potter, você sabe que não tem chances, não é? – um comensal o desafiou.
-Eu não penso assim...
-Se você se entregar, não vamos precisar machucar seus amigos, pense em quantas pessoas já morreram para te proteger... – Harry sentiu algo tentar descer por sua garganta ao ouvir isso, quantos já morreram? Seus pais... Cedrico... Sirius... a última família dele.
-Se eu me entregar, haverá mais mortes ainda... – ele disse e o comensal se preparou para atacá-lo, mas disparos saíram da varinha dele, de Gina e Hermione e inacreditavelmente, da de Draco.
Alguns comensais foram atingidos enquanto outros defenderam o ataque, o trio e Draco começaram a correr entrando mais ainda na floresta. Harry e Gina corriam mais a frente, mas a castanha os perdera de vista, ela tropeçou e quase caiu se não fosse Draco segurá-la.
-Cuidado – ele falou baixo.
-Onde eles estão?
-O Potter e a Weasley detem ter conseguido sair da floresta, se forem espertos vão procurar os aurores, os comensais estão nos procurando ainda...
-Como pode saber?
-Eu não sei – ele disse calmo – mas não vão desistir tão fácil.
-E o que eles querem? – ela perguntou mais assustada ainda.
-Talvez o Potter...
-Tem razão – Bellatrix disse e os assustou.



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-Gina, não pare de correr! – Harry gritou para a ruiva a puxando pela mão.
Eles corriam sem rumo para mais dentro da floresta, não sabiam onde estavam exatamente, mas precisavam de ajuda. Então eles viram duas pessoas à frente. Um homem de cabelos castanhos e de aspecto doentio e uma mulher com cabelos rosa-chiclete.
-Harry, Gina, o que aconteceu? Vimos a marca negra, vocês estão bem?
-Estamos Tonks, mas não sei onde Hermione está, nem o Malfoy, ele deve estar com ela...
-Malfoy? Com a Hermione?
-Estão estão juntos, o Malfoy aparentemente não está participando desse ataque. Bellatrix Lestrange está lá, não conseguimos ver quem eram os outros...
-Eu vou atrás deles, voltem para o castelo lá estarão seguros. – Lupin disse, mas Harry não se mexeu.
-Eu não posso fazer isso, Hermione está correndo perigo, ela precisa de mim.
-Eu vou também... – Gina disse e sem junto com Harry ela foi procurar a amiga. Sem poder fazer nada contra os jovens, Tonks e Lupin os seguiram.



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– Expelliarmus! – ela desarmou a castanha – Estupore – ela acertou o loiro, que caiu no chão e o torturou arrancando gritos dele – Isso é para você aprender a não trair o Lorde.
-Não! – a castanha exclamara indo na direção do loiro.
-Não se aproxime dele, sangue-ruim – ela disse a afastando dele com um feitiço, a atacou com mais violência ainda, fazendo sua perna sangrar e voltou-se para o loiro – Está vendo o que acontece, Draco, quando me desafiam? – ela o atacou novamente fazendo um corte no braço dele.
Ele gemeu de dor, o corte era profundo e estava sangrando provocando mais aflição ainda.
-Nunca mais faça isso Draco, e nem ouse desistir de sua missão,o Lorde pode não ser misericordioso com você – ela disse com desprezo, enfatizando cada palavra como se não quisesse repeti-las, voltou-se então para a castanha – Quanto a você, vai se arrepender de ter entrado no meu caminho. Crucio! – ela disse com prazer e a castanha sentiu pela primeira vez a maldição, ela gritou de dor, sentia seu corpo arder, latejar, era torturante demais, era pior do que se mil facas penetrassem seu corpo ao mesmo tempo. Draco não conseguia reagir, estava caído no chão, ferido e sentindo-se pior a cada grito dela, não suportava vê-la sendo torturada, mas não conseguia reunir forças o suficiente para defendê-la, uma lágrima de dor e culpa deslizou por seu rosto pálido devagar enquanto a garota caia no chão.
-O que aconteceu, Granger? Está fraca? – a voz de Bellatrix Lestrange soava prazerosa, e ela murmurou novamente a maldição imperdoável, a mais insuportável – Crucio!
Hermione contorceu-se de dor, mil facas perfuravam seu corpo sem ao menos deixar marcas, ela ardia como brasa, era um fogo insuportável e destrutivo, era a dor de uma maldição.
-Pare, por favor... – uma voz arrastada suplicava. Não era a voz dela, era a voz de um garoto apaixonado.
Ele estava caído no chão, estava pior do que a castanha e vê-la sofrer era mais difícil do que simplesmente escolher sua própria morte.
-Por que você não consegue vê-la sofrer, Draco? – A comensal perguntou divertida – O que você sente por essa sangue-ruim que faz você desistir de tudo por ela? – ela continuou – não traia sua família por um amor passageiro, isso não vale nada – ela cuspiu essas palavras e torturou a garota novamente, que gritava e se contorcia de dor.
Então ele não pôde ficar parado, ele não poderia ficar assistindo àquilo, avistou sua varinha uns dois metros dele e com um grande esforço ele se arrastou até lá,a cada movimento seu corpo doía mais, mas ele tinha que conseguir alcançar sua varinha e deu graças pela tia não estar prestando atenção nele, pegou sua varinha e murmurou:
-Estupefaça! – ele acertou Bellatrix e depois tudo aconteceu muito rápido.
Harry e Gina apareceram com as varinhas apontadas para a comensal, assim como Remo Lupin e Tonks. O loiro se arrastou até a castanha e entrou em estado de choque ao perceber que ela estava desmaiada. Ele ouviu alguns disparos atrás de si, mas não conseguiu prestar atenção na batalha, ele estava fraco demais, mas precisava estar com ela, agora mais do que nunca, pousou suas mãos em cima das mãos dela e disse rouco:
-Eu te protegerei... Eu estarei aqui...
Uma fina lágrima deslizou por seu rosto e caiu na face na garota, mas no outro instante ele sentiu um feitiço o atingir nas costas e caiu abraçado ao corpo da Hermione.


N/A: E aí povo? Como vão? O que acharam do capítulo? Eu tenho que admitir que não gostei mto dele, mas fazer o que, né? Estou numa crise de imaginação, por isso que tá saindo esses caps dramáticos... Esse cap era pra ser maior ainda, mas eu cortei pra não ficar cansativo, mas não me torturem, juro que posto o próximo cap logo, talvez em duas semanas, mas não prometo nada. :P Vai depender da minha inspiração.
Quanto ao coment...
Imogen, adorei saber que você está gostando da fic, e mto obrigada por todos os elogios, como você pediu, eis a atualização... Continue comentando, ah! Gostei mto do seu site, pena que não pude ler tudo, mas prometo que vou passar lá com mais calma... Bjos.
Continuem lendo e comentando
Be your own star...
Gabi Ravenclaw



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