30 agosto, 2009

Cap. 3 - Raiva


A castanha passara pelo quarto da mulher gorda apressada, não acreditava no que acabara de acontecer, na verdade ela nem conseguia pensar, o que já era preocupante. Deixou-se guiar por suas pernas até a sala comunal, e quase instintivamente sentou-se numa poltrona. Respirar... era isso que ela precisava, mesmo que não estivesse ofegante. Refletir... mesmo que seu cérebro não quisesse funcionar. Agir... ou melhor, explodir. Mas ela não conseguia fazer nada.

-Mione... – uma voz distante, mas conhecida a chamou.

Ela não respondeu.

"O Malfoy me beijou.”

Ela finalmente concluíra uma frase mental. A raiva nasceu de repente, era hora de explodir.

-Mione, você está bem? – Gina perguntara se sentando perto da amiga.


-ASQUEROSO, NOJENTO, RIDÍCULO, ESTÚPIDO, GNOMO DE JARDIM, CONVENCIDO, BARATA SUJA, FDP, ECA!!! PRECISO DE UM ENXAGUANTE BUCAL, NÃO! EU PRECISO DE CREME DENTAL, ESCOVA , SHAMPO, CONDIONADOR, SABÃO... QUALQUER COISA!!! Merd*! Eu vou matar ele! Não matar é fácil demais, eu vou castrar ele, vou fazer ele sofrer, contratar Hitler( e aproveitar para apresentá-lo a Voldemort.) para torturá-lo, vou colocar o brinquedinho dele numa gaveta e fechar, aí eu quero ver o que ele vai fazer, vamos ver quem vai rir, eu vou morrer de rir... há há há há ... – ela dizia tudo muito rápido, com seu olhar de raiva e ironia.

-Mione, calma. O. Que. Aconteceu? – Gina perguntou pausadamente, assustada com a amiga.

-Aquela Barata nojenta, eu vou matá-lo!!! Escreve isso Gina. Escreve, e coloca em todos os murais de Hogwarts, não! Esquece. Eu não vou matá-lo. Como disse, eu vou torturá-lo, ele merece ir pra Azkaban.

-O Malfoy? – ela arriscou um palpite.

-Não! Draco galinha ridículo gay convencido Malfoy. – cuspiu essas palavras.

-Mione, calma. – pediu ela pela segunda vez. – Não pode ser tão ruim.

-Não pode ser tão ruim? Tem certeza? - perguntava ela ferozmente.

-Nem tanta agora, com você falando assim... Mas o que ele fez? – perguntava ela temerosa.

-Aquela galinha imunda me beijou! – Ela gritara para quem quisesse ouvir.

-Quem te beijou? – Harry perguntara no momento que entrara com Rony na sala iluminada pela lareira.

-O Malfoy. – dissera Gina rindo da amiga que estava tentando pensar na vingança perfeita.

-Eu vou matar ele! – Exclamara Rony no momento que Harry abrira a boca para falar.

-Não. Vocês não vão. Eu vou torturá-lo. – a castanha dissera enraivecida.

-Mas Hermione, você não pode usar uma maldição imperdoável. – Exclamara Harry.

-Mas ninguém precisa saber. –Rony dissera prontamente.

-Seria ótimo lançar um crucio nele, mas eu tenho um futuro a zelar – Ela dissera finalmente optando por pensar – Existem muitas maneiras de me vingar, ele que espere.

:::::: ::::::

O loiro entrara no salão comunal iluminado de luzes verdes, sentou-se calmamente no sofá, tentou raciocinar por um instante.

“Eu beijei a Granger!”

Esqueceu-se por um momento no por quê de ter feito isso. Pensou. Não havia motivos. Ele fez isso instintivamente.

-Você é um burro! – murmurou para si mesmo – Burro!

“Eu beijei a Granger e ainda por cima eu gostei. Certo Draco! Esquece essa garota. Você já está até virando um obcecado !”

:::::: ::::::

As duas garotas estavam no dormitório, Hermione finalmente se acalmara. Tentava não pensar no que tinha acontecido, mas jurava a cada cinco minutos matar o loiro.

-Mione... – a ruiva a chamara de repente.

-Sim, Gina? – ela respondeu colocando o pijama.

-Err... o beijo... foi tão... tão ruim assim? – ela perguntou com cuidado.

A castanha olhara-se no espelho que ficava de frente da cama, a raiva tomou conta dela novamente, ela se lembrou do beijo, sentira-se estranha.

“Doninha maldita! Parece até que eu beijei um porco. Um porco muito lindo. Lindo? Não! Presunçoso, ridículo... Meu Deus! Ele deve liberar veneno pela boca, porque eu estou sob um efeito retardado.”

-Mione? – chamara a amiga novamente.

-Foi o pior beijo que se possa imaginar Gina, foi horrível! – dissera ela secamente.

-Sei... – dissera a ruiva incrédula, indo pra sua cama – Boa noite.

-Boa noite. – a castanha ignorou o comentário e deitou-se na cama.

“Preciso ler alguma coisa amanhã!” pensara antes de adormecer.

:::::: ::::::

“Ela se encontrava andando por um grande corredor, entrou em uma porta, mas antes checou se estava realmente sozinha. Não havia ninguém. Dirigiu-se para uma velha estante, procurou um livro grosso de capa vermelha com um símbolo quadrado e páginas amareladas. Quem estivesse lá poderia pensar que ela o leria, mas não. Ela puxou metade do livro e a estante recuou, revelando uma passagem minúscula. Ela olhou novamente para a sala e entrou no buraco”

:::::: ::::::

-Eu preciso parar com esses sonhos. – a garota exclamara ao acordar.

Vestiu-se rapidamente e sentou-se na beira da cama. Lembrou-se novamente do que tinha acontecido, ela queria sentir raiva naquele momento, mas não conseguia, era como se ao descansar ela tivesse se esquecido de tudo, mas suas lembranças estavam intactas. Passou a língua em seu lábio inferior, como se pudesse sentir o gosto do beijo do loiro. Pensou no porquê dele ter feito isso e as palavras dele desfilaram em sua mente:

“-Ah é? E você é a Srta. Chorona? Você não me conhece para falar isso. Você só acha que eu sou um sonserino patético, que não se importa com nada, nem ninguém... Você não sabe nada de mim.

-E por que eu teria que saber?

-Exatamente. Você não tem que saber, mas eu quero te conhecer. ”


A castanha pensou nas breves palavras dele, e depois no modo como se apoderou de seus lábios, no jeito sedutor e maravilhoso dele.

“Ele quer me conhecer? Só pode ser piada! Ele é ridículo, me beijar à força... isso foi tão... tão ... tão bom. Bom? Comer jiló que é bom! Ou seja beijar o Malfoy e comer jiló é a mesma coisa ! Mas que droga! Por que eu não paro de pensar nele?”

Ela se levantou e entrou na sala comunal, ainda era cedo para as aulas começarem. Havia somente uma pessoa no salão. Estava deitada num sofá. A castanha se aproximou devagar e viu que era Harry, ele cochilava tranquilamente e passou pela cabeça dela por que ele não estava na cama. Ela ajoelhou-se na frente dele, e ficou observando ele dormir.

Eu só quero estar no teu pensamento
Dentro dos teus sonhos
E no teu olhar

Tenho que te amar
Só no meu silêncio
Num só pedacinho de mim

Estava tranqüilo, sereno e lindo como sempre. Não parecia o garoto que perdeu os pais e que duelou com um bruxo das trevas. Ela o fitava calmamente como se tivesse todo o tempo do mundo para isso. Olhou os cabelos do moreno, sempre desarrumados, mas mesmo assim com um charme natural. Sua boca estava seca e convidativa. Ela imaginou como seria beijá-lo, se seria um beijo terno e romântico. Só não gostou de ver seus olhos fechados, impedindo que ela olhasse seus olhos cor de esmeraldas.

Eu daria tudo pra tocar você
Tudo pra te amar uma vez

Já me conformei
Vivo de imaginação
Só não posso mais esconder

Ela ergueu o braço em direção ao moreno, travando uma batalha interior, ela queria fazer isso, mas outra parte dela achava arriscado. Optou por acariciar seu rosto com o dorso da mão. Sentia a pele morena dele com a mão, enquanto acariciava devagar sua face.

Que eu tenho inveja do sol que pode te aquecer
Eu tenho inveja do vento que te toca
Tenho ciúme de quem pode amar você
Quem pode ter você pra sempre

Mas ele começou a se mexer devagar, e ela ia puxar o braço, mas ele mudou sua posição enquanto ainda dormia, e prendia a castanha a ele, de modo que ele segurava o braço dela como uma criança quando abraça seu ursinho de pelúcia.

Que eu tenho inveja do sol que pode te aquecer
Eu tenho inveja do vento que te toca
Tenho ciúme de quem pode amar você
Quem pode ter você pra sempre

Ela tentava livrar seu braço do garoto, mas ele inconscientemente a apertava ainda mais. Ela começou a puxar devagar, mas ele começou a despertar, abriu os olhos se acostumando à pouca claridade. Percebeu que abraçava o braço de alguém, e viu uma castanha a sua frente ajoelhada.

-Hermione? – murmurou baixo não entendo o porquê de ela estar tão perto dele.

-...-ela não conseguia dizer nada, tão espantada estava.

-Por que você está assim? – a pergunta escapara de seus lábios.

Que droga! Ele acordou. Que burra que eu sou! Jumenta! E agora Merlin? O que eu faço? Pensa, pensa. Oh cérebro idiota, só funciona quando não precisa! Vai. Funciona droga! O que eu falo? Por que minha fala não funciona? Melhor! Por que eu não peço emprestada a capa de invisibilidade dele?”

-É que... bem... – “Bem o que sua tonta? Para de enrolar e inventa alguma coisa.” – É que você tava falando umas coisas enquanto dormia... e eu... bem, eu fui ver se você estava com febre... e você, você puxou meu braço.

“Agora torce Hermione! Torce para ele acreditar nessa besteira sem fundamento.”

-Sério? Eu puxei seu braço? – o garoto dizia meio corado. – E o que eu disse mesmo?

“Agora eu me ferro!”

-Bem, você errr... – “Pára de enrolar garota. Assim nada vai colar. Pensa cérebro inútil!” – Você não estava falando exatamente... Só gemia, fazia uns barulhos estranhos...

-Eu fazia uns barulhos estranhos? – ele repetiu como se não estivesse acreditando.

-É Harry! Fiquei preocupada... achei que... – “achou o que sua tonta? Vamos, agora pense em alguma coisa suficientemente racional para ele acreditar nessa furada.” – achei que talvez, que talvez você pudesse estar tendo aqueles sonhos que teve o ano passado.

-Aqueles sonhos? - ele dizia com dificuldade – Pode ficar calma Mione, eu não vou arriscar a vida de ninguém mais.

“O Sirius! Droga por que eu fui tocar nesse assunto? Burra!”

-Harry, você não teve culpa. Coloca isso na cabeça! Não foi culpa sua. – ela dizia acariciando as mãos do garoto.

Ele pareceu se confortar com aquele toque, mas sentia seu corpo quente e seu rosto corado com a aproximação da castanha, sentia o calor da mão dela esfriando suas mãos frias, fitou seus olhos castanhos-caramelados intensamente, e desejava a todo instante poder tomá-la em seus braços e beijá-la com todo o amor que sentia por ela. Mas temia que se fizesse isso, poderia estragar a amizade que a tantos anos eles tinham juntos. Pensava que era melhor amá-la silenciosamente que perder sua amizade.

Eu daria tudo pra tocar você
tudo pra te amar uma vez


Ela sentia uma energia que vinha do garoto se apoderar por todo o seu corpo, tentava confortá-lo pela morte do padrinho, mas seu toque acolhedor era mais para poder sentir a pele do amigo, era uma desculpa para acariciar suas mãos, para amá-lo silenciosamente.

Já me conformei
Vivo de imaginação
só não posso mais esconder


Os olhos verdes dele perfuravam os olhos castanhos dela como se pudesse saber o que se passava em sua mente, como se pudesse ler seu coração.

-Aconteceu alguma coisa? – a voz de Gina ecoou pela sala comunal e antes mesmo de pensarem separaram as mãos.

-Eu estava tentando falar pra esse cabeça-dura que ele não teve culpa alguma pela morte de Sirius. – Hermione tentou falar no tom mais casual que encontrou, mas se desconcertou com a aparição da ruiva.

-Ele ainda está com isso na cabeça? – a ruiva exclamara mais como afirmação do que como pergunta. – Harry esquece isso, por favor, não adianta você ficar se culpando.

-Isso mesmo, chega de tristeza, pense em coisas felizes. Bom, eu já vou indo, quero dar uma passada na biblioteca antes das aulas. Não demore Harry, e acho melhor ver se o Rony acordou.

:::::: ::::::

“Mais que droga de vida eu tenho! Por que eu não falo pro Harry que eu o amo? Por que meu Merlin? Agora eu estou nervosa só pra variar um pouco, e nem sei o que a professora está falando. Literalmente! Parei minhas anotações na metade e agora já perdi o fio da explicação. Que seja! Eu já sei tudo sobre isto, pois caso não tenham percebido (o que é óbvio) isto é uma aula de estudos dos trouxas, e eu considero o meu conhecimento a respeito disso muito amplo, nos dois sentidos de trouxa! Fazer o que? Eu vivo cercada de trouxas. E o pior de tudo é que o Malfoy não pára de olhar pra mim, será que ele não cansa? Ignora ele Hermione! Controle-se! ”

A garota começou a ler o livro que trouxera da biblioteca.

Muitos bruxos da Grã-Bretanha vêm pesquisando novos objetos mágicos. Há alguns que acreditam que haja objetos que alteram o destino das pessoas ou simplesmente oferecem mais poderes ao bruxo que os possuírem.
Há lendas que falam de uma pedra com tal poder, e esta, como dizem, está sob proteção de um guardião.


Era difícil tentar se concentrar para lê-lo, pois ela podia jurar que havia um par de olhos a mirando e com certeza não era as esmeraldas do Harry. Logo um aviãozinho voou para sua mesa e ela reparou que Malfoy a encarava com seu típico sorriso arrogante. Abriu o papel e leu mentalmente:

“Dormiu bem sangue-ruim? Bom, que seja, para mim não faz diferença... só queria saber você gostou de sentir o beijo de alguém superior à você.”

A garota picou o papel em mil pedacinhos. Controlava-se para não azará-lo na frente da professora.

“Hermione... ignora esse palhaço!”

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As aulas haviam acabado, agora Hermione estava monitorando o castelo, não viu ninguém. Achou que seria melhor procurar Rony, mas ela tinha se esquecido de perguntar onde ele ia monitorar. Resolveu ir caminhar perto do Lago. A lua brilhava solitária no céu, a brisa fria da noite lhe arrancava alguns arrepios e ela decidiu que seria melhor voltar, quando viu alguém andando mais adiante. Empunhou a varinha e se aproximou silenciosamente do local, mas a pessoa simplesmente havia desaparecido. Ia voltar para onde estava quando sentiu uma varinha nas costas.

-Tudo bem, Granger? – a voz arrogante do Malfoy soou baixa.

-Agora bem pior. – ela respondeu seca. Voltou para perto do Lago e o garoto a seguiu, guardando a varinha nas vestes.

-Você não tem medo? – ele perguntou infantilmente.

-Medo? – ela se surpreendeu com a pergunta. – Da sua cara patética? Tenho! – ela respondeu irônica.

-Há há ! Minha cara não é patética! E perguntei se não tem medo, Granger, afinal, seus amiguinhos não estão aqui para te proteger. – o loiro dissera caçoando.

-Proteger do que, Malfoy? – ela perguntou rindo ficando de costas pro lago, e olhando o garoto – não está falando de você, né?

-Eu posso ser muito ameaçador quando eu quero. – ele dissera se aproximando da garota, a olhava calmamente e sério.

-Eu duvido muito. –ela dissera decidida, mas corada com a aproximação.

-Ah duvida? Você quem pediu...

E dizendo isso empurrou a garota para trás a fazendo cair no lago sereno. O corpo da garota se chocou com a água fria, que tomava conta dela esfriando-lhe o corpo. Uma sensação arrepiante percorreu seu corpo, e ela viu o garoto rindo dela, um ódio natural apossou-se dela, ela tinha que se vingar.

-Malfoy 2, Granger 0. – Ele disse baixo entre gargalhadas.

A garota escutou, e isso a enfureceu mais ainda.

“Eu tenho que me vingar! E agora.” Pensou.

No mesmo instante uma idéia desfilou em sua mente, tinha que dar certo. Ela começou a fingir que estava se afogando, afundava nas águas e batia as mãos descontroladamente.

No momento em que o loiro a viu se afogando, suas gargalhadas cessaram e seu sorriso desapareceu.

“Ela está se afogando? Não pode ser... O que eu faço? Vamos Draco! Pense! Droga! Eu a joguei no lago! A culpa é minha. Mas se ela morrer eu fico feliz, só que se ela morrer eu perco meu cargo de monitor. O que é mais importante? Meu distintivo ou a vida dela? Eu vou me arrepender por isso!”

Draco pulou na água e teve uma sensação semelhante à da garota. A água fria tomava conta de seu corpo quente, no mesmo instante em que ele via a garota avançar em sua direção.

-Corrigindo... Malfoy 2, Granger 1. – disse Hermione.

Ela tentava atacá-lo, mas ele segurou seus braços.

-Quer brincar, Granger? – Ele disse irônico a puxando pra mais perto, e empurrando ela pra dentro da água. A puxou novamente pra superfície.

-Vai me afogar, Malfoy? – a garota perguntou sarcástica.

-Eu devia. – Ele respondeu no mesmo tom.

-Miau. – Eles escutaram um miado de uma gata perto deles.

Viraram-se para ver o animal e deram de cara com Madame Nor-r-a e Argo Filch os fitando.

Continua...

:::::: ::::::

N/A: E ai galerinha? Tudo bom??!! Adorei escrever esse capítulo, estou cada vez mais empolgada, e me desculpem pela demora...

O nome da música do capítulo é Você pra sempre de Sandy e Júnior...


Me falem se gostaram, porque eu tenho mil idéias pra fic.

Comentem...

beijos pra todos que estão lendo...

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