05 outubro, 2012

[Incantatem] Those Three Words



Pov Rose
Eu sentia meu corpo extremamente leve, como se estivesse numa nuvem de algodão. Eu flutuava, sentia todo tipo de bem estar que nunca imaginei ser possível. Sentia cheiros. Um cheiro de baunilha, misturado com um leve aroma forte, um cheiro que eu já sentira antes. Um cheiro viciante. O cheiro... dele.
E repentinamente todo o sonho se dissolveu. Não existia mais nenhuma boa sensação, apenas uma dor de cabeça aguda.
Abri meus olhos, percebendo que não estava na minha cama, tampouco em meu dormitório. O teto era cheio de estrelas e conheci ali duas constelações, que se movimentavam lentamente. Eu não sabia se era por magia ou simplesmente um efeito da minha visão decorrente da dor.
Tentei me mover, mas era quase impossível, olhei para minhas mãos e percebi que estavam atacas à cama, bem à cabeceira.
Comecei a me desesperar, até que me lembrei de rápidos flashes. Musicas, dança, baile. Scorpius. Lysander. Albus.
Mas era tudo sem nexo algum, imagens confusas demais e que só aumentam minha dor.
Tentei puxar o lenço branco amarrado em meu pulso, mas não consegui nada. Embora eu tivesse força para isso, meu corpo estava mole demais para qualquer esforço.
Olhei para o lado, num ponto longe da cama e o reconheci. Estava deitado no sofá, com um livro aberto em cima dele mesmo, bem em seu peito. E a boca aberta, praticamente babando enquanto dormia. Bela cena! Eu deveria tirar uma foto! Scorpius Malfoy, o deus de Hogwarts... BABANDO!
Eu tentei novamente puxar o pulso direito, e alguns minutos depois consegui afrouxar o nó, consegui então livrar um dos meus braços
LIBERDADE!
Peguei a primeira coisa que vi e mirei naquele loiro maldito. Meu sapato fez um voo incrível e o acertou bem na cabeça.
Ele pulou assustado e massageando o ponto onde acertei e eu sorri.
– Mas que merda...?? – ele ia dizendo, até que me fitou.
Scorpius me olhou totalmente desnorteado, como se eu fosse a louca da história ali, sua face logo se converteu numa expressão de pura raiva.
– Você... ficou... louca? – o loiro perguntou pausadamente.
Seu olhar me dizia que ele desejava me matar ali mesmo.
Só que agora eu estava encarando ele, pela primeira vez percebi que o dito cujo estava sem camisa, só com a calça das vestes nobres do baile. E percebi também que ele tinha o corpo de um verdadeiro deus grego, um abdômen bem desenhado e músculos trabalhados.
RECOMPONHA-SE ROSE WEASLEY!
Pensei mal me aguentando, se meu braço esquerdo ainda não estivesse amarrado à cama eu pularia nele
– Por que está me olhando assim? – Scorpius perguntou.
Eu poderia ADIVINHAR que estava vermelha que nem um pimentão, mas eu ainda o secava com o olhar, O QUE ESTAVA ACONTENCENDO COMIGO?
– O-ou – Scorpius falou – a poção ainda funciona.
– Que poção?
– Rose... – ele começou a falar e se aproximando – Você está...
– NÃO SE APROXIME – gritei. Se ele desse um só passo, eu tacava o outro sapato na testa dele!
Scorpius me olhou cauteloso e suspirou.
– Por que você está sem camisa?
Dessa vez seu olhar foi carregado de safadeza, e eu ODIEI isso.
– Pelo menos motivo que você está sem seu vestido
– EU O QUE? – gritei com toda a vergonha possível e olhei a mim mesma. De fato eu estava somente de sutiã, olhando para Scorpius Malfoy, o qual praticamente só faltava me agarrar pelo modo como me olhava. E só naquele momento percebi a bagunça ali na sala precisa, roupas jogadas no chão, sapatos espalhados.
“AI MEU MERLIN!” Pensei agora puxando o lençol e cobrindo-me inteira. Cadê a merda da minha varinha quando preciso? CADÊ? VOU MATAR AQUELE MALDITO!
– Rose, respire e pare de me encarar assim. – Scorpius foi falando se aproximando de novo.
– VÁ PARA LONGE SEU... SEU... – não era possível achar um xingamento decente para um momento como aquele
Respirei novamente. Eu precisava me acalmar, qualquer relaxamente que fosse. Contar! Isso resolve! Um... dois... três... quatro... cinco... AH, FILHO DA PUTA!
– Rose, não é isso que você está pensando...
– NÃO? É O QUE ENTÃO, MALFOY? EU TE AGARREI E FIZ UM STRIP-TEASE?
– Bem... é.
Olhei para ele com a pior cara possível.
"É"
"É?"
Eu vou mostrar um “é” para ele no...
– Rose, você... nós fomos enfeitiçados ontem. – Ele ia dizendo cuidadoso, agora ficando a um bom espaço longe, não ousando se aproximar. – Você não se lembra de nada mesmo? – perguntou-me olhando a mim profundamente.
– Lembro-me do que?
Obviamente algo de importante acontecera no baile, mas minhas memórias não ajudavam em nada. Por mais que eu quisesse lembrar-me, a noite passada era apenas um borrão.
– Por que minha cabeça dói?
– Isso chama-se res-sa-ca.
– Eu não tenho ressacas, Malfoy. Eu não bebo.
O maldito me olhou com uma cara totalmente marota, como se desmentisse minhas palavras, ou como se eu fosse a maior mentirosa do mundo.
– MALFOY, EU NÃO BEBO! – repeti com raiva.
– Rosie, minha linda... você tirou a roupa para mim! Beber é o mínimo!
Eu queria livrar meu braço preso e dar um incrível soco naquele fucinho branco!
Fitava Scorpius com um olhar mortal, queria arrancar com uma pinça cada fio de seu cabelo engordurado.
– Por que eu estou amarrada? – contestei semicerrando os olhos.
– Porque você estava tirando a roupa. E se eu deixasse... seria pior. Eu também tomei a poção.
– Que poção? – perguntei novamente.
Scorpius puxou um pufe e sentou-se nele.
– A história é longa, Rosie.
– Pois temos muito tempo!
– Certo. Pelas minhas contas e pelo que vi hoje, o efeito vai durar mais algumas horas, e até que ele passe por inteiro você não sairá daqui – ele ia dizendo todo metido, cheio de si, certo demais que me manteria prisioneira dele.
– Quem é você para me prender aqui?
– Sou seu salvador! – ele exclamou.
Soltei uma gargalhada, a qual ecoou pela sala inteira.
– Diga então, Scorpius, do que você me salvou?
Vi ele sorrir feito um bobo e senti minhas faces corarem. Suas orbes cinzentas queimavam meu corpo, me deixavam completamente desconcertada, incapaz de reagir de um modo eu não fosse vergonhoso.
– Por que está me olhando assim? – perguntei.
– Meu nome... você dizendo parece perfeito. Como na outra vez em que estivemos aqui – ele disse.
Lembrei-me daquela vez, quando brigamos por causa de Lysander, por causa do ciúme dele e então... Scorpius disse que me queria.
– Nunca pedi desculpas por aquilo... – Scorpius começou. - Eu me expressei mal e te fiz entender tudo errado.
– E o que você queria dizer? – contestei.
Isso o fez ficar hesitante e... vermelho. MEU MERLIN TODO PODEROSO. Ele. estava. vermelho. O que havia de tão ruim naquela frase que o deixava daquele modo? Não saber o que se passava naquela mente dele me matava. Eu precisava saber, precisava conhecer o que tanto o desconcertava.
– Scorpius?
Eu sentia vergonha alheia por ele, a pele dele antes tão alva, agora parecia da cor dos meus cabelos.
– Isso não vem ao caso - ele falou e arranjou um jeito de deitar-se no pufe, já que era enorme e todo fofo.
Ele escondeu de mim seu rosto, sua expressão e eu podia apenas ouvir sua voz. Era engraçado aquilo, seu jeito era ainda o de um menino, o loiro fitava o teto, mirava as estrelas magicamente colocadas lá e me peguei imaginando se fora ele quem fizera isso ou fora a sala precisa. Eu apenas sabia que vê-lo ali, tão ele mesmo, sem máscaras, sem brigas ou xingamentos, era muito bom. Minha raiva agora ia embora, enquanto um sentimento de leveza se espalhava em minha mente.
– Desculpe-me por aquilo... – Scorpius ia dizendo – por te forçar a sair com Lysander, quando na verdade... você queria Lorcan.
Minha Morgana! Eu estava ouvindo coisas! Só podia ser isso! Ele sabia de Lorcan, não, não não! Impossível! Apenas minhas primas conheciam esse meu segredo e Nick e Molly não falariam a ninguém.
– Vo-você entendeu errado, eu não.. Scorpius eu não... – MERDA! Eu tava gaguejando.
– Você gosta do Lorcan, eu sei – ele riu do meu embaraço – percebi o modo como você encarava ele, o jeito como ficava quando ele estava com Camila. Eu só tinha que perceber isso antes de... pedir aquilo a você. Mas já era tarde quando me dei conta.
Ele sabia. Sempre soube. Eu queria me esconder, dizer para ele dar o fora dali e de deixar sozinha, mas eu não conseguiria. Precisava dele por perto, pois queria descobrir tudo o que acontecera.
– Olha, Scorpius... – comecei a dizer – talvez eu não... goste mais de Lorcan, não tanto como antes. Na verdade, isso sempre foi uma queda, algo ligado a nossa infância, pois sempre que eu o via, sorria, ficava nervosa. Não é como... o que eu sinto por Lysander.
– Então... – o loiro ia dizendo.
– Espera! – pedi – Lysander sempre foi um amigo, era um igual, já que sempre fomos os inteligentes nas reuniões Potter, Weasley e cia. Ele me entendia e isso nos aproximava.
Eu percebi ele fechar o rosto, mesmo que não pudesse vê-lo totalmente ainda. Seu corpo parecia tenso e conclui que era a primeira vez que eu me abria com alguém que não fosse Albus.
– Scamander é um igual, portanto. Alguém que você namoraria facilmente...
– Pare de concluir o errado, Malfoy! – falei estressada e me sentei na cama, meu braço doía ligeiramente. – Você pode me soltar?
Ele levantou-se e olhou de mim para o lenço que me prendia a cama. Suspirou. Veio até mim e soltou-me facilmente. Sua pele na minha era como fogo, me deixava quente, com todo tipo de sensação em relação a ele.
Mas eu me controlaria.
Massageei meu pulso e sentei-me perfeitamente agora, puxando o lençol mais ainda.
O loiro sentou-se na outra ponta da cama, longe de qualquer contato e ficou me fitando.
– Explique então... o que há entre você e Lysander?
– Não sei... eu me sinto bem perto dele, gosto dele, mas isso não é paixão – falei sem fitá-lo. - É como se ele fosse o melhor para mim, o caminho mais fácil, mas não o que eu quero. É como se houvesse mais, algo tão tentador que me impede de ficar com ele.
Nunca verbalizei isso, nunca me dei conta de tal fato, mas era verdade. E por mais que eu odiasse admitir, o algo tentador era realmente Scorpius.
Olhei para ele e percebi que ele ria, imediatamente fiquei vermelha e lhe taquei um travesseiro.
– O que há de tão engraçado? – perguntei com raiva
– Nada – o loiro falou tentando se controlar. - Você me ama, Weasley, apenas isso.
Taquei o outro travesseiro e dessa vez ele o pegou no ar, puxando-o e puxando-me junto. Nossos olhos estavam próximos demais, seu azul cinzento tão diferente do meu azulado... seu olhar me enfeitiçava.
– Você me ama, Weasley – ele repetiu.
Eu imediatamente me afastei.
– O que é essa poção?
– Chama-se Desiderium.
– Não! Essa não! – exclamei com raiva e surpresa – não me admira isso!
– Hum, então você a conhece... ontem você não fazia ideia do que a poção causava.
– Claro que eu não me lembrava! – falei estressada. – Essa poção faz uma lavagem cerebral. Tudo o que eu pensaria seria... – não pude terminar de falar, eu não iria verbalizar aquilo nem sob tortura.
Merda! Fiquei vermelha novamente e escondi a face.
– Sexo – ele mesmo completou se divertindo completamente com aquilo.
– Ok, eu estou com medo de perguntar o que fiz – falei sem fitá-lo e alisando o lençol na cama.
– Seria melhor você mesma se lembrar.
Eu me lembrar, isso com certeza levaria um mês ou dois. E já ouvira falar daquela poção num livro, seus efeitos eram devastadores, eu poderia facilmente ter tirado as roupas do salão principal, mas pelo visto Scorpius não permitira isso. O que eu fizera de tão ruim?
– Levaria tempo isso, talvez uma semana, com sorte, ou um mês – exclamei. - Você precisa me dizer! Quão ruim pode ser?
Ele me olhou com uma expressão de pena e em seguida levantou-se.
– Vou pegar algo para você comer – falou. - É melhor eu dar as caras no castelo antes que pensem que você está comigo.
– Espera, que dia é hoje?
– Domingo, Weasley. Respira - ele falou rindo. – Você quase não dormiu na verdade, ficou me secando a noite inteira e sussurrando coisas que nunca pensei que você falaria.
Eu fiz menção de pegar outra coisa para tacar nele, mas o loiro já estava indo para longe. Eu já estava com o rosto quente de tanto corar e o odiava por isso. Scorpius abriu uma espécie de armario e tirou de lá um jeans e uma camiseta branca.
– Feche os olhos, mon bijou– ele falou divertido e eu quase fui lhe bater.
O idiota começou a se vestir na minha frente e eu me virei para o lado oposto, fitando agora a parede. Idiota! Fechei os olhos e flashes vieram a minha mente.
"Quem é você e o que fez com a minha prima?"
"Scamander terá um infarto"
"Estou bem"
"Não está"
"Me deixe ir, eu não entendo o motivo de me prender a você dessa forma"
"Por que eu faço isso? Porque eu sou um idiota e porque vejo você gastar seu tempo com outro idiota. Weasley você me ama. E só você não viu isso, porque tem medo demais do que os outros pensarão e porque teme a si mesma, teme pertencer a alguém."
"Você me ama, Weasley"
"Você me ama, Weasley"
Isso ficava ecoando em minha mente, fazendo a dor aumentar, eu nem percebi que estava gemendo de dor, somente quando senti a mão dele puxando a minha que voltei a realidade.
– Rose? – Ouvi Malfoy me chamar e abri os olhos. - O que aconteceu?
– Minha cabeça dói – falei levando as mãos às têmporas.
– Fique aqui, vou trazer algo – falou e percebi que havia algo em suas mãos – Olha, se quiser vestir algo... tem isso aqui – o loiro me mostrou um vestido num tom magenta.
– Por que há um vestido aqui? – perguntei.
– Essa sala não é exclusiva minha – Scorpius falou rindo – Mia vive trazendo as coisas dela aqui – ele sussurrou.
Eu olhei o vestido e o loiro me fitou calmo.
– Apenas fique, Weasley – falou e em seguida saiu.
Enquanto eu me vestia, um turbilhão de pensamentos me atingia. Por que aquele idiota me tratava tão bem? Não agia como ele mesmo, até hoje eu me lembrava do menininho mal educado que costumava me odiar, lembrava-me de seus insultos e provocações, de tudo que sempre me atingiu.
***
"Sinto uma mente estruturada aqui" aquele chapéu velho e falante disse, fazendo com que eu me arrepiasse ligeiramente. "Uma mente forte, inteligente" no que ele falou isso, fixei meu olhar bem onde meus amigos, Lysander e Lorcan, estavam sentados. Lorcan sorriu e senti meu coração saltar. "Mas vejo força, coragem". Coragem... isso pertencia a Albus, que agora sorria para mim na mesa da grifinória.
"Vejo uma mente objetiva, alguém que não temeria para alcançar seus objetivos"objetivos... esta era uma característica sonserina, algo que me tornaria a ovelha negra da família. Mas ainda assim, se fosse dessa casa, que problema haveria? Olhei para a mesa da sonserina, e um olhar dentre todos se destacou.
"Está vendo ele, Rosie?" a voz do meu pai soou "Supere-o em todos os testes!"
"GRIFINÓRIA!" o chapéu gritou.
***
"Então... quem pode me dizer a utilidade de um bezoar?" a professora perguntou e rapidamente levantei meu braço, mas o olhar dela não estava em mim, ela olhava para um ponto mais distante e sorriu. "Diga... Malfoy"
Olhei para trás e o garoto da estação, o filho do inimigo do meu pai, também tinha o braço levantado.
"Um bezoar serve como antídoto para alguns venenos e poções" ele respondeu.
"10 pontos para sonserina" a professora anunciou e fechei a cara.
***
Estava saindo da biblioteca apressada, a aula de transfiguração seria logo e eu não queria me atrasar, enquanto eu arrumava os livros na mochila, bati em alguém e quase fui ao chão. A pessoa me segurou pelo braço e eu olhei para cima.
"Obrig...." meu agradecimento morreu quando vi o Malfoy. Eu lembrava-se dele ainda, com seus pais na estação.
"Você deve ser a Weasley!” ele sussurrou e seu sorriso era sonserino demais. "É melhor tomar cuidado".
***
Eu estava já atrasada para encontrar Albus no salão comunal, as escadas ainda amavam se mover quando eu estava com pressa. E foi só pensar isso e mais uma começou a se deslocar. Desci então e entrei no primeiro corredor que eu encontrei. Atalhos! Eu os amava! Mas ouvi um som de uma risada e parei. A minha frente um garoto alto tinha a varinha em mãos, eu falara poucas vezes com ele desde que entrei em Hogwarts. Em 3 anos eu não o conhecera, mas o odiava. "Então... fará meu trabalho ou não, pirralho?"Scorpius contestou o menino do primeiro ano e eu puxei minha varinha.
"Malfoy, solta ele AGORA!" falei com raiva
O loiro me olhou e com seus poucos 13 anos eu já poderia dizer que ele era lindo. Lindo e ridículo!
"Ou se não o que, Weasley?"
Maldito! Amava me desafiar. O loiro segurou a varinha mais firmemente e passou ao redor do pescoço do menino.
"Solte-o!" repeti com mais raiva e ele apenas gargalhou.
Mentalizei um feitiço e o loiro foi empurrado alguns metros para trás. Seus cabelos tão perfeitamente arrumados agora estavam bagunçados e até assim ele continuava com seu charme próprio.
"Hey, garota!" ele gritou com raiva. "Deixe de ser estressada".
"Deixe de ser você um aproveitador, Malfoy!" falei enquanto via o menininho correr.
"Um dia, Weasley... você vai se arrepender disso, você irá agradecer a mim e vai ter que engolir esse seu maldito orgulho...!"
"Merlin me mate antes disso!" disse com raiva e dei-lhe as costas.
"Hey, Weasley!" ele gritou e virei-me, fitando. "Não cruze meu caminho ou vai se arrepender!"
Eu apenas ri, como se ele fosse uma grande ameaça.
***
Malditos sonserinos! MALDITOS SONSERINOS! Eu pensava enquanto tentava em vão abrir o armário de vassouras onde me prenderam, estava desesperada, querendo matá-los, mas tudo o que eu sentia era um medo terrível daquela porta que não abria. "Abre, por favor" sussurrei quase chorando, esmurrando a madeira, até que senti alguém abri-la. Era um garoto moreno, um que vivia com Malfoy, alguma-coisa-Davies, mas naquele momento eu não ligava para os fatos. Eu pulei em cima dele, dando-lhe um soco.
"Calminha, Weasley!" – a voz de Malfoy soou ali perto toda vitoriosa enquanto Davies se contorcia de dor.
"Você é um ser desprezível, Malfoy!” eu gritei indo para cima dele, mas Malfoy segurou meus braços firmemente, ignorando todas as lágrimas em meu rosto.
“E você, uma filhote de sangue-ruim”
***
– Rose, acorda! – alguém cutucou meu ombro e despertei.
Ao abrir os olhos percebi o rosto dele perto demais do meu.
– Você está chorando – ele exclamou assustado e sua mão direita tocou minha face.
– Está tudo bem – falei e percebi que já estava escurecendo. Quando eu dormira ainda estava claro. – Por quanto tempo eu dormi?
– Algumas horas – Scorpius sussurrei. – Eu te trouxe seu almoço e algumas frutas, mas você estava dormindo, então não te acordei.
Ele parecia nitidamente diferente, irritado com algo.
– E o que aconteceu com você nesse tempo? – perguntei direta e ele me ignorou. – Scorpius! Me fale agora!
– Bem... você queria saber o que ouve, não? – ele contestou-me. – A verdade é que no baile alguém colocou a poção na tua bebida e eu roubei sua taça. Por isso também estive enfeitiçado.
– Quem fez isso?
– Não sei ainda – o loiro sussurrou.
– Certo, e o que mais houve?
Um silêncio dominou o ambiente e ele ficou encarando a parede ao invés de mim, sua respiração estava tensa e percebi sua irritação.
– O que houve? – perguntei novamente e me aproximei dele, notei que havia um corte em seu lábio inferior. – Quem fez isso?
Quando tocou seu lábio com um dedo, ele afastou minha mão, envolvendo-a com a dele.
– Você me provocou, Weasley, fez ciúmes claramente para mim naquele baile – ele foi dizendo. – Você beijou Lorcan. E Camila quer sai cabeça agora. Assim como Diana, que sabe agora que... – ele falou de falar, encarou-me hesitante.
– O que Diana sabe? – contestei.
Era muita informação. Eu beijara Lorcan?! Di Angelo odiava-me por isso, obviamente, talvez ela fosse me dedurar como vingança por isso, eu seria expulsar pela destruição que causei semanas atrás. Lorcan não me olharia mais na cara. E Lysander! Merlin! Ele nunca me perdoaria.
– Scorpius! O que Diana sabe? – perguntei nervosa.
– Sabe que... – ele começou a dizer, agora me mirando com toda a vontade do mundo, não com desejo, não com qualquer tipo de intenção, mas me mirava atento, avaliando todas as minhas reações. – Ela sabe que...
– Fale logo! – eu pedi já com raiva daquela hesitação toda. – O que você está tentando me dizer que Diana sabe e que pode ser tão difícil de dizer?
– Eu te amo – Scorpius falou de uma vez – Rose Weasley, eu te amo.

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